Alta Médica

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Adryene

Uma semana se passou e foi horrível. Parece que a ficha está caindo aos poucos com tudo o que aconteceu. April contou para minha irmã o que houve e ela surtou, queria que eu fosse embora imediatamente, mas ainda tenho um longo processo de recuperação e uma viagem agora não seria viável, Daniel também surtou quando falei que minha família queria que eu fosse embora.

Ele sugeriu mandar passagens para eles virem para cá, mas para eles também não seria viável, eles tem trabalhos, escolas, não poderiam vir e largar tudo. Falei para minha irmã que pensaria no retorno assim que me recuperasse, mas claro que isso não comentei com Daniel, ele estava muito sensível e chorava por tudo.

Eu também tive meus momentos de surto, quando consigo dormir, acabo sonhando com aquele verme me agarrando e me batendo, acordo chorando e gritando e acabo lembrando do bebe que perdi. Isso me dói na alma.

Em um desses momentos, Daniel havia saído para buscar algumas roupas pata mim que ele havia levado para a casa dele para Margot lavar e quem me ajudou a acalmar foi o Dr Richard, Daniel chegou bem na hora em que o Dr me abraçou e teve uma crise de ciúmes, o Dr ficou sem graça, pediu desculpas e saiu, depois conversei com Daniel explicando o que houve e ele se desculpou com o Dr, afinal ele está com medo de todos os homens que se aproximam de mim, chegou a proibir enfermeiros de entrarem no quarto.

Dr Richard vem até o quarto para conversar com a gente.

- Bom dia, como está a minha paciente mais paciente que existe? - Daniel resmunga, mas não fala nada.

- Estou bem Dr, na medida do possível. Eu ainda preciso ficar com o Tórax imobilizado? Quero poder me mexer, ir ao banheiro sozinha, tomar um banho decente. - O Dr sorri e Daniel troce o nariz.

- Sim, você precisa ficar mais um tempo imobilizada, mas tenho uma boa notícia. Quer ouvir agora ou quer que eu volte depois?

- Pelo amor de Jesus, se o Sr sair daqui sem me falar a boa notícia, eu juro que saio desse quarto e te busco com essa bendita comadre e taco na sua cabeça.

O Dr sorri, ele sabe que eu não gosto que enrolem para falar as coisas para mim e faz para me provocar e Daniel não gosta da maneira que nos tratamos, mas o Dr tem sido muito bom no meu acompanhamento, não tem nada de mais.

- Não quero levar uma comadre na cabeça, então vou falar logo. - ele se senta na cama e Daniel se aproxima e senta ao meu lado me abraçando e o encarando. - Vou te dar alta hoje, mas preciso que me garanta que irá fazer repouso absoluto em casa, nada de se esforçar e quero que volte aqui em 15 dias para refazermos exames e quem sabe tirar essa imobilização, ok?

- Eu prometo o que quiser desde que eu possa sair daqui.

- Ela irá fazer repouso sim. Posso assegurar isso, Margot já disse que não vai deixá-la fazer absolutamente nada e que irá cuidar dela quando eu precisar me ausentar, já que eu ficarei a maior parte do tempo em casa trabalhando Home Office.

- Ótimo. Então dona curiosa, vá se arrumar que já já eu volto com sua alta e suas receitas.

Ele disse isso dando um tapinha na minha mão e Daniel quase explode de tão vermelho que ficou. Eu apenas sorrio para Daniel e o beijo assim que o médico sai.

- Sr ciumento, porque está tão vermelho assim? - pergunto rindo.

- Ele precisa ser tão atencioso e ficar te tocando assim o tempo todo? - Sorrio, mas ainda sinto dor até para rir, então Daniel se preocupa.

O RECOMEÇOOnde histórias criam vida. Descubra agora