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Seungcheol o levou por um caminho de terra no meio da cidade. Tinha tanto barulho em volta que nem se preocuparam em conversar e depois de andar por longos minutos em meio aquela agitação de uma cidade movimentada.

Os olhos de Seungkwan brilharam com todas as pessoas em volta, pensando que sua vida teria sido mais fácil se vivesse em uma cidade como aquela, com mil e uma possibilidades de conseguir sair em pune de um roubo simples. Era tão difícil passar despercebido nas ruas vazias da ilha em que cresceu.

Diferente do que estava acostumado, não via os uniformes brancos da marinha e aquilo era um alívio, mesmo quando sabia que a marinha japonesa era tão implacável quanto.

As pessoas trajam roupas coloridas e ornadas e conversavam despreocupadamente como se aquele fosse um mundo a parte do que Seungkwan conhecia. Chegava a ser estranho comparar com o mundo de qual fez parte por tanto tempo, respirou fundo na tentativa de afastar aquele sentimento estranho e sentiu o cheiro agradável de comida temperada.

A taverna não era muito diferente do que esperava, tinha a mesma essência do lugar movimentado que conheceu quando estava a bordo do Noite eterna, fora sua primeira vez em terra depois de se tornar plenamente livre das correntes que marcavam sua escravidão — Sem contar como Fim das esperanças. — E elas foram literalmente quebradas pela Soo Yun de quem tanto ouviu falar em suas madrugadas num jardim a muitos quilômetros dali. Sorriu ao pensar no quão irônico era o rumo que as coisas tomaram.

A Coroa escarlate está vazia a esta hora do dia, tirando por algumas pessoas conversando nas mesas e um senhor já grisalho atrás do balcão com um gato de pelo acinzentado sobre os ombros que pedia carinho mesmo quando o senhor carrancudo estava com as mãos ocupadas.

Seungcheol parou bem ao lado dele, esperando em silêncio para ver o que o jovem rapaz diria e o interesse dele em vir até a Coroa escarlate.

— Então...

— Eu vou direto ao ponto — Seungcheol o interrompe antes mesmo que pudesse sequer explicar o porquê está ali. — Aqui trabalhamos com informações e obviamente cobramos por elas.

Seungkwan sorriu, erguendo as sobrancelhas e nem arriscando retirar a carta de Taeyeon do bolso interno do casaco que usava. Estava com o pé atrás com aquele rapaz sorridente e abusado e não arriscaria tudo agora que estava tão perto.

Um pouco de cautela agora não o mataria.

— Então temos um problema — Seungcheol cruzou os braços, hesitante quanto a postura do ladrão que parecia confiante demais. — Eu não tenho dinheiro.

A expressão no rosto do mais velho murchou com um bico se formando nos lábios.

— E eu não vou sair daqui até encontrar o que procuro — Não admitiria, mas gostou da atitude do mais novo e como manteve a voz baixa e controlada.

Seungcheol pensou a respeito, aquela era uma oportunidade rara, mas não arriscaria assim de primeira.

— Me dê um minuto.

Saiu de perto do ladrão para ir até o balcão, ver se conseguia conversar com o senhor Hak que acariciava as orelhas do gato e assobiava baixinho.

— As coisas lá atrás estão arrumadas? — Hak assentiu, pegando o Almirante nos braços.

— Acho que a mocinha está desocupada agora — O sotaque dele era carregado. — Está querendo tirar dinheiro de quem?

Apontou discretamente para Seungkwan que se sentava em uma mesa calmamente e olhava em volta.

— Tem cara de quem está blefando ou escondendo algo.

— O que ele quer? — O gato desceu dos braços do senhor grisalho e quase derrubou um copo do balcão. — Tem cara de problema.

— Está procurando por alguém.

Hak apertou os olhos, procurando as palavras para o que estava tentando dizer em uma língua que ainda estava se acostumando a falar.

— A mocinha não está esperando por alguém? — Seungcheol tirou o cabelo do rosto, tentando pensar um pouco, havia se esquecido daquele grande detalhe e a incógnita da carta de Taeyeon que eles não sabem se foi entregue. — Pode ser ele.

— Eu não lembro o nome dele — Passou a mão no rosto em frustração. — Talvez seja melhor tentarmos a sorte. De qualquer forma ele vai ter que encontrar com ela.

— Ou ele sai sem dinheiro ou com um amor — Hak riu com como aquilo soava. — Pobre menino.

— Avise a Taeyeon que ela tem um jogo — Seungcheol pediu, dando as costas para ir até o ladrão que esperava por uma resposta. — Vamos ver se ele encontra o que procura.

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Fallin'Flower » » Boo SeungkwanOnde histórias criam vida. Descubra agora