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Tudo que eu fiz durante minha vida foi fugir dela. Seja em histórias, desenhos, esportes. Escondendo-me num emaranhado de letras e tons de coisas que eu nunca vivi, e que nunca poderei viver.

Fugi tanto dessa vida que olhando para ela agora a expectativa de continuar fazendo algo só traz a sensação de fracasso. Traz a sensação de que você nunca vai passar de um ponto de que você não queria de verdade.

E que esse hábito de deixar a vida para trás vai fazer com que a vida te deixe para trás.

Assim, escondida entre alguns livros estranhos medianos de aspirações nunca exploradas, de canções nunca cantadas e de coisas que talvez nunca tivessem valido a pena ter vivido.

Parece que eu sempre estarei lá nesse ponto, olhando para as maiores visualizações como artes visuais, ou um violão, pensando em querer tocá-los; mas não querer o suficiente para dedicar o tempo de uma vida que você não vai ter mais.

Afinal, qual o ponto disso? Fazer algo que você quer quando o que você realmente quer fazer não existe?

— 02/01/21

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