16° Capítulo. Ecos de amor.

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16° Capítulo.

Ecos de amor.

Hoje é primeiro de dezembro e, está quente, sinto que a qualquer momento dois Hobbits vão entrar pela minha porta e jogar um anel na minha sala, o ar está quebrado e eu e Felipe vamos comprar um novo, claro que isso já tem uma semana, ele tem sempre um argumento sobre que modelo comprar, sobre como pode tornar as crianças alérgicas se comprarmos o modelo errado.

Imagine o meu choque quando descobri o que me irritava em Felipe... sim, ele tem defeitos e eu quase chorei de felicidade ao saber que ele era humano como eu, ele é muito neurótico quanto a limpeza e bagunça, pensa umas mil vezes antes de comprar alguma coisa, não que tudo isso chega a ser um ponto completamente ruim..., mas é que eu sou bagunceira e um pouco desleixada em relação a minha casa, se eu tenho dinheiro e posso comprar... eu compro! Sem culpa ou remorso. Engraçado foi quando fomos comprar enfeites para a nossa casa, é o primeiro Natal de Rafael, o primeiro em que ele vai ver o papai Noel e, presentes em baixo da arvores e um jantar com uma família grande e, também o primeiro natal com ele como meu filho. Enfim... Felipe e Rafael pareciam ter a mesma idade correndo com o carinho e pegando os enfeites e papéis de presente, gritando dentro da loja músicas de natal, claro que eu e Lucia fingimos não conhecer ambos enquanto comprávamos outras coisas, nos duas estávamos nos divertindo no nosso momento "menininha".

Eu amei andar com as sacolas e nossos filhos pelo shopping comprando presentes e roupas na Black-Friday, foi um dia perfeito em Família, as crianças estavam felizes e aqueles dias negros e turvos se tornaram pesadelos que foram esquecidos finalmente quando a luz veio para nós, esse pequeno grupo de feridos, dizem que a felicidade plena não existe, mas eu estou completamente feliz, feliz nessa casa quente e abafada por causa do calor do verão de dezembro.

–Mãe, o pai disse que colocou o seu celular para apitar toda vez que tiver que tomar água porque hoje está muito quente. –Rafael atualmente tem chamado Felipe de pai, o que causou uma crise de choro nele quando meu menino disse pela primeira vez, foi tão natural quanto espirrar, Rafael caiu na gruma correndo com Lucia e Charlote o que abriu um sorriso no dedão, Felipe veio correndo com a caixa de primeiros socorros e ele pediu colo, "Papai da doendo, faz passar!?", fala sério... quem não choraria?

–Eu sei filho, Felipe me disse hoje quando veio deixar as caixas da mudança amor. –Ele sorri correndo para a geladeira e a abrindo para pegar a garrafinha dele. –Pega a minha também querido.

–Oh mãe!!? Posso pegar esse bolo? –Ainda não almoçamos, Felipe disse que vinha para casa para irmos almoçar fora, se eu deixá-lo comer não vai ter fome na hora do almoço. –Mainha? A senhora está me ouvindo?

–O que acha de dividir uma maçã comigo? Deixa o bolo para comer mais tarde vendo um desenho. –Posso ver a careta se formando, ele atualmente tem agido mais com egoísmo, faz birra e muito verborrágico, eu fico tão feliz, crianças da idade dele tem que agir assim, claro que não estou falando malcriação! Estou falando do comportamento típico infantil onde a criança se sente livre para se expressar sem medo de sofrer uma agressão. –Espera que eu corto para a gente.

–Ok, mas só vou comer a maçã porque a Lucia vai querer comer bolo comigo quando ela voltar do balé. –Eu conheço bem meu filho para saber só pelo seu tom, que ele não está nada satisfeito com isso. –Eu quero comer um pedaço bem grande carne quando formos comer.

Rafael veio com duas maçãs nas mãos e me entregou uma, pelo jeito ele estava mesmo com muita fome, ele se senta ao meu lado e deita a cabeça no meu colo, faço um carinho em seus cachinhos enquanto ele come vendo o programa que passava na televisão, esses momentos são preciosos para mim, sempre pensei que para uma mãe eu teria que gerar, mas aqui estou eu com meu menino e é tão profundo e genuíno, agora eu sei que alguns sofrimentos que passamos é por escolha, por manter a mente fechada.

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