Capítulo Seis

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O jantar em família planejado pela senhora Kim enfim deu certo, depois de inúmeras tentativas, conseguiu reunir os filhos e fazer com que deixassem o trabalho de lado por aquela noite.

Enquanto Doyeon ajudava a mãe na cozinha, Donghyun e Doyoung organizavam a mesa na sala de jantar. Se o pai ainda fosse vivo, jamais permitiria que estivessem fazendo aquilo, pois segundo ele, aquela obrigação era apenas das mulheres. Os irmãos não concordavam com o argumento, mas não tinham coragem de rebater e aceitavam calados, jurando a si mesmos que nunca seriam daquele jeito quando crescessem.

E cumpriram o juramento. Tornaram-se homens respeitosos e bons, o que eram motivos de muito orgulho para a mãe, esta que amava e admirava imensamente os filhos.

— Mamãe, quando acha que o Doyoung vai encontrar uma esposa? – Doyeon perguntou, desligando o fogo e tirando a tampa da panela.

— Creio que em breve – a senhora Kim respondeu — Ele está saindo com alguém no momento, sinto que não irá demorar para nosso caçula assumir compromisso.

— Espero que tudo dê certo – a irmã mais velha desejou, queria muito ver seu irmãozinho feliz com outra pessoa que também o amasse.

Após terminarem de pôr a mesa, Donghyun e Doyoung foram para a sala e aguardaram serem chamados, aproveitaram o tempo para conversarem um pouco.

— Você mudou bastante desde a última vez que nos vimos – Donghyun disse, observando o irmão mais novo.

— Não nos vemos há quase cinco meses, já faz um bom tempo – Doyoung o lembrou, sorrindo fraco — Como tem vivido em Busan?

— Melhor do que nunca – ele respondeu, rodeando os olhos pela sala e, por alguma razão, evitando os quadros espalhados pelo ambiente — O trabalho me ocupa muito, o que é bom de certa forma, assim não preciso ficar aguentando a ignorância da minha esposa. Vou te dar um conselho, não case se não deseja passar muita, muita raiva.

— Ok... Por agora estou cuidando da minha saúde mental, não pretendo casar até me resolver – o mais novo falou, levemente surpreso com o desabafo, pois acreditava que o irmão vivia bem com a companheira.

— Mas e você, como está?

— Estou bem, fiz novos amigos e tudo segue nos conformes no trabalho – Doyoung continuou, encarando-o e se aproximando — Sinto muito pelo que está passando, espero que possam se resolver e viverem em paz.

— Obrigado.

Não demorou para que a irmã aparecesse na sala e os chamasse para a mesa, avisando que todos poderiam jantar. Assim fizeram, seguiram-a e se reuniram. Era bom estarem juntos depois de muito tempo, a última vez que estiveram daquele jeito fora há cinco anos atrás — no velório do senhor Kim. Após a partida dele, Donghyun se mudou com a esposa para Busan, Doyoung começou a cursar artes visuais e mudou-se para o alojamento da universidade, já Doyeon continuou morando com o marido em uma casa próxima a da mãe.

Jantaram enquanto conversavam de forma alegre, esquecendo-se totalmente dos problemas e rindo livremente. A senhora Kim estava adorando ver os filhos daquele jeito, raramente os via sorrir e, em pensamento, pediu a Deus para que as reuniões em família sempre fossem como estava sendo: harmoniosa, feliz, completa e longe de toda negatividade que pretendesse atingi-los.

A sobremesa foi um delicioso bolo de chocolate, feito com muito amor e carinho, o que trouxe vestígios de lembranças de quando eram crianças. Memórias boas de quando chegavam da escola e saboreavam o doce após almoçarem, por uns instantes sentiram saudades daquela época.

No final da noite, Doyeon e a mãe foram conversar no quintal, enquanto Donghyun e Doyoung subiram para o primeiro andar da casa a fim de visitarem os antigos quartos. Para o Kim mais novo, o guarda roupa velho representava boa parte de sua história, pois nele haviam fotografias coladas, estas tiradas por ele próprio.

Doctor, help me! - JohnDo (Reedição)Onde histórias criam vida. Descubra agora