SEM REVISÃOAi que saudades de vocês minhas Pérolas!!!
Sentiram a minha falta ou a de Petrus?!
Não precisam responder, que eu sei que foi de Petrus 🤭🤭🤭
Confesso que também estava sentindo falta e ele de vocês.
Viu como estamos todos interligados?!
Então nesse domingo ensolarado (aqui no Rio de Janeiro está um sol pra cada um), vamos matar a saudade do nosso Diabão Tatuado?!
Bora de capítulo!!!
Durante todo o trajeto da minha casa até a casa do Petrus, Danilo tentava me tranquilizar dizendo que iria ficar tudo bem. Ele é bem engraçado bem diferente do seu amigo, que está sempre de cara fechada. O Montanaro está no carro atrás do nosso e eu me sinto num daqueles filmes policiais onde a qualquer momento um carro vai interceptar o comboio.
Tão alheia a tudo minha menina ressona ao meu lado, para ela isso é uma grande aventura mal sabe o perigo por que passou essa noite. A minha maior preocupação é como ficará sua cabecinha e como ela vai reagir às mudanças.
Ao chegarmos na casa de Petrus confesso que não me apeguei aos detalhes, na verdade o que eu realmente queria era tomar um banho e descansar dessa noite exaustiva.
Na porta de entrada uma senhora muito bem arrumada, mesmo com um horário tão adiantado, nos espera. O primeiro a sair do carro é o Danilo, ele retira com cuidado uma Natasha dormindo tranquilamente.
Eu saio meio apreensiva e nervosa com o que me espera.
— Nana que saudades eu estava de você. – Danilo abraça a senhora que tem um sorriso tão cativante, de lado com a minha filha em seu colo.
— Olá meu menino. Fiz aquele bolo de cenoura com cobertura de chocolate que você ama mas pena que não te darei um pedacinho sequer, a menos que me conte realmente o que está acontecendo com o meu Petrus. – ela beija o rosto dele e em seguida dá uns tapinhas no seu braço.
— Você deve ser a Alícia, muito prazer eu sou a Ana. Seja muito bem vinda a esta casa, você e essa menininha linda. – ela estica a mão em minha direção enquanto acaricia a cabecinha de Natasha.
— O prazer é todo meu, dona Ana. Prometo incomodar o mínimo possível. – aperto sua mão em retribuição e apesar da idade, seu aperto é forte e ela me olha nos olhos como se enxergasse a minha alma e dá um sorriso.
— Vem vamos todos entrando já está muito tarde, devem estar muito cansados. Danilo, leve a Alícia e a filha para o quarto da Virgínia por favor. – ninguém ousa questionar sua ordem.
Já instaladas no quarto e com a Nat num sono profundo, vou tomar um banho e tentar descansar também. Abri mão do lanchinho, não quero dar mais trabalho do já estou dando.
Como estou sem sono começo a explorar o espaço, o quarto é amplo assim como os cômodos lá embaixo. A cama é king size, em cada lado tem um criado mudo com alguns itens de decoração. O banheiro é bem claro, parece até um camarim com o espelho todo iluminado. Tem muitos itens de higiene e basicamente é muito feminino, me pego imaginando quem será essa Virgínia. Será a namorada oficial? E se for porquê eles não dormem no mesmo quarto? E se não for, o quanto ela é importante na vida dele para ter um quarto na sua casa?
Cansada de fazer conjecturas me deito ao lado de Natasha e acabo me rendendo ao sono.
Pela manhã acordo e não vejo Nat ao meu lado, pulo da cama desesperada indo até o banheiro para fazer a minha higiene matinal e sair à procura dessa ruivinha sapeca que deve estar explorando o novo território e me matando de vergonha por tabela.
Com uma aparência decente, desço as escadas procurando por minha filha. Sigo as vozes animadas até a cozinha onde a porta que dá para a área externa está aberta e Natasha corre solta com aquele monstro de pelos negros como a noite.
— Bom dia Alícia, a Natasha queria brincar um pouco com o Apolo. Espero que não se importe. – Ana me cumprimenta e só então me dou conta de que estou estancada no meio do ambiente.
— Oi, bom dia dona Ana. Eu nem vi a hora em que a Nat acordou, me desculpa pelo trabalho que estamos damos. E quanto ao animal, eu não me importo que ela brinque só não acho prudente, ele pode machucá-la mesmo que de brincadeira. – falo com receio de ser mal interpretada.
— Entendo seu receio quanto ao Apolo mas além dele ser adestrado, ele só tem tamanho é um crianção. Petrus já tinha me avisado sobre o seu medo de cachorros, manterei Apolo preso mas não pude resistir ao pedido da sua filha, ela queria muito ver o novo amiguinho e não se preocupe pois meu Petrus está lá com ela. – acho que começamos com o pé esquerdo mas fico surpresa ao saber que Petrus já está em casa.
— Eu achei que ele ficaria mais tempo no hospital. – penso em voz alta.
— Meu menino ficar mais tempo num hospital?! Ah, não mesmo. Petrus não suporta hospitais. – o carinho com que ela fala dele vai além da relação patrão/empregada, é muito amor envolvido.
— Mais ele deveria estar descansando e não brincando com a Nat.
— Alícia, deixe-me te contar uma coisa. Eu nunca vi o meu menino tão leve, tão risonho como ele está neste momento lá fora. Te garanto que qualquer dor que ele possa estar sentindo, ver o sorriso da sus filha ameniza todas elas. Não sei o que está acontecendo entre vocês mas ele nunca trouxe ninguém aqui nesta casa ou em qualquer uma que ele tenha. Então considere uma pessoa muito importante na vida dele. – ela fala enquanto repõe as coisas na mesa do café da manhã.
— Não há nada entre nós dois além de negócios. Ele se tornou meu sócio no restaurante. – tento esclarecer mas não sei até onde ela sabe do real motivo de tudo estar acontecendo e continuo tomando o meu café.
— Bom se é o que você diz, quem sou eu para contradizer a não ser uma velha que quase não sabe nada da vida. – ela é interrompida por furacão chamada Natasha que entra seguida por Petrus que está de bengala e mancando um pouco.
— Olha a mamãe já acordou tio Petrus. Bom dia mamãe, a senhora estava dormindo e roncando tanto que eu acordei e não aguentei ficar no quarto, ainda bem que a vó Ana estava aqui embaixo e me fez companhia. Aí o tio Petrus chegou de surpresa e deu um susto na gente. – Nat fala tudo ao mesmo tempo e depressa que não sei como não se atrapalha nas palavras e como sempre me faz morrer de vergonha.
— Bom dia para você também, minha princesa. Que bom que já fez amigos aqui. – beijo sua testa suada.
— Bom dia Alícia, ia perguntar se tinha dormido bem mas pelo visto dormiu tão bem que roncou. – esse cara não perde uma oportunidade de encher o saco.
— Bom dia Petrus, achei que não sairia tão cedo do hospital. Tem certeza de que não precisa fazer mais exames? – rebato mas me sinto infantil.
— Ana você se importaria de levar a Natasha para tomar um banho e depois ver um pouco de tv? Eu preciso conversar com a Alícia sem interrupções. – ele dá um beijo na cabeça dela e ela sorri toda carinhosa.
— Alícia você se importa em me acompanhar até o meu escritório? – ele pergunta mas já vai saindo sem esperar respostas.
Só me resta segui-lo pois sou a pessoa mais interessada em saber o que está acontecendo.
Seu escritório aproveita bem a claridade natural, com janelões amplos. Os móveis predominam as cores preto e branco, tudo muito bem arrumado e organizado. Ele se senta numa poltrona que mais parece uma cadeira espacial e me indica a poltrona em frente à mesa.
— Bom Alícia, para você entender o que está acontecendo eu preciso te contar um pouco da minha história para que fique bem claro de uma vez por todas que eu não matei ou mandei matar o seu marido. Eu não tenho nada a ver com isso, eu nem o conhecia mas acredito que quem fez isso, é alguém do meu passado.
— Sou toda ouvidos, Petrus. Quero realmente saber o que está por trás da morte do meu marido. Preciso saber mesmo que esteja com receio do que está por vir.
— Eu não venho de uma lar digamos assim, normal. Desde muito cedo vivi à margem da lei, não por vontade mas por não ter opção. Conheci e convivi com a escória e uma dessas pessoas do meu passado estava no enterro do seu marido. Ele está com a aparência um pouco diferente e eu estava longe porém posso afirmar que era ele. – tento imaginar aonde está história vai chegar.
— Porquê você foi no enterro e ficou escondido, Petrus? Não é uma coisa que uma pessoa inocente faria, concorda? – ele me olha antes de me responder.
— Contrariando a lógica eu queria saber como era a família do homem que apostou a casa e o seu ganha pão, numa mesa de jogo. Queria entender se a viúva estava a par da aposta mas o que mais me chamou a atenção além do homem que vi te cumprimentando, foi ver o sofrimento da ruivinha ou melhor da Natasha. Nenhuma criança deve passar por um dor assim. Eu juro que não consigo entender porque seu marido não pensou nas consequências da atitude dele.
— Eu não sabia do vício em jogo do Rique, depois que saí do seu escritório eu li com calma aquele dossiê e foi uma terrível surpresa constatar todo o mal que ele nos fez. Ele deixou a mim e a própria filha sem nada. – seguro as lágrimas que tentam jorrar.
— Alícia já que leu com calma, algum nome dali era do círculo de amigos de vocês?
— Não que me lembre. Uma coisa que me falaram era que tinham algumas pessoas no enterro que não eram do nosso convívio mas não sei te dizer pois estava um pouco dopada.
— Então uma dessas pessoas era esse homem, ele era braço direito de um dos maiores traficantes local e que também é o homem que muitos chamam de meu pai. Ele também é suspeito de ter criado uma armadilha onde eu fui pego e condenado a ficar num instituição prisional para menores infratores e de ser o mandante do assassinato do seu até então chefe mas essas acusações nunca foram provadas. – ele me mostra uma foto e realmente me lembro vagamente desse homem no enterro.
— Esse homem, você acha que ele pode ter mandado matar o Rique? – dessa vez não consigo conter as lágrimas e Petrus me dá uma caixa de lenços de papel, agradeço com um aceno.
— Eu acredito que ele esteja envolvido sim, Alícia e sinceramente não sei te dizer em que momento o caminho do seu marido cruzou com o meu mas também acho que sim, que o Andrada sabia que o cassino era meu e fez isso de caso pensado. Os homens que entraram no cassino tem ligação com a facção que o Andrada comanda agora mesmo tendo uma “reputação” de homem de bem, ele lava seu dinheiro sujo em várias empresas. E tenho minhas suspeitas de que o seu restaurante é uma delas. – fico ao mesmo tempo surpresa e apavorada com a ideia.
— Mais quem cuida da contabilidade é a Gorete e eu tenho plena confiança nela, Petrus. – me levanto e ando pelo ambiente escutando as batidas do meu coração e minha cabeça latejando.
— Eu te entendo Alícia mas até saber tudo o que está acontecendo, todos para mim são suspeitos. Inclusive a Gorete e você, infelizmente por isso que tenho a minha própria contadora. – eu não acredito que ele desconfia de mim, só pode ser brincadeira isso.
— Sério mesmo que você desconfia de mim? Desconfia que eu esteja envolvida com a morte do meu marido? – minha voz sai mais alta do que esperava e ele se levanta.
— Olha só Alícia, assim como você não me conhece, eu também não te conheço, então não acho nada errado em desconfiar de você já que você sempre achou que eu fui o responsável pela morte do seu marido. Isso já está me cansando além de estar repetitivo, então vamos combinar uma coisa: ou nos juntamos para descobrir tudo o que está rolando, ou continuamos nessa desconfiança mútua que não nos levará a lugar nenhum e enquanto estivermos iguais uns cachorros rodando atrás do próprio rabo, o Andrada dará a cartada final e posso te garantir que não será benéfica para nenhum de nós dois. – ele fala sério e firme, sem ter o que argumentar volto para a cadeira e o espero fazer o mesmo.
— E o que faremos de agora em diante ? Mais antes de qualquer coisa só me diga uma coisa? Já não é a primeira vez que você diz que estava no enterro e que foi a minha filha que te fez entrar nesta brigo, porquê? Você não nos conhece, correto? Nunca nos viu e mesmo assim aqui estamos nós, dividindo o mesmo teto seja na minha casa ou aqui na sua. Só me diga o porquê. – minha curiosidade é maior do que qualquer coisa.
— Certo, você tem todo o direito de saber Alícia e eu vou te contar. Quando vi a ruivinha romper a barreira de adultos e abraçar suas pernas chorando a perda do pai, eu me vi um pouco nela. Não por ter perdido pai ou mãe cedo, até porque nunca soube o que era ter pai e mãe mas por me sentir sozinho e perdido no mundo. Não é porque se quer tive uma infância que eu não tenha empatia com a dor de outra criança. Na idade da Natasha eu já estava envolvido com as atividades criminosas da facção do homem que por direito, devia me proteger. Saber que seu marido colocou a infância e até a vida da filha em risco, me fez ver vermelho e uma vontade de arrebentar ela na porrada me tomou de assalto e era isso mesmo que eu faria se ele não tivesse morrido. Alícia, é dever dos pais manter os filhos em segurança, mantê-los o mais longe possível da violência e das atrocidades do mundo e do submundo. Quando vi Andrada falar com você e fazer um carinho no cabelo da Natasha, notei o mesmo olhar de quando eu era criança e naquele momento eu decidi que ele não faria nenhum mal à ruivinha pois eu sei muito bem do que ele é capaz. E já que o pai dela trouxe o perigo que eu conheço muito bem, para as suas vidas e não está aqui para ver o estrago e a merda que isso causará, eu decidi salvar a filha que ele deveria proteger. – sua declaração me pega se surpresa e fico me perguntando o que foi que ele passou na infância e porquê foi parar numa instituição para menores.
— Eu realmente não sei nem o que dizer. Não sei o que aconteceu na sua infância mas agradeço por seu empenho em proteger a minha filha. Ela me contou sobre a invasão e o quanto você foi herói ao lutar com os bandidos. E depois de tudo o que ouvi aqui, só me resta te pedir desculpas. – o pouco que ele falou da sua história me fez ver a situação de outro prisma.
— Olha Alícia como te disse, no escritório do clube, eu não tenho e nunca tive a intenção de tirar nada seu e da Natasha. Muito pelo contrário, o homem que estava com a documentação da casa e do restaurante iria te procurar e cobrar a dívida. Digamos apenas que eu o fiz repensar a sua vida e ela poderia ser longa ou curta dependendo das suas escolhas e bom, a documentação está em minhas mãos é tudo o que você precisa saber. Quanto ao seu pedido de desculpas, considere aceito. Em relação ao restaurante gostaria que se fosse possível, você não falasse nada para ninguém por enquanto. A Joana é muito boa no que faz e no máximo em quinze dias ela já deve ter um primeiro resultado da sua investigação. Falando em investigação, a partir de agora você e a Natasha terão segurança vinte quatro horas, não importa aonde forem sempre vai ter alguém de olho em vocês e antes que você fale alguma coisa, isso não é negociável. – tento argumentar mas sou impedida por uma bola de pelos negros que invade o ambiente e pula em cima de mim, para o meu total desespero e antes da primeira lambida na minha cara ouço seu dono gritar.
— APOLO!!!!!
Eita que agora o bicho vai pegar literalmente não é meninas?!
Aff, nem quero ver!!!
Mentira, quero ver sim!!!
Beijos no coração de todas vocês e até o próximo capítulo.
Não esqueçam de votar e comentar bastante, Pérolas!🥰🥰🥰
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Petrus
RomansaPetrus é um homem que não conhece o amor. Nasceu de um relacionamento conturbado, passou por poucas e boas na infância e adolescência. Já um homem feito, tem que voltar ao lugar onde viveu seu inferno particular e que ganhou o seu apelido: Diabo, p...