Capítulo Dez

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Às duas e quinze da madrugada, Doyoung acordou. Ainda estava um pouco desnorteado por conta do medicamento, mas conseguiu reconhecer o quarto de Yuta e a silhueta do mesmo ao seu lado. Ele dormia serenamente, mas acordaria a qualquer barulho ou movimento que percebesse.

Sabendo daquilo, o coreano permaneceu na mesma posição e fechou os olhos, o sono ainda era presente e assim logo voltaria a dormir. Como previsto, adormeceu novamente em poucos minutos, tomado pelo cansaço e o efeito restante do calmante. Por sorte, não teve nenhum sonho relacionado às memórias desbloqueadas e só acordou de novo quando o sol já havia levantado.

Era oito horas quando Doyoung despertou. Ele esperou passar cinco minutos para poder levantar, em seguida se dirigiu ao banheiro e escovou os dentes. Encarando seu rosto no espelho, lembrou dos acontecimentos da tarde passada e abaixou o olhar, pois era impossível olhar para si próprio e não se ver na pele do irmão. Pensar nele lhe trazia culpa, a ideia de que poderia tê-lo ajudado e sofrido as consequências juntos não saía de sua mente, achava que merecia.

Ao terminar, deixou sua escova de dentes onde estava anteriormente e seguiu para a cozinha, pouco se importando se usava apenas uma bermuda de moletom. Estavam sozinhos, então não tinha problema nenhum.

— Bom dia, príncipe – Yuta disse ao vê-lo, indo o abraçar — Você está bem?

— Bom dia, estou sim – Doyoung respondeu, retribuindo o abraço — Apenas com fome.

— Sente-se aqui, o café da manhã já está na mesa – o melhor amigo avisou, segurando a mão dele e o levando para onde a comida estava — Coma bastante, você precisa se alimentar bem.

— Certo, pode deixar que vou comer muito bem – o Kim garantiu, sentando em uma das cadeiras e começando a se alimentar.

Yuta sentou ao lado dele e tomaram café juntos. Fazia muitas horas que Doyoung não comia nada, então ele tratou de comer tudo que havia em seu prato com calma, para assim, aproveitar melhor a refeição.

A campainha tocou e os dois amigos estranharam, pois não estavam esperando ninguém.

— Vou ver quem é – Yuta falou e levantou, indo atender a porta.

Já tinham acabado de tomar café, e educado como era, Doyoung tirou as louças da mesa e as deixou na pia. Depois, organizou-as e se preparava para lavar, quando o melhor amigo retornou e o chamou.

— Doy, venha ver quem chegou!

— Estou indo – ele disse, lavando as mãos e seguindo logo atrás de Yuta.

Chegando à sala, Doyoung quase sentiu as pernas fraquejarem ao ver Johnny bem ali. O mesmo conversava com o outro amigo, e quando viu o coreano parado próximo a porta, sorriu para ele e chamou-o.

— Desculpe, não quero atrapalhar a conversa de vocês – disse ao se aproximar.

— E quem disse que está nos atrapalhando? Não seja bobo – Yuta comentou, puxando-o para sentar ao lado dele — Johnny veio aqui te ver.

— Isso, estive preocupado com você esse tempo todo – o Seo continuou, correndo os olhos pelo corpo dele.

— Eu agradeço demais, sério... Espere um pouco, vou me vestir e já volto – Doyoung falou rapidamente, voltando para o quarto e vestindo sua camisa. Em seguida, retornou para onde estavam — Pronto.

— Irei deixar vocês a sós – o japonês disse, levantando e empurrando o melhor amigo para perto do doutor, saindo de lá e indo lavar as louças.

Nayu, você me paga, Doyoung pensou após quase cair em cima do outro. Envergonhado, manteve uma distância considerada e sorriu levemente, pensando no que dizer para acabar com o clima tenso.

Doctor, help me! - JohnDo (Reedição)Onde histórias criam vida. Descubra agora