pelo menos ninguém morreu

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Da ausência de tudo e
Da presença de tudo,
Numa cacofonia bizarra
Que matou e derreteu meu cérebro,
Levando o coração às lágrimas e a
Carne às brasas.

Eu estou cansado.
Cansado do velho problema.
Cansado das velhas palavras.
Cansado das velhas imagens.
Estou cansado da repetição.

Da ausência de tudo e
Da presença de tudo.

Dizem que a ausência de algo marca
Tanto, às vezes, quanto a presença de algo.
É que somos presos a esses mesmos padrões e
Esperanças vãs.

E que, acima disso, somos incapazes de rasgar esse canal de emoções fora.
Contamos histórias, cantamos, ouvimos as ondas e equalizamos nossos cérebros...
Sendo sozinhos em uma espécie em que isso seria sinônimo de morte.

Numa cacofonia bizarra
Que matou e derreteu meu cérebro,
Levando o coração às lágrimas e a
Carne às brasas.

Do desejo de solidão para lidar com as emoções, mas os sussurros das paredes persistindo para não lhe abandonar.

Mas por que não iriam, quando ficam apenas para apertar suas feridas invés de colocar corativos?

Entre sentir dores atoa e velejar sozinho, eu peguei meu barco e gostaria de subir a âncora.

Eu queria desistir...
Desse ódio irracional, ainda mais por mim, que não tive culpa.

Da ausência de tudo e
Da presença de tudo,
Numa cacofonia bizarra
Que matou e derreteu meu cérebro,
Levando o coração às lágrimas e a
Carne às brasas.

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