Capítulo Vinte de Quatro

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Ao colocar a mão na maçaneta, a porta se abre rapidamente sem você fazer alguma força para abri-la.


Era ele na sua frente, ao vivo e a cores.


- Você quer conversar? - ele pergunta.


- Podemos? Agora?


- Sim.

Ao entrar, você sentiu as borboletas revirarem no seu estômago lhe fazendo sentar no chão no mesmo instante que entrou.


Na sua cabeça não sabia o que falaria ou como agir na presença dele, nem parece que se agarraram na noite anterior. Te dá vergonha apenas de imaginar.


- Pode falar. - ele diz sentando ao seu lado.


- F-falar? Falar o quê? - você diz gaguejando olhando para um lugar fixo.


- Não veio aqui para isso? Ou você qu-


- É que realmente não tenho nada para lhe dizer, não sei o que fazer em relação o que aconteceu ontem. - um nó se instalou em minha garganta quando percebi que ele estava olhando diretamente em seus olhos.


Ele apenas se levanta, e logo se agacha em frente ao seu corpo fitando o olhar no seu e abre um pequeno sorriso.


- Não precisa dizer nada, podemos ficar aqui olhando para nada juntos, se quiser.


O que ele quis dizer com isso?


Ficamos assim, permanecemos em silêncio por exatos 10 minutos, sem nenhuma palavra trocada, nenhum olhar direto, apenas duas pessoas tentando lidar com a pressão do clima no local.


Você soltou um longo suspiro, cansada de ficar quieta;


- Preciso ir. - você fala enquanto andava em direção a porta.


- Não, não vá agora... Preciso de você aqui. - L diz com a voz aguda.


- Precisa de mim?


- É, quer dizer, preciso de sua ajuda com algo. - se corrige.


- Ah, certo. Eu posso ajudá-lo. Mas com o que? - ele parecia estar mentindo sobre isso, não há nada em que posso ajudá-lo. - Sei que está mentindo.


- Eu sei. Mas parece estranho o que aconteceu ontem, essa sensação de querer sentir e querer sempre algo a mais quando estou com você. - ele admitiu.


Passamos cerca de três segundo nos olhando, sem reação . No quarto segundo, percebi que estávamos nos aproximando. E no quinto já estávamos cara a cara. Senti sua respiração acelerada ao se aproximar mais do meu rosto.


E lentamente fecho os meus olhos sentindo o seus lábios encostarem nos meus. Sua mão direita alisava meu rosto carinhosamente, enquanto a outra descia segurando firmemente minha cintura e a apertando com seus longos dedos.


Meus dedos se entrelaçavam cada vez mais forte em seus cabelos a medida em que o beijo ia se intensificando.


Por um momento paramos e nos olhamos como se aquilo fosse um erro horrível que havíamos cometido, mas ele me encarou com tanta intensidade que um forte magnetismo nos puxou de volta.


De fato, eu queria sentir aquilo por mais vezes.


E ele também.

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𝖆𝖋𝖋𝖊𝖈𝖙𝖎𝖔𝖓 𝖋𝖔𝖗 𝖞𝖔𝖚-{L.Lawliet}Onde histórias criam vida. Descubra agora