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Quando Severus e Harry passaram pelas alas e entraram na Mansão, tudo ficou em silêncio. A casa tinha uma sensação pesada, como se estivesse prendendo a respiração. Os elfos não estavam à vista, e nem um único som humano podia ser ouvido. Harry estremeceu. Era como se a casa estivesse de luto. Harry ficou no vestíbulo, incerto. Ele ainda estava um pouco instável em seus pés, e a tensão fez com que todos os seus sintomas piorassem. Ele cambaleou um pouco, e então disse: "Senhor?"

"Pelo amor de Deus, Harry, me chame de Severus," Snape disse, agarrando seu braço para firmá-lo. "Acho que já compartilhamos sentimentos suficientes hoje para justificar isso."

"Tudo bem," Harry disse suavemente, e um pouco de sua ansiedade diminuiu. Severus estava cuidando dele, de uma forma ou de outra, desde que chegou a Hogwarts, e ele era um bom homem. Talvez, se Harry fosse muito cuidadoso, ele seria capaz de evitar fazer qualquer coisa para estragar as coisas, e afugentar Severus.

"Eu vou checar Nosso Senhor, Harry. Você deseja vir?"

Harry balançou a cabeça, então franziu a testa, assentiu, e então balançou a cabeça novamente, dando a Severus um olhar suplicante. "Bem, uma vez que você resolver isso, me avise. Não é como se houvesse alguma urgência ou algo assim," Severus murmurou, mas ele também deu a Harry um sorrisinho surpreendentemente carinhoso, e Harry sentiu um calor inesperado inundá-lo.

Ele sorriu timidamente de volta e disse: "Você vai. Eu só estarei no caminho."

Severus assentiu, dizendo: "Descanse um pouco, Harry." e caminhou na direção da escada.

Uma voz suave disse, "S-Severus?", e ele se virou para encontrar Harry mordendo o lábio.

"O que é isso?"

"Você vai me avisar? Como ele está?"

"Eu vou encontrá-lo em breve," Severus prometeu. Quando ele entrou nos aposentos do Lorde das Trevas, as cortinas foram fechadas, e uma vela solitária era a única fonte de luz. A atmosfera estava tensa, como se os ocupantes estivessem prendendo a respiração. "Cissa?"

"Eu não posso fazê-lo acordar," ela disse calmamente. "É como se ele tivesse dormido sem sonhos. Seus níveis mágicos estão se esgotando. Eu dei a ele uma poção restauradora e enfeitiçamos um pouco de nossa magia nele diretamente, mas ela se dissipa quase imediatamente.

"Hmm," Severus suspirou.

"Você encontrou Harry?" Lúcio perguntou.

"Eu fiz. Ele estava na casa Black em Londres. Ele tinha um elfo doméstico louco protegendo-o. O monstrinho me acertou o cérebro com uma frigideira."

"Ele está bem?" Narcisa perguntou bruscamente.

"Ele está bem. Eu o trouxe de volta comigo."

— No entanto, você conseguiu que ele concordasse com isso?

Severo sorriu. "Dizendo a ele que ele não precisava."

"Severus," Narcissa disse, "Você acha que Harry estaria disposto a compartilhar magia com Nosso Senhor? Funcionou ao contrário quando Harry não estava bem."

"Nós precisamos ter certeza que a magia de Harry está estável o suficiente antes de fazer isso. Ele também está bastante enfraquecido, mas nem de longe tão mal quanto Nosso Senhor."

"Eu vou pegá-lo," Draco disse, levantando-se de onde estava sentado quietamente. Severus o observou partir com orgulho. Draco tinha sido uma maçã mimada e exagerada aos olhos coletivos de seus pais. Tinha feito bem para ele ter um 'irmão' com quem dividir a atenção.

Draco estava pensativo enquanto caminhava pela Mansão. No começo, ele ficou irritado com a presença de Potter na Mansão quando ele chegou para as férias, mas as semanas aqui abriram seus olhos. Potter... Harry, ele supôs, era uma pessoa diferente do que ele supunha. Vê-lo assim, intimidado e subjugado, forçou Draco a ver seu rival de longa data de forma diferente. Uma vez, como crianças briguentas, parecia que nada faria Harry vacilar. Ele lidou com suas dificuldades e enfrentou suas batalhas com mais bravura do que qualquer outra pessoa que Draco conhecia. Draco sabia disso, porque ele sempre observou o Escolhido de perto, às vezes com ciúmes, às vezes com admiração cuidadosamente escondida. Doeu ver que ele era humano, afinal. Draco queria ver o garotinho duro e esquelético que olhava para ele através de uma franja bagunçada, não este homem quebrado. Se ele pensasse sobre isso, Harry nunca teve ninguém para amá-lo como ele era. Até mesmo seus chamados melhores amigos o empurraram para ser o garoto herói que o resto do mundo via. Seus pais tinham sido bons para Harry, Draco percebeu, mas eles não iriam pressioná-lo, eles simplesmente mostrariam a ele o quão amado ele era.

Possession [ TRADUÇÃO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora