Capítulo Doze

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Na tarde da quarta-feira, o fotógrafo atualizava seu portfólio, adicionando novas fotos a pasta enquanto ouvia uma música calma. No dia anterior, não conseguiu ir a consulta pois teve que fazer o book de uma turma de formandos, então remarcaram para a quinta-feira.

Após terminar, Doyoung guardou o portfólio na gaveta de sua escrivaninha e pausou a música, recostando-se na cadeira e fitando a tela de seu notebook. Com a distração, lembrou-se da noite da sexta-feira e do beijo que dera em Johnny, sentindo as borboletas voarem dentro de si novamente. De imediato, balançou a cabeça e mudou o foco de seus pensamentos, começando a arrumar sua mesa.

Ao sair do escritório, Irene — responsável do estúdio e a chefe — notou Doyoung meio agitado e se dirigiu até ele, sorrindo e acenando para os outros dois fotógrafos ali presentes.

— Ei, tudo bem? – ela questionou, fazendo com que o mesmo parasse por um momento.

— Oi, sim, está precisando de algo? – o homem respondeu, levantando rapidamente.

— Não, só quero conversar – Irene disse, tranquilizando-o — Percebi que você está um pouco nervoso, quer me contar o que houve?

— Não é nada, eu só... Não sei se posso falar disso aqui – Doyoung continuou, surpreendendo-se ao ver a chefe puxar uma cadeira e sentar ao lado dele.

— Vamos, pode começar a falar.

Não tinha palavras para descrever o quanto adorava Irene, a mesma sempre o compreendia e fazia o que podia para ajudá-lo no que fosse preciso. Ela era a mulher em que mais confiava — depois da mãe e da irmã.

— Você sabe que comecei a fazer terapia, não é? Pois então, o objetivo inicial era fazer com que eu entendesse o motivo de não conseguir firmar um relacionamento e do porquê nada dar certo, mas o que descobri foi coisas horrendas sobre o passado.

Irene assentiu, prestando total atenção na conversa e sinalizando que ele poderia prosseguir.

— Era um trauma que eu guardava e não sabia, por isso tinha esse bloqueio – Doyoung disse, medindo minuciosamente as palavras a dizer — Com as sessões, aprendi a superar e agora já estou melhor, mas como nem tudo são flores, a vida resolve um problema e entrega outro, que maravilha.

— Esse papo está muito confuso, seja direto, por favor – sua chefe pediu, percebendo que o mesmo estava inseguro em mencionar uma parte da história — Deixe-me adivinhar, acabou se apaixonando por alguém?

Nessa hora, o fotógrafo corou fortemente e abaixou a cabeça, entregando-se sem nem precisar dizer nada. Apenas afirmou, não precisava necessariamente revelar quem tinha roubado seu coração.

— E o que tem de ruim em se apaixonar? Não é recíproco?

— Não é por causa disso, é só que é complicado – Doyoung respondeu, querendo fugir do assunto.

— Tudo bem, não irei insistir – Irene concluiu — Vou te contar algo. Antes de abrir o estúdio, eu morava com meus pais e não tinha liberdade pra nada, então juntei minhas economias e investi em um negócio. Nesse meio tempo, conheci a Seulgi e logo nos tornamos amigas, ela me ajudou demais. E adivinhe? Acabei me apaixonando, mas não tinha a mínima coragem de confessar o meu amor.

— E aí? O que aconteceu depois? – ele perguntou, ansioso para saber o restante.

— Numa noite qualquer, bebemos e acabamos confessando sem querer. Depois de um beijo maravilhoso, nos aproximamos mais e não demorou muito para começarmos a namorar. Hoje, estamos juntas há dois anos e somos felizes pra caramba.

— Vocês não sentiram medo? – o Kim voltou a questionar, surpreso com a tranquilidade que a chefe contava.

— No começo sim, mas recebemos o apoio de nossos amigos e tudo ficou bem – ela disse, sorrindo fraco — E então, se sente melhor?

Doctor, help me! - JohnDo (Reedição)Onde histórias criam vida. Descubra agora