Parte 10

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Andréa:

Sinto a claridade no meu rosto, me virei na cama mas o sol que  atravessava a cortina insistia em me perturbar, me sento na cama e passo a minha  mão em meu rosto

— Bom dia! Andréa.

Me assustei olhei em direção da voz e lá estava Miranda que nem uma assombração na minha  poltrona

— Que que isso Miranda!? Quer me matar!?

Falei colocando minha mão no peito

— Está fazendo oque aqui? Que invasão é essa e quem te deixou subir até meu quarto? Não que  eu esteja reclamando.

Falei tentando arrumar meu cabelo que  já estava vergonhoso

— Bom, eu tinha vindo aqui ontem e você não estava, então esperei você chegar e nada, fui para casa e esperei amanhecer para falar com você!

Eu estava decadente, se ela não tinha me dado uma  chance antes imagina agora toda  descabelada e com a cara amassada

— Não temos nada para conversar Miranda, é melhor deixar do jeito que está vai ser melhor para nós duas.

Falei saindo da minha cama e entrando ao banheiro e tranquei a porta, droga! Resista Andréa!

— Eu não vou sair daqui Andréa! Vamos ter uma  conversa civilizada como duas adultas, e você não vai sair desse quarto sem me ouvir oque eu tenho para  te falar!

Ela falou, demorei uns 30 minutos me arrumando, calmamente, ela  continuava na poltrona me observando

— Podemos conversar agora?

Ela falou e eu fui até a porta e TRANCADA! Olhei para  ela e ela levantou a chave para cima.

— Abre essa porta miranda!

Falei no mesmo lugar e ela apontou para a cama que ficava de frente para ela.

— Sente-se Andréa! Agora você vai me ouvir!

Sentei em sua frente e ela me olhava no olho.

— Olha vou te contar algumas coisas de mim então por favor não me interrompa!

Concordei com a cabeça e ela prosseguiu

— Eu me relacionei com apenas duas pessoas em minha  vida, o primeiro me traiu por várias vezes e ainda  jurava ter amor por mim, até que  não dava mais e me separei, o segundo jurava me amor para sempre,  depois de muito carinho, passeio e alegria veio as agressões, os maus tratos e a desilusão, eu engravidei dele e eu pensei que ele mudaria por nós, pelo nosso filho, e no sexto mês de gravidez ele chegou bêbado em casa e me agrediu, e acabei perdendo meu filho.

Ela falava mas não olhava nós meus olhos, ela estava desconfortável mais não ousei interrompe-la.

— Eu o denuncie e tenho uma medida protetiva  contra ele, depois disso Andréa eu não me permitir amar outra pessoa, meu foco era meu trabalho e nada  mudaria isso, até você  chegar, você chegou na minha vida e bagunçou tudo, quebrou os meus muros e me fez ver oque eu estava escondendo de mim mesma, você me deixou sem palavras aquele dia e sem me deixar me dar uma sequer explicação saiu que  nem uma criança batendo o pé.

Ela falou sorrindo e me encarando

— Sinto muito pelo seu trabalho, vou me culpar para  sempre pois nem te dei a oportunidade de  crescer aqui e no seu primeiro dia eu mandei dispensar seus serviços,  você foi a melhor professora que  a escola já teve, enquanto todos me temia você batia de frente comigo e mesmo sem perceber me apeguei a você!

A mulher da janela Onde histórias criam vida. Descubra agora