Dias Difíceis

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A semana passa voando, chega o final de semana e está sendo cada vez mais uma tortura ver Adryene no Hotel todos os dias e não poder abraçá-la, tocá-la, beijá-la. Eu a vejo, mas ela não me vê e percebi sim que ela faz de tudo para fugir de mim, como falei para Margot, não quero pressioná-la, mas confesso que estou a beira da loucura e muito mal com essa frieza dela.

Me apaixonei por essa mulher. Sim, isso mesmo, me apaixonei. Se ela me dissesse o que eu fiz, com toda certeza, por mais que seja algo muito grave, eu iria me redimir e fazer de tudo para que ela me perdoasse, quero ela na minha vida. Me vejo ao lado dela para o resto de nossas vidas. Quero cuidar dela, dos filhos e da família dela se assim me permitir.

Preciso encontrar uma forma de conversarmos e saber o que eu fiz. Nunca mais dormi em casa desde aquela noite que passamos juntos. Hoje vim em casa para pegar alguns documentos e algumas roupas e vou voltar para o Hotel, lá pelo menos me sinto mais próximo dela.

- Daniel?

Margot está muito preocupada comigo. Ela é minha segunda mãe, cuida de mim e as vezes me sinto mal por não passar muito tempo com ela.

- Oi Margot, está tudo bem?

- Eu estou bem meu filho, mas vejo que você não está e sei que não é muito de ter amigos e não se abre com ninguém e guardar tudo para você vai acabar te adoencendo. Se precisar desabafar e quiser um conselho de alguém que já passou por muita coisa na vida, estou aqui para te ouvir.

Sorrio para Margot, pego sua mão e dou um beijo, realmente preciso conversar com alguém, preciso colocar para fora, pois sinto que vou explodir.

- O que faço quando dói o coração e dói a alma, Margot? Não estou só com o coração partido, mas sinto que minha alma está despedaçada também.

- É sobre a Adryene não é? Ainda não e encontraram?

- Sim, é minha princesa. E, sim, já nos vimos, ela trabalha lá no Hotel.

Margot coloca a mão no rosto e me lembro da obra de arte O Grito, dou um sorriso tímido com esse pensamento.

- Ela trabalha lá? Você não sabia que ela iria trabalhar lá?

- Não. A vi enquanto ela arrumava meu quarto, tentei falar com ela, mas ela fugiu de mim, eu a vejo todos os dias, mas não a pressiono, ela faz de tudo para não me ver.

- Ela não deu entender nada sobre o que a magoou?

- Ela comentou sobre mensagens, mas eu revirei meu celular inteiro e não encontrei absolutamente nada que pudesse ter ofendido minha princesa.

Passo as mãos no rosto e sinto que vou chorar, mas me seguro, não quero chorar na frente de Margot, ela ficará ainda mais preocupada.

- Acho que você está deixando passar algumas coisa. Esfria a cabeça e verifica com calma, ela não falaria de mensagens se não tivesse algo, acho que ela não está falando das suas mensagens direcionadas a ela.

- Como assim?

- Não sei dizer meu menino. É somente intuição. Toma um banho, descansa um pouco. Vou preparar algo para você comer, você precisa pensar numa forma de fazê-la te ouvir, faça ela dar atenção a você. Vai arejar a cabeça um pouco. Coloque suas idéias em ordem e depois a procure, nem que para isso você tenha que ir até ela, porque esperar ela vir, talvez ela não faça isso. - ela se senta ao meu lado e segura minhas mãos - meu filho, sei que você tem um bloqueio com sentimentos, mas ela tem que saber o que você sente. Não esconda sentimentos, faça isso enquanto vocês estão aqui. Ela deve ser uma pessoa insegura. Você sabe algo do passado dela?

- Não. Só sei que ela se divorciou e tem três filhos.

- Talvez ela tenha algum trauma que a faça ser assim com os dois pés atrás com as pessoas.

Tudo que Margot diz está martelando na minha cabeça. Talvez ela tenha razão.

- Obrigado Margot, você sabe que eu te amo não é? Você é minha segunda mãe e eu te respeito muito.

- Eu sei meu filho, eu também amo você como o filho que nunca tive. Mas você também precisa dizer a Adryene sobre seu amor por ela.

Dou um beijo na testa da Margot e vou para meu quarto e o cheiro de Adryene ainda está aqui e isso faz meu coração sangrar. Vou tomar um banho e sair para arejar a cabeça. Me sinto angustiado e aflito, como se algo fosse acontecer e mudar o rumo das coisas. Esse sentimento é estranho, me causa euforia, não sei se isso é bom ou ruim, mas preciso tentar esfriar a cabeça para não cometer uma loucura. Estou a ponto de prender Adryene no meu quarto do hotel e não deixá-la sair até que eu consiga entender tudo o que está acontecendo.

Termino meu banho, me arrumo para parecer apresentável para sair à rua.

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Nota da Autora

E ai meus amores, o que estão achando? Será que Daniel vai conseguir falar com Adryene? Será que eles irão se entender? E o que acharam da Margot? Eu tenho vontade de colocá-la num potinho e guardar.







O RECOMEÇOOnde histórias criam vida. Descubra agora