SEM REVISÃO
Olá minhas Pérolas, enfim apareci aqui depois de um tempo bem conturbado para mim.
Peço mil desculpas à todas vocês que estão acompanhando Petrus e que ficam ansiosas por mais capítulos.
Não sei se todas sabem mais sou cuidadora de idosos e desde janeiro minha paciente já não estava bem e meus plantões foram ficando cada vez mais intensos (trabalhava 12hs de segunda à sexta e aos sábados 07hs) chegando a fazer 24hs ou 36hs várias vezes ao longo da semana.
Na madrugada do dia 08, minha paciente que estava internada, faleceu. Eu trabalhava com ela há quase 7 anos e embora não fosse um familiar meu, sua morte me abalou por vários motivos: é muito difícil não se apegar ao paciente quando passava mais tempo com ela do que com meus filhos e neta, ver a dor da família e por último ter pedido a minha única fonte de renda.
E como vocês sabem as contas não esperam, me desesperei num primeiro momento, entrei em depressão (leve mas ela me derrubou). Levei um tempo, o meu tempo, para assimilar tudo e com isso tive um bloqueio para escrever pois minha cabeça não estava legal e eu não queria descontar nos personagens as minhas frustrações, nem eles é nem vocês merecem isso.
Hoje já estou me recuperando e já tinha esse capítulo quase finalizado, então fiz alguns ajustes. Espero que gostem, prometo a vocês dar o meu melhor e voltar a contar a história do Petrus como ele merece.
Então sem mais delongas, bora para o capítulo!!!
😘😘😘
Alícia
Já se passaram alguns meses desde a tragédia que se abateu na minha vida mas ontem a saudade do Rique bateu forte e a raiva veio na mesma proporção. Lembrei de quando nos conhecemos, do que vivenciamos, dos nossos sonhos e planos, das nossas conversas pós sexo. Escutei nossa música tantas vezes que perdi as contas.
Como eu pude ser tão burra, tão ingênua. Relendo a papelada que o Petrus me entregou com todo o histórico da jogatina e das dívidas, percebi que não conhecia o homem com quem construí uma família.
Mesmo com raiva dele acabei tendo um sonho erótico e muito, muito estranho. Num primeiro momento era com ele que eu transava, porém de repente alternava com a imagem do Petrus e acordei me sentindo estranha mas tão excitada que tive que pegar meu vibrador e me dar o prazer que comecei a sentir no sonho porém a minha mente me traiu e ao invés das lembranças do Rique, me vi imaginando como seria ter as mãos do Petrus no meu corpo, como seria passar a língua em todo o contorno das suas tatuagens principalmente a do púbis – será que era lisinho ou tinha pelos? E se tinha será que eram aparados ou não? – minha imaginação foi longe e usei meu amiguinho com gosto, me acariciei até chegar ao clímax e se não estivesse sozinha em casa poderia jurar que estava sendo observada.
Foi realmente muito estranho! Como posso ficar excitada justamente pelo homem que está tornando a minha vida num tormento?
Na manhã seguinte entrar na cozinha e me deparar com o Petrus tomando café da manhã me causou surpresa e ao mesmo tempo desespero.
Será que ele estava em casa durante a madrugada enquanto eu me masturbava?
Será que ouviu alguma coisa? Será por isso que me senti sendo observada?! Ai. Meu. Deus. Que vergonha!
Olho para ele e o mesmo está pálido e suando, será que está passando mal?
Trocamos algumas palavras sem nos atacarmos e isso já é um grande feito. Durante o almoço também continuamos civilizados, realmente as coisas estão mudando.
A ligação do Nick avisando que seu irmão sumiu me preocupou muito e claro que eu iria cobri-lo no restaurante mas a Jovi estava estudando para uma prova importante e não poderia ficar com a Nat foi então que o Petrus se ofereceu para ficar. Num primeiro momento eu quis recusar a oferta mas eu realmente precisava ajudar o Nick.
Tudo ia bem no restaurante até que misteriosamente o irmão do Nick apareceu no restaurante e quando o questionei porquê ele saiu sozinho, ele disse que tinha confundido a moça ruiva comigo mas depois viu que ela era falsa e fugiu dela. Avisei imediatamente ao Nick que foi voando para o restaurante e ficamos conversando um pouco até o último cliente sair e então fui pra casa.
Ao chegar próximo de casa algo me dizia que tinha uma coisa errada, o que foi confirmado ao ver uma parte da minha rua escura e alguns carros na porta da minha casa e uma ambulância chegando. Saí desesperada imaginando o que poderia ter acontecido e com a certeza de que eu mataria o Petrus com as minhas próprias mãos, se algo tivesse acontecido com a minha filha.
Um alívio enorme me acometeu ao ver minha filha bem e constatar que o sangue em sua roupinha não era dela e sim do Petrus, que estava entrando na ambulância. Minha pequena estava irredutível em querer ir junto e só sossegou quando eu prometi que iríamos ao hospital mas que primeiro ela tinha que tomar um banho e trocar de roupa senão achariam que ela estava machucada também. Muito relutante fomos até a casa da Gorete e depois para o hospital.
Agora estamos aqui paradas no corredor, esperando a liberação para entrar no quarto onde o Petrus está e com uma Natasha impaciente para ver o “tio”.
No mínimo o Diabo e seus comparsas estão juntos arquitetando as desculpas que irão contar. E imaginar que eu já estava começando olhar para ele com outros olhos.
Duvido que isso, essa invasão não tem dedo dele, deveria estar procurando algo para tirar tudo de mim e para minha filha não desconfiar armou esse circo todo, agora estou eu aqui com a minha menina toda chorosa dizendo que o “tio” só está machucado porque a defendeu igual aos heróis dos filmes.
Mais quando eu entrar nesse quarto, ele vai ouvir poucas e boas.
Enfim alguém sai lá do quarto e me diz que o Diabo quer falar comigo, como se eu fosse embora sem saber direitinho o que houve.
Natasha se solta da minha mão e entra correndo no quarto, vou atrás e vejo minha menina tapar a boca ao olhar os curativos em Petrus.
— Tio, você é o meu herói. Você enfrentou os bandidos sozinhos. Tadinho tá todo machucado. Tá doendo muito? – Nat abraça as pernas dele na cama e bombardeia o homem de perguntas e ele sorri mas seus olhos estão em mim.
— Oi ruivinha que bom que você está sã e salva mas hospitais não são lugares para princesas. Eu sei o quanto você foi corajosa hoje mas não precisava ter vindo, amanhã eu já estarei fora daqui. – reparo o quanto ele muda ao falar com a minha filha, seu semblante fica menos tenso.
— Tio, você não contou pra ninguém que eu fiquei com medo do escuro não né? – Nat sussurra mas todos que estão no quarto ouvimos e estamos segurando o riso.
— Ei ruivinha, seu segredo está guardado comigo mas você também tem que me prometer não contar para ninguém que eu também fiquei com muito medo lá. – ele fala num tom baixo mas consigo ouvir perfeitamente.
— Oi Natasha, eu sou o Danilo e esse é o Alfredo Montanaro e nós queremos saber se você não gostaria de tomar um suco bem gostoso e comer alguma coisa conosco? Isso se a sua mãe não se importar. Nós somos amigos do seu tio Petrus. – Natasha me olha e eu confirmo que ele pode ir sim se quiser e num instante minha filha está tagarelando com os homens. Gorete que até então estava incrivelmente calada, diz que vai junto para ficar de olho na afilhada.
Os quatros saem já escolhendo o que pedir enquanto ficamos eu e Petrus sozinhos no quarto. Ele num primeiro momento evita me olhar e sou eu a primeira a tomar a iniciativa de começar a conversa.
— Eu gostaria muito de saber realmente o que aconteceu lá em casa hoje, Petrus. E por favor não insulte a minha inteligência dizendo que foi uma tentativa de assalto. – vou direto ao ponto.
— Eu vou te responder com toda sinceridade Alícia, eu não sei. – ele fala com a voz rouca mas firme.
— Ah, conta outra Petrus. Em todos os anos que moro naquela casa, naquele bairro, nunca soube de história de assaltos e basta você aparecer nas nossas vidas que tudo de ruim acontece? Meu marido foi assassinado e agora minha casa foi invadida e revirada. E você quer que eu acredite que você não sabe de nada ou não tem nada a ver com isso? Faça me o favor né? Você só trouxe desgraça para minha vida. E pensar que eu estava cogitando a começar imaginar que a sua história poderia ser verdadeira. – despejo todo o meu ódio em cima dele que parece não se importar, andando de um lado para o outro no quarto.
— Olha Alícia, realmente você não me conhece mas eu já perdi as contas de quantas vezes te disse que eu não tenho nada a ver com a morte do seu marido. Se entrei nessa foi porque a tristeza da ruivinha naquele cemitério mexeu com algo que eu não sei te dizer. – sua declaração me pega de surpresa afinal não sei se o vi no dia do enterro.
— Como assim, você foi ao enterro? Não me lembro de muitas coisas daquele dia mas acho que não esqueceria a sua fisionomia. – somos interrompidos pela enfermeira que trás uma medicação para o Petrus.
— Alícia, eu sei que não tenho esse direito mas gostaria muito que você e a Natasha ficassem na minha casa até tudo ser esclarecido. Lá tem mais estrutura e vocês estariam seguras. – por essa eu não esperava.
— Eu agradeço o convite mas declino. Vamos ficar na casa da Gorete, ela já nos ofereceu. – ele está louco se pensa que vou para o antro que ele chama de casa. Deve viver num entra e sai danado de mulheres.
— Olha eu entendo que você queira ficar o mais longe possível de mim mas eu preciso te contar algumas coisas, só assim você pode entender o quê realmente está acontecendo. E definitivamente eu não irei na casa daquela invocação do mal, então se você quiser saber o que tenho para lhe contar ou você e a ruivinha ficam na minha casa ou você continuará no escuro. E só te digo uma coisa, um dos caras que entraram na sua casa não conhecia só a mim, ele te conhecia e disse que te beijaria pessoalmente da próxima vez. – será que ele está blefando ou falando a verdade? Só a menção de que aqueles caras podem voltar já me deixa em pânico.
Se a Gorete supor que seu novo apelido é invocação do mal, minha comadre vai surtar. Foco Alícia, foco!
Eu não posso pensar só em mim, a integridade da minha filha vem acima de qualquer ranço que eu tenha desse homem. E se realmente ele estiver falando a verdade e esses caras voltarem, e pra me atingirem façam algo de mal com a minha menina. Definitivamente eu não me perdoaria.
Muito relutante eu aceito o seu convite e vejo uma sombra de um sorriso no seu rosto, que está bastante machucado. E se ele não fosse quem é, eu poderia me perder nesse olhar mas me lembro que talvez ele seja o responsável por tudo que está acontecendo.
Nem percebo quanto tempo passou até todos voltarem para o quarto. Gorete me chama de lado para conversar quando lhe digo que vou ficar na casa de Petrus num primeiro momento.
— Ali, você só pode ter enlouquecido. Esse cara te ameaçou, não é? Pode falar amiga, você não iria de bom grado para o covil do Diabo. Argh! Eu mato esse Diabão Tatuado, e de quebra aquele amigo dele sem noção. – Gorete realmente tem cabelos na venta, como dizia a minha avó, ela falava isso desde que éramos crianças.
— Amiga, eu não enlouqueci e não estou sendo forçada. Digamos a pena que os argumentos dele foram irrefutáveis, ele acha que os homens podem voltar e tentar algo contra eu ou a Nat. Agora que história é essa do amigo dele? E que amigo? – é melhor deixar de fora a parte que ele disse que se eu não for não me contará nada.
— Aff, por ora eu vou aceitar essa história mas somente pela segurança de vocês, – ela se vira para Petrus e diz mais alto um pouco, – mas saiba que irei todos os dias lá para ver como vocês estão, se estão sendo bem tratadas. – Petrus revira os olhos e emburra a cara e Danilo se diverte com a cena.
— Amiga, você sabe que continuarei indo trabalhar né? Que não estarei em cárcere privado? – ela cruza os braços e faz uma cara engraçada bufando o ar.
— Eu vou pra sua casa tio? Vou ver o Apolo também? Vai parecer que estou de férias sem estar, não é mamãe? Ai, eu vou amar! – o comentário de Nat me pega de surpresa pois eu achei que ela ficaria bem chateada por sair da nossa casa. E, putz só agora me lembrei do monstro de pelos.
— Alícia, o Valladares vai te acompanhar até a sua casa para que possa pegar algumas coisas e ir direto para a minha casa, Ana já está cuidando de tudo para quando você e a Natasha chegarem. Eu me sentirei mais tranquilo assim. – não é um pedido e sim uma ordem mas resolvo não rebater Petrus afinal não teria coragem de ir lá sozinha mesmo.
Após nos despedirmos de todos, somos escoltadas até em casa onde faço uma mala rápida com algumas coisas básicas para mim e para Nat.
Ver a casa toda revirada e suja com o sangue de Petrus me deixa um pouco abalada e o choro preso na garganta vem com força total. Poderia ser o da minha filha.
Rosto limpo, malas prontas, me despeço de Gorete e de Jovi num abraço triplo e com a promessa delas irem amanhã mesmo ver como eu e minha menina, que neste momento se rendeu ao sono e dorme tranquila no banco traseiro do carro do Valladares, estamos lá na casa do Petrus.
E agora hein, Alícia na casa de Petrus?Algo me diz que muita coisa vai acontecer por lá?
E vocês Pérolas, me contem quais são as suas teorias?
Um super beijo no coração de vocês e não se esqueçam de votar e comentar bastante.
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Petrus
RomancePetrus é um homem que não conhece o amor. Nasceu de um relacionamento conturbado, passou por poucas e boas na infância e adolescência. Já um homem feito, tem que voltar ao lugar onde viveu seu inferno particular e que ganhou o seu apelido: Diabo, p...