Ótimo.
Draco pensou.
Era tudo o que eu precisava.
Ele não fazia ideia de quem havia sujado o sangue Malfoy, que foi seguido puro por gerações e gerações de gerações. Porém cá estava ele: nu, despido, peladinho - ou como você preferir chamar - de frente para o espelho. Sua pele alva clara estava mais pálida que o usual, por mais que suave; seu corpo estava magro, porém ainda belo. Seus cabelos que chegavam a altura do ombro estavam sedosos e macios, cheirosos pelo recente banho, mas ainda assim não parecia nada com o ninho de mafagafo que seus fios haviam se tornado.
Após a derrota do Lorde das Trevas (graças a Merlin!), Draco mal se cuidava e mal saia de casa. Havia perdido gente demais, "amigos" demais, mas não só isso, ele perdeu tudo. Status, contatos, dinheiro, e agora o sangue puro. Abraxas Malfoy, seu avô, provavelmente se revirava em seu túmulo, amaldiçoado qualquer geração que venha após Draco.
- Querido? - Sua mãe chamou após bater na porta, mas não a abrindo. - Quer conversar?
Desde a prisão de seu pai, Narcisa e Draco vem tentando reconstruir laços que o sobrenome Malfoy não permitia. Eles estavam cedendo ao sentimentalismo, eles estavam se permitindo serem eles mesmos, pelo menos dentro de casa. Entretanto, Draco não saia de casa por se sentir doente, e Narcisa não saia de casa pela decisão do Ministério de Bruxaria de Londres.
Provavelmente toda família Malfoy teria tido o mesmo fim que o patriarca, Azkaban, porém graças ao heroísmo (que tantas vezes Draco odiou e julgou) salvou a pele de sua mãe e sua, permitindo pelo menos conforto para a mais velha e uma segunda chance ao loiro. Segunda chance.
- Draco. - O chamado veio novamente, acordando Draco de seus pensamentos. O tom era ameaçador, mas ainda tinha a sutileza de Narcisa.
Draco sorriu e caminhou até sua cama, pegando sobre ela sua camiseta grande, que cobria seu corpo até sua coxa. A passos apressados, mas de mesma elegância, o Malfoy menor atravessou seu quarto em direção de sua porta, a abrindo.
Suspirou.
Em momentos de glória ele teria tido um Elfo doméstico para abrir-lhe a porta. Graças ao - Apoio de Libertação de Elfos domésticos? Algo assim - de Granger, os Elfos tem o direito de decidir se não querem mais trabalhar para tão família ou não e lógico, os que "trabalhavam" na Malfoy Manor optaram por irem embora. Mas não é como se Draco pudesse julgar, ele nunca foi um adorador daqueles bichinhos pequenos e orelhudos e, quando criança, cego pelas opiniões dos pais, ele maltratou muito a todos os Elfos. Isso mudou em seu primeiro ano na escola, onde, por ter sido superado pela Hermione Granger em transfiguração, seu pai o puniu como punia os Elfos, forçando a mente infantil de Draco a se humilhar e ser rebaixado a um mero Elfo.
Dobby foi um dos sete Elfos que se compadeceu com o menino e, no período das férias, se tornaram... Amigos.
- Oi, mamãe. - Sorriu fraco para a mais velha, apertando a barra de sua camiseta entre seus finos e longos dedos.
Ele não estava nem um pouco afim de conversar com sua mãe sobre o que o Medibruxo conversara, mas sempre era bom falar e sempre era bom desabafar.
Draco descobriu, com certo atraso, que o que mais adorava fazer era falar. Sobre tudo. Ele só gostava de falar, assim como apreciava ouvir.
- Oi, querido. - A mulher de cabelo bicolor o cumprimentou com um selar na bochecha magra do maior, passando por este e adentrando o quarto, indo direto para uma porta de correr dupla que revelava um outro cômodo mediano, seu closet. - Vou escolher sua roupa, você irá se vestir, irá descer e há de conversar comigo. - Ditava em ordem enquanto passava pelos cabides e pelas prateleiras repletas de roupas, não esquecendo de pegar roupa íntima e nem mesmo sapatos sociais. Seus passos rítmicos seguiram até a uma poltrona de cor verde sálvia e ajeitou as peças de forma organizada, se virando para seu filho depois e batendo suas mãos delicadas em seu vestido longo e levemente rodado, preto. - Me encontre no segundo jardim, estarei te esperando às quatro e meia para o chá da tarde. Não se atrase.
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Not A Little Veela
Fanfiction{DRARRY} Draco se descobre Veela nas férias antes de seu oitavo ano em Hogwarts. Como não encontrou seu parceiro, Draco sente dores infernais e quase desiste de ir para escola de magia e bruxaria. Narcisa, sua mãe, com muito custo o faz mudar de id...