Doctor, help me! - JohnDo (Reedição)

Capítulo Onze

Sétima sessão

Daquela vez, a pedido do psicólogo, Doyoung convenceu o irmão a ir aquela sessão com ele. Mesmo não fazendo ideia do que se tratava, Donghyun aceitou ir, afinal amava o caçula e queria ajudá-lo no que fosse preciso.

— Fico feliz que tenha aceitado vim, sua participação nessa conversa é de suma importância – Youngho disse, observando a semelhança entre eles.

— Estou aqui pelo meu irmão, jamais negaria ajuda a ele – Donghyun respondeu, sorrindo para o irmão mais novo — Por que quis minha presença?

— Porque você é importante pra mim, não sabe que sinto sua falta? – Doyoung falou, encarando-o — Ao menos sabe por que estou fazendo terapia?

— Me perdoe por não estar te acompanhando como deveria.

Era notória a culpa explícita nos olhos de Donghyun, o mesmo nem conseguia encará-lo de volta, apenas continuava de cabeça baixa.

— Estamos aqui para ter uma conversa simples – o psicólogo interveio, temendo que uma discussão começasse — Bem, acho que seria bom se você contasse a ele o porquê de estar vindo as sessões de terapia, hum?

— É claro – Doyoung concordou, agora tendo a atenção do irmão — Você, melhor do que os demais, sabe que eu sempre tive dificuldade de me relacionar com outras pessoas. Pensei que isso fosse mudar quando me tornasse adulto, mas não, só piorou a minha auto estima... Então, um amigo me recomendou que conversasse com um psicólogo, o que de fato ajudou bastante.

— Essa dificuldade era devido a um trauma que estava bloqueado no subconsciente dele, por isso ele não conseguia recordar-se do que se tratava – Youngho continuou a fala, notando o nervosismo do outro — Com a ajuda da hipnoterapia, descobrimos o que tanto o atormentava.

— Eu até faço ideia de quem seja o culpado – Donghyun concluiu, cerrando os punhos de raiva — Foi o nosso pai, não é?

Doyoung assentiu e abaixou o olhar, incapaz de dizer mais palavras. Fitou os braços do irmão e sentiu vontade de chorar, porém controlou-se.

— O que ele fez contigo?

— Comigo nada, quero saber porque ele fez essa barbaridade com você – Doyoung respondeu, apontando para os braços dele enquanto segurava as lágrimas — Eu lembro de tudo, eu sinto muito por ter te deixado passar por aquilo, você não merecia.

Sem falar nada, Donghyun o abraçou e o deixou chorar em seu ombro. Durante todo aquele tempo, acreditara que ninguém além da mãe sabia do ocorrido e nunca contou o que aconteceu. Temia causar sofrimento ao mais novo caso contasse ou mostrasse as cicatrizes, mas pelo visto, esteve enganado ao pensar que o mesmo não sabia.

— Não queria que sofresse por minha causa, por isso nunca contei – o mais velho voltou a dizer — Nosso pai descobriu que o meu amigo da escola era, na verdade, meu ex namorado. Me obrigou a cortar relações com ele, e como punição, me fez tomar uma decisão.

— Que decisão? – o outro quis saber, cessando o choro.

— Ou eu apanhava da forma que foi, ou seria obrigado a te ver apanhar no meu lugar.

Assim como Doyoung, Youngho ficou horrorizado ao escutar aquilo. Jamais ouvira algo tão absurdo em dois anos de profissão, nem mesmo nos tempos de estágio. Maldito, esse homem mereceu o fim que teve, o psicólogo pensou, contendo a raiva que sentiu.

— Hyung... – Doyoung tentou dizer qualquer palavra que fosse, contudo, nada saía de sua boca.

Descobrir tal coisa não era nem de longe fácil. Lágrimas voltaram a brotar, saber que o próprio pai teria a coragem de deixá-lo naquelas condições o desestabilizou, mas seu querido irmão não permitiu que aquilo acontecesse e o protegeu sem pensar duas vezes. No final, entendeu que Donghyun nunca fez monstruosidade alguma, e sim, seu pai.