No dia seguinte, Doyoung foi visitar o melhor amigo após o horário do almoço. Combinaram de passar a tarde juntos, e decidido a tirar o peso de cima de si, o coreano resolveu contar a Yuta o que contou ao psicólogo — apenas algumas coisas, é claro.
Deitados no sofá, os dois assistiam a um filme de comédia. O balde de pipocas vazio estava no chão junto aos copos de plástico, onde beberam suco de laranja misturado com limão, definitivamente a combinação perfeita.
— Se nos vissem assim, pensariam que somos um casal – Yuta brincou, cutucando a barriga do amigo.
— É verdade, a gente vive grudado um no outro – Doyoung falou, rindo baixinho ao sentir cócegas onde ele cutucou.
— Caramba, pensei que fosse me xingar por ter usado esse termo – o Nakamoto disse, realmente surpreso com a reação dele.
— Por que achou isso? Eu jamais faria uma coisa dessas com você – o moreno respondeu, fitando o outro — Sou tão ruim assim?
— Nada disso, é que antes você não gostava desse tipo de brincadeira, por isso achei que fosse me xingar ou me repreender.
Parando para refletir sobre o que lhe foi dito, Doyoung respirou fundo e segurou a mão do melhor amigo, pensando nas palavras certas a dizer naquele momento.
— Mudei bastante, eu sei, e para melhor, tudo graças as sessões – começou, olhando em seus olhos — Agora tenho absoluta certeza do que sou e do porquê não conseguia levar adiante todos aqueles relacionamentos, mas sei lá, ainda não consigo aceitar. Só a ideia de cogitar essa possibilidade já me dava medo, e agora que não me resta dúvidas...
— Deixe-me ver se entendi, você não sabe a razão de ter medo de se aceitar como é, certo? – Yuta perguntou, logo recebendo a confirmação — Ok, mas como foi essa descoberta?
— Se eu contar, você não vai acreditar – o Kim respondeu na brincadeira, rindo ao ver a expressão de surpresa do amigo — O que foi? Ainda nem te contei.
— Estou com medo do que vou ouvir, mas ok, prossiga.
— Eu já desconfiava, mas foi na adolescência que tive a certeza – Doyoung voltou a contar — No terceiro ano, fui a uma festa de turmas para comemorarmos a vitória do time de futebol. Nessa noite, o plano era conversar com o pessoal e ficar tomando meu bom refrigerante, mas tudo mudou quando encontrei um dos garotos do time. Sempre o achei muito bonito e atraente, mas não sabia que ele achava o mesmo de mim.
— E aí? Vocês ficaram? – Yuta quis saber mais.
— Sim, duas vezes. A segunda vez foi na festa de formatura, nessa noite ficamos acordados e só fomos embora quando o sol levantou – o coreano respondeu, sorrindo fraco ao relembrar do passado.
— E por que não me contou antes? Os de verdade eu sei quem são – o amigo brincou, voltando a fitá-lo — Falando sério agora, fico feliz que tenha descoberto o que tanto te deixava confuso.
— Na verdade, ainda não descobri completamente, ainda há algo escondido – Doyoung explicou, apertando a mão de Yuta em nervosismo — Mas logo vou descobrir e tudo vai se resolver.
— Vai sim, pode ficar despreocupado em relação a esse problema.
Pouco tempo depois, mudaram de assunto e começaram a falar sobre o amigo — ou melhor dizendo, o namorado — de Yuta, este que já estava a caminho de Seoul.
— O nome dele é Sicheng, é dois anos mais novo que eu, é bailarino e é muito fofo, sério Doyo – com um sorriso bobo, Yuta começou a falar o que sentia — Quando estamos juntos, me sinto dez vezes mais alegre e peço ao tempo para passar mais devagar. E quando estamos longe um do outro, me sinto incompleto e sinto falta dele. Você já se sentiu assim alguma vez?
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Doctor, help me! - JohnDo (Reedição)
FanfictionDesesperado por respostas, Doyoung procura a ajuda de um psicólogo para "resolver seu problema com mulheres". Mas o que era pra lhe ajudar a gostar do gênero oposto, só lhe deu a confirmação de que não sentia nenhum interesse amoroso pelo mesmo. Esc...