Ondas de pensamento

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Fico esperando sentado a sua volta,

a volta de tudo que fizeste e aconteceu.

Eu passei tanto tempo em ódio,

debatendo-me como um verme dentro do meu próprio eu.

Eu queimei a sua imagem em fogo cintilante, esperei até as cinzas para mijar nelas e profanar seu único túmulo, antes de jogar ao ar e vento.

Quis esquecer seu nome, nosso laço.

Eu nem sabia o porquê, só odiava tudo que você era e representava. Com o tempo, poli seus troféus e não joguei os pertences fora, esperando a volta; acalentei o sentimento que me correu até o osso.

Então, você voltou e eu aspirei que nada do que se passou aconteceu, pois a vida é feita de memórias gastas ao alento; e a de que poder eu cabia para lhe julgar? Não vivi na tua pele.

O problema é que existem labaredas.

Serpentes que rastejam nesse coração ardente que me atenho. Elas comem as bordas e injetam veneno toda vez que sinto algo voltando, como ondas de sentimentos indesejados.

Elas me lembram o porquê o queimei.

Aquela estabilidade que fingi ter se vai com o vento, as cinzas, e você; pois se tudo volta, a luta existe nessas paredes quebradas.

Se tudo realmente volta, eu tenho mais uma vez a faca na mão e o poder de te julgar; destruir aquela percepção nova.

Mas não há o quê acalentar de um coração apertado vindo de uma mente perdida e jovem.

Terminamos em: quem sou eu para te julgar? Quem és você para me criticar?

Porém, enquanto eu recuo... Você...

Bem, você avança.

Eu nunca fui forte o bastante.

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