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...Dante apertava continuamente a trava da caneta pra dentro e dava dois cliques para voltar e repetir o processo. Tudo porque não conseguia se conter em ansiedade pelos resultados das apresentações dos grupos do ensino médio.
Já sabia qual era a nota dos trabalhos no geral. Seus dedos e sua mente já estavam cansadas de tanto pensar, fazer contas e socializar. Aliás, sua bateria social já estava quase esgotando, sentia que estava no modo economia de bateria para estar ali em pé sendo educado com algumas pessoas no final da tarde de Sexta.
Poderia ficar uma semana inteira sem falar com ninguém, vegetando na sua cadeira e ficando bêbado sozinho com um bom vinho até cair no sono. Igual Arthur fez, caindo no seu colo na beira do lago. Ah, estava pensando nele de novo.
— Nós conseguimos! — Agatha exclamou ao ganharem o segundo lugar e ir até o palco com seus amigos, e agora poderia os chamar assim, com um grande sorriso nos lábios que nem ela mesma percebia e um brilho feliz nos olhos.
O terceiro ano, tanto nos grupos quanto nas apresentações foram muito bem. Inclusive o tema Teatro foi o que mais impressionou Elizabeth, fazendo-a falar toda hora sobre como tinha sido bem trabalhado nas barracas e em como eles tinham se esforçado para apresentar eles mesmos uma peça de teatro, com um enredo, um narrador, falas, danças. De fato, muito bom, tanto que um dos grupos levou o primeiro lugar, mas Liz só não tava eufórica porque aquela era sua turma preferida? Dante de qualquer forma não podia julga-la, pois apesar do sorriso discreto e orgulhoso com a salva de palmas que deu ao ver o grupo da sala 2-B comemorando, também estava eufórico por dentro. Tinha um carinho diferente pelo segundo ano.
Foi embora quando já tinha tudo feito. Acabou nem falando com os colegas de trabalho. Não porque poderia ter se esquecido, mas simplesmente não estava com vontade e não fez questão. Porém, achando que seguiria o caminho para seu apartamento sozinho, encontrou alguém no portão de saída, que retribuiu o olhar no momento exato que Dante pisou ali.
Arthur o esperava para voltar pra casa.
— Oi. — Dante falou ao se aproximar.
— Oi. — Arthur respondeu, sem mais. Os dois começaram a andar.
— O que achou de hoje? — Geralmente não era Dante que puxava os assuntos, mas pelo silêncio estranho, decidiu falar.
— Foi bom. Eu me diverti... — O moreno fitava seus pés quando deu um sorrisinho fechado. — Não teria conseguido sem você.
— Não fale isso. — Dante empurrou seus ombros no dele, de bobeira, porém não obteve nenhuma reação do outro. Decidiu então participar do silêncio.
Assim os dois voltaram pra casa. Arthur parecia inquieto com alguma coisa, como se quisesse dizer algo para aquele ao seu lado, mas sempre desistia, hesitante. Mal olhava para ele direito.
Ao chegarem na porta de seus apartamentos, Dante foi logo pondo a mão na bolsa para pegar suas chaves quando Arthur o chamou.
— Ei, Dante — Virou-se para seu vizinho, subindo o olhar com cautela até ele. — Quer bater um papo? Na minha casa?
Se encararam. A voz de Arthur ecoou pelo corredor e Dante sentiu como se tivesse congelado no tempo por alguns segundos. Aquele sorriso no canto dos lábios alheios significava mesmo o achava que significava? Porque se estivesse certo...
Guardou as chaves de volta na bolsa.
— É claro.
A porta de Arthur foi fechada as pressas.
Seus olhares se cruzaram, e a partir desse momento, Dante foi empurrado contra a parede e seus lábios foram tomados por um beijo sedento.
De imediato Dante deixou que sua bolsa caísse no chão e correu com seus braços ao redor dos ombros do moreno, se agarrando naquele homem, se deixando levar por aquele impulso quente, aquele impulso de adrenalina que passava por todo seu corpo. E na sua mente, só conseguia pensar numa única coisa: Em como os lábios de Arthur eram bons. Seu beijo, sua língua o tomava de tal maneira que o deixava sem fôlego rapidamente. Era intenso, era agressivo, era necessitado, e Dante gostava pra cacete.
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Home - danthur
RomanceOnde Dante, um jovem reservado e com pouca esperança, está em busca de um lugar tranquilo o qual pode chamar de lar e o acaso o leva a ser vizinho de um guitarrista feliz (até demais) de uma banda de rock, Arthur Cervero.