𝐏𝐑𝐈𝐌𝐄𝐈𝐑𝐎

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Minha bexiga vai estourar.

Era nisso que dava faltar aula e sair correndo da faculdade, por que? 'Pra assistir jogo no estádio.

Só não vou reclamar porque o David, o destrambelhado do meu irmão, conseguiu o ingresso num camarote a preço de banana —— dizendo ele, eu não confiava, mas tava indo mesmo assim.

O Maracanã estava lotado, era o primeiro jogo do elenco principal do Flamengo no ano. Ninguém estava nem aí que era contra o Boa Vista, todo mundo estava ansioso pra ver como o elenco ia se sair com o novo técnico. Eu só queria beber uma cerveja e descansar porque a faculdade estava me matando, mas antes precisava ir ao banheiro.

Essa missão estava se tornando impossível, o lateral direito do Flamengo, que não tinha sido relacionado pro jogo, resolveu fazer uma aparição surpresa na arquibancada e agora ele estava sendo engolido pelos torcedores no meio do corredor. Eu achava pouco pra ele, como jogador deveria saber que a galera que torce pro Flamengo é tudo pirada das ideias —— e sim, estou me incluindo nisso.

Meu celular começou a tocar Bad Blood da Taylor Swift alto o suficiente pro cara que estava ao meu lado fazer uma careta, eu puxei o aparelho velho do bolso pela décima vez em 15 minutos.

—Meu Deus, David! — Gritei pra ele, querendo mandar o cara do meu lado pra casa do caralho de tanto que ele batia o cotovelo em mim — Tá congestionado aqui mano, já falei dez vezes!

—O jogo vai começar, pirralha. E a cerveja vai ficar quente — Ele avisou.

—Licença, moço — Pedi me enfiando no meio de dois caras enormes — Eu tô tentando ir no banheiro, vê se para de me ligar, nem dá pra te escutar no meio desse bando de retardado gritando o nome do jogador que tá sei lá aonde — Resmunguei, soltando um palavrão quando alguém pisou meu all star branco.

Eu ia passar aquela porrada de gente ou não me chamava Alana, ah se ia!

Comecei o perrengue, tentei me segurar e não xingar de volta quando saí passando um por um, a porcaria do celular na minha mão vibrando mais que tudo, Bad Blood tocando a plenos pulmões repetidas vezes.

Qual é, o Matheuzinho não era nem tão famoso assim pra ter esse tanto de gente ao redor dele, aposto que tinham mentido falando que era o Gabigol, aposto.

—Aí! — Um filho de Deus me empurrou, isso fez com que eu fosse pra frente, esbarrando no ombro do cara que estava a minha frente.

Por obra de Deus —— ou de outro carinha lá de baixo que não precisa ser nomeado —— o cara também estava com o celular na mão e o choque fez com que nossos aparelhos caíssem no chão.

Eu fiquei vendo a cena acontecer na minha frente em câmera lenta, meu celular batendo no dele, os dois girando no ar e se estabacando no chão, gente pisando por cima... O coitado do meu celular já estava pedindo arrego, não sabia se sobreviveria depois daquilo. 

𝐓𝐑𝐎𝐂𝐀 𝐃𝐄 𝐂𝐄𝐋𝐔𝐋𝐀𝐑𝐄𝐒 • 𝐌𝐀𝐓𝐇𝐄𝐔𝐙𝐈𝐍𝐇𝐎 Onde histórias criam vida. Descubra agora