Capitulo Sete

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Pontualmente às dezenove horas, Johnny chegou ao apartamento de Doyoung. O jantar já estava pronto, a ansiedade do Kim era grande, mas o mesmo procurou se acalmar quando o convidado bateu em sua porta.

— Boa noite, seja bem vindo – Doyoung falou ao abrir a porta.

— Muito obrigado – Johnny respondeu, entrando ao ter a passagem cedida.

O Seo observou a sala bem arrumada e sorriu, adorava ambientes organizados e limpos. A cortina roxa cobria as portas de vidro, algumas decorações enfeitavam a mesa onde a TV estava, o sofá cinza ocupava boa parte do cômodo e as luzes deixava o clima mais agradável e bem iluminado.

— A cozinha é por aqui – o coreano avisou, chamando-o para acompanhá-lo até o outro cômodo.

Chegando à cozinha, Doyoung ofereceu água, e educadamente Johnny aceitou. Aproveitando a oportunidade, o americano puxou conversa a fim de acabar com o silêncio constrangedor.

— Eu trouxe algo – disse, pondo a caixa que trazia em cima da mesa e tirando dela um vinho tinto — Espero que goste.

— Hyung, não precisava ter se incomodado, obrigado pela gentileza – Doyoung agradeceu, sorrindo largo — Eu adorei! Como adivinhou que é o meu favorito?

— Foi uma coincidência apenas – o outro sorriu de canto.

Pegando duas taças no armário, o Kim deixou-as perto do vinho. Sem mais delongas, acomodaram-se e logo começaram a jantar, e como o combinado, o psicólogo iniciou as explicações sobre a hipnoterapia — ou regressão a causa, em outras palavras.

— Então, a hipnoterapia, também chamada de regressão, é um método terapêutico utilizado para desbloquear traumas escondidos no subconsciente da pessoa – explicava sem desviar seu olhar do dele — É totalmente seguro, leva de quinze a vinte minutos para ser realizado e não há contraindicações, você só precisa relaxar.

— Sei mais ou menos como é, acabei vendo um pouco do procedimento no YouTube ontem à noite – Doyoung contou, após beber o vinho — Confio em você, mas admito ter medo do que posso acabar encontrando...

— É compreensível, mas não precisa ficar preocupado, podemos parar quando desejar, ok? – o profissional continuou, transmitindo coragem para ele — De maneira alguma iremos ultrapassar seu limite.

— Se me permite, irei pensar melhor sobre o assunto, preciso saber se estou preparado pra isso – o Kim concluiu, sorrindo em alívio ao ver Johnny concordar — Obrigado por me entender, prometo que terá a resposta na próxima sessão.

— Sem problemas, leve o tempo que precisar para pensar e não se sinta pressionado, não há pressa.

Ao terminarem de jantar, foram para a varanda e continuaram a conversa ali, aproveitando o ventinho frio que passava enquanto bebiam o restante do vinho.

— Tem outra coisa que eu ainda não te contei – Doyoung falou, deixando a taça vazia na mesinha de canto — Na verdade, nunca contei a ninguém.

— Estou ouvindo – Johnny respondeu, observando seu semblante calmo.

— Eu tinha dezoito anos e estava no último ano do ensino médio – ele começou, encostando-se na parede — Foi a coisa mais louca que já tive coragem de fazer até hoje...

Como todas as festas de adolescentes, a música estava alta e várias pessoas dançavam e bebiam. O motivo da comemoração fora a vitória do time de futebol da turma dos terceiros anos, e tanto os jogadores quanto os colegas participavam do evento. Não havia supervisão de professores nem nada do tipo, o que dava aos meninos e meninas total liberdade para fazerem o que bem quisessem.

Doctor, help me! - JohnDo (Reedição)Onde histórias criam vida. Descubra agora