𝐃𝐄𝐂𝐈𝐌𝐎 𝐎𝐈𝐓𝐀𝐕𝐎

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—Não me amola demais, Matheus — Resmunguei tentando me concentrar, ele jogou meu cabelo pro lado e beijou meu pescoço como resposta — Sai daqui, cara — Empurrei minha cadeira pra trás, esmagando o dedo mindinho dele no processo

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—Não me amola demais, Matheus — Resmunguei tentando me concentrar, ele jogou meu cabelo pro lado e beijou meu pescoço como resposta — Sai daqui, cara — Empurrei minha cadeira pra trás, esmagando o dedo mindinho dele no processo.

—Aí caralho — Ele xingou e saiu pulando igual o saci pererê até a cama — Acabei de sair do DM e você já quer me mandar pra lá de novo?

—Que Deus e a torcida do flamengo me perdoem, mas você no DM é sinal de tempo — Mostrei um sorrisinho de lado pra ele.

—Olha que safada — Me jogou uma das pelúcias que ficava na minha cama.

—Fala sério, Matheus — Revirei os olhos, pegando a pelúcia no ar — Quando você falou que tava aí não imaginei que fosse fosse verdade. Qualé, são cinco horas da tarde — Fuzilei ele com o olhar.

Dei uma analisada na situação.

O bonito estava sentado na beirinha da minha cama, com a bunda bem em cima da cara da Barbie no forro de cama. Tudo culpa da minha mãe. Dei uma saidinha e quando voltei meu quarto tinha rosa Pink espalhado por todo lado.

—Eu vim do treino direto pra cá, peguei uma carona com seu irmão — Me deu um sorrisinho de lado.

—E vai embora de ônibus amanhã? Ou vai tentar a sorte de entrar num uber de madrugada? — Ergui uma sobrancelha.

—Quanto pessimismo — Mordeu o lábio, dando uma olhada pras minhas pernas enquanto eu as cruzava sobre a cadeira — Vou dar um jeito amanhã.

—Você acabou de se autoconvidar pra dormir comigo ou eu tô ficando doida? — Franzi o cenho.

—Doida você já é, convenhamos — Soltou uma risada, eu joguei a pelúcia rosa shocking bem no meio da cara dele — Calma aí, tá muito violenta hoje.

—Você tá atrapalhando meu trabalho! Eu preciso entregar esse aplicativo antes de segunda e não vou ter tempo amanhã por causa do casamento — Girei a cadeira e voltei a encarar a tela do computador.

PRONTO. Agora tinha perdido o fio da meada. O que eu tava fazendo antes? Ajustando a caixa de comentários ou fazendo a barra de pesquisas?

—Esse aí não é o aplicativo da Alice? — Matheus pergunta, já está de pé e atrás de mim de novo.

Ele não combina nada com meu quarto. Isso daqui é uma zona. Uma das portas do guarda-roupa tá caindo e tem um moletom pendurado. Não vou nem falar do tapete de crochê do flamengo que minha mãe fez a não sei quantos anos e das paredes cheias de frase que eu mesma pichei quando ainda era adolescente. Dou uma olhadinha pra ele pelo reflexo do computador, observando que o short jeans que devia custar mais que meu celular e a blusa da adidas, com certeza original.

Ele só chegava nos piores momentos. Tô usando um short de moletom tão velho que tenho certeza que dá pra ver a calcinha preta por baixo, não vou nem citar a blusa do flamengo que comprei de um camelô e tem o número do Gabigol atrás, senão o latera simplesmente tem um surto.

𝐓𝐑𝐎𝐂𝐀 𝐃𝐄 𝐂𝐄𝐋𝐔𝐋𝐀𝐑𝐄𝐒 • 𝐌𝐀𝐓𝐇𝐄𝐔𝐙𝐈𝐍𝐇𝐎 Onde histórias criam vida. Descubra agora