Conflitos Internos

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As coisas continuavam monótonas na primeira prisão. Minos fora direto para seus aposentos, tomando cuidado para não encontrar-se com Lune. Colocou o livro que tomou de Albafica em uma penteadeira. Livrou-se de sua sapuris a fim de ficar mais confortável, pois sentia uma leve fraqueza por conta da essência venenosa do cavaleiro. Estava suando bastante, o que não era normal já que conhecia bem seu corpo. Julgou que precisava de um bom banho, portanto, tratou de mandar um de seus servos para prepará-lo.

Se livrou de sua camisa, permanecendo apenas com sua calça de algodão bem leve e confortável. Sentou-se em uma poltrona de frente a penteadeira, analisou seu reflexo no pequeno espelho redondo, olhou para o livro...

Claro, aquele cavaleiro invadia seus pensamentos novamente.

— Droga... — segurou com força calculada seu baixo ventre, seu corpo imediatamente reagia de forma involuntária só de pensar no pisciano.

Moveu seu olhar a um canto qualquer. Viu sua sapuris em posição de descanso, no entanto, uma fissura evidente marcava o peito — efeitos da rosa cravada em seu peito em seu primeiro confronto com Albafica.

Seu corpo queimava e pensar em Albafica não ajudava muito em sua situação. Não aguentando mais, tratou de dar um alívio ao seu tormento, abaixou levemente a calça expondo seu membro iniciando uma massagem de que início era lenta, e foi intensificando segundos depois.

— Ahhh, Albafica... — dizia entorpecido pelo próprio prazer ao imaginar-se possuindo aquele cavaleiro.

O orgasmo veio rápido, violento.

Ofegante, tentava se recompor de sua letargia. Seu peito subia e descia descompassado. Olhou seu reflexo no espelho novamente, sua franja grudada no recente suor de sua testa.

Fechou os olhos entrando em negação.

"Mas que merda estou fazendo? Eu não posso, eu não..."

— Minos-Sama?

A voz de seu subordinado o tirou de seus pensamentos abruptamente. Assustando-se com a invasão repentina de Lune.

— O que faz aqui Balron? — sua voz denota nervosismo e ao mesmo tempo irritação.

Lune permaneceu onde estava, visto que presenciou seu mestre se tocar enquanto clamava o nome de um inimigo. Aquilo o afetou diretamente, pois Minos sempre o procurava quando precisava satisfazer suas necessidades carnais. Saber que não estava sendo útil ao seu mestre o fazia pensar no que estava errando.

Será que aquele cavaleiro realmente o seduziu? Ou era apenas mais um capricho de Griffon?

Claro que no início achou que simplesmente tratava-se de um acerto de contas, mas ao que tudo indica, isso ia muito mais além do que imaginava. E vê-lo daquela forma o preocupou, e mais ainda, o que estava porvir.

— Não aprendeu a se anunciar antes de entrar? — a voz autoritária de Griffon o fez estremecer.

— Mil perdões Minos-Sama — prostrou-se diante do Juiz, mesmo com ele de costas para si. — O que me traz aqui é uma emergência.

— E o que te faz pensar que isso justifica seu mau comportamento?

Lune engoliu em seco, a última coisa que precisava agora era ver seu mestre nervoso, já que sempre que isso acontecia, lhe rendia alguns severos hematomas e fraturas. Apesar de ser um espectro, sentir dor nunca mudava, sendo ela física ou emocional.

— Pandora, Radamanthys e Aiacos estão lhe aguardando no castelo de nosso Imperador desde mais cedo. O nosso informante no Santuário foi capturado.

Ok, isso era um mau sinal, aliás, um péssimo sinal. Ter que lidar com Pandora tão cedo não estava nos planos.

Rosa AlbaOnde histórias criam vida. Descubra agora