Primeira sessão
Na tarde seguinte, no horário marcado, Doyoung estava novamente naquele consultório. Não se sentia preparado para sua primeira sessão — tinha medo de dizer algo errado —, mas era necessário enfrentar tal desafio para conseguir solucionar seu problema.
— É sua primeira vez vindo a um psicólogo, é comum sentir-se nervoso – Youngho disse, a fim de acalmar o paciente.
— Sei disso, estou tentando não levar tudo a sério – Doyoung respondeu, batucando os dedos nas coxas e observando o ambiente.
As paredes eram brancas e o piso era coberto de uma cerâmica bonita. O lugar era bem iluminado e os móveis bem organizados, o padrão de um consultório. Não havia porta retratos na mesa, apenas alguns papéis, um notebook, um porta canetas e uma caixa.
— Sinta-se à vontade, pode começar a falar quando quiser – o psicólogo falou, pegando o prontuário e a caneta, já preparado para ouvi-lo e ajudá-lo.
— Certo, prepare-se para ouvir muita, mas muita coisa mesmo – Doyoung avisou, começando a dizer o que lhe vinha à mente — Bem, desde a adolescência venho tentando fazer as garotas gostarem e sentirem atração por mim, mas por algum motivo desconhecido, nunca deu certo e continuo solteiro até hoje. Fui a encontro às cegas, encontros marcados, mas todos terminaram do mesmo jeito.
— Que jeito?
— Levo um fora. Umas davam desculpas esfarrapadas e sumiam, outras falavam na cara e diziam que eu não fazia o tipo delas e era afeminado demais – o coreano continuou desabafando — Você acha que sou? Ou é apenas mais uma desculpa?
— Você não deveria ligar para esse tipo de comentário – Youngho respondeu, evitando ser sincero — Acha que é por isso que elas não se interessam?
— Não sei, as vezes chego a considerar tal hipótese – o outro disse, pensativo por alguns segundos — A última mulher com quem saí falou que eu era bruto e não tinha sentimentos, deve ser por isso.
— Talvez sim, talvez não – o psicólogo deduziu, fazendo breves anotações em seu prontuário — Em relação a essa falta de sentimentos, acha que está pronto para ter um relacionamento agora?
— Acho que sim, é o certo, não? Tenho vinte e cinco anos e ainda estou solteiro, só pode ser algum karma – Doyoung justificou, realmente achava que morreria sozinho se não encontrasse logo uma namorada.
— Não deve preocupar-se tanto com isso, a pessoa certa chegará no tempo certo, não há necessidade de apressar-se – Youngho o aconselhou, em seguida continuou — Olha, já que você acha que um dos problemas é a ausência de sentimentos, por que não começamos a tratar disso?
— Parece uma boa ideia – concordando, o Kim sorriu fraco com a esperança de ter suas dificuldades vencidas.
— Então, vamos começar.
Enquanto conversavam e tratavam sobre o assunto, Youngho tentava ao máximo não fitar os lábios de Doyoung desviando os olhos para o prontuário, afinal seu objetivo ali era ajudá-lo. O som de sua voz também o encantava, podia facilmente ser um cantor de sucesso se não fosse fotógrafo. Guardava seus pensamentos apenas para si, pois não queria deixá-lo desconfortável.
Mas ao contrário do que imaginava, Doyoung também reparava nele. Achava o sotaque e o sorriso dele charmosos, desconhecia tal adjetivo em outras pessoas ao seu redor. Sua inteligência e paciência destacavam-se, de forma que qualquer problema apresentado tornava-se pequeno e simples em suas mãos. Não tinha dúvidas, aquele doutor o ajudaria no que fosse preciso.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Doctor, help me! - JohnDo (Reedição)
FanfictionDesesperado por respostas, Doyoung procura a ajuda de um psicólogo para "resolver seu problema com mulheres". Mas o que era pra lhe ajudar a gostar do gênero oposto, só lhe deu a confirmação de que não sentia nenhum interesse amoroso pelo mesmo. Esc...