Serena Pellegrini, uma garota criada dentro de uma redoma resistente, mas que está prestes a declinar depois que verdades foram descobertas e passados trazidos à tona, vai tentar de tudo para não cumprir com a obrigação de ter que seguir com os mand...
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A ressonância foi feita e ainda fui submetida a outros exames que me deixaram extremamente cansada; por eu estar esses dias apenas deitada, me foi recomendado levantar para fazer uma caminhada de pelo menos dez minutos, para que assim outro problema não acabasse surgindo por causa da falta de circulação sanguínea nas pernas devido a mesma posição diária.
Acredito que a médica ao perceber minha melhora, autorizou que eu saísse do quarto — ainda que com o soro suspenso — para que eu pedisse para me deixarem ver a Arabella um pouco, já que estamos no mesmo andar, só que em lados completamente opostos.
Fiz o pedido e as enfermeiras me acompanharam pelo corredor; como resultado de um corpo ainda fragilizado, precisei parar, me sentar e respirar fundo, pois o enjoo e a dor de cabeça são pontos fortes dessa bomba que ainda circula na minha corrente sanguínea. Contudo, eu sentia que precisava ver a mãe da Louise, a mulher que de início eu senti uma aversão tão profunda.
Eu a culpava, por tudo que o meu pai fazia a minha mãe e eu passar.
Por todo o sofrimento que tínhamos que passar...
Eu tinha muita raiva e isso duplicou quando ela apareceu de súbito na minha vida e como resultado, o meu pai já repleto de confusão mental e de atitudes, ficou ainda mais instável quando descobriu que não só a Arabella tinha voltado, como também a sua filha, a Louise, a mulher que desde o casamento com o Mikhail e a sua chegada dentro da família, causou um impacto extremamente forte, pois ele já reconhecia que havia algo familiar e semelhante na face da minha então irmã por parte de pai.
Arabella e a Louise, ambas tiradas dele quando a Bella ainda gestava a Louise em seu ventre.
Não foi nenhum pouco fácil enxergar o lado das vítimas dessa história, por mais óbvio que fosse.
Eu estava cega de raiva por ver o homem que eu tanto lutei para prestar o mínimo de atenção em mim, me esquecer ainda mais, escanteando-me, e se voltando para a verdadeira família, como minha mãe tanto repetia desde que eu era pequena, quando eu ia pedir o colo do meu pai, mas apenas recebia em troca seus gritos desinteressados e sem paciência por eu estar insistindo em uma coisa que ele não queria e jamais iria me dar.
Assim como não dá até hoje, mas, ainda assim, eu fiz e fazia de tudo para que o meu pai enxergasse um pouco da sua filha.
Eu lutei pelo meu pai, mas ele em nenhum momento lutou por mim.
Eu tentava tirar dele qualquer migalha de afeto que fosse, mas nunca recebi nada...
Absolutamente nada.
Às vezes, até parecia que eu não existia tamanha indiferença dele comigo.
Minha mãe sempre fixou na minha cabeça que se não fosse a primeira esposa dele, nós seriamos felizes, assim como ele foi com ela... Minha mãe falava coisas terríveis sobre a Arabella e quando ela repetia os insultos na frente dele, meu pai batia na minha mãe e isso foi o suficiente para que eu crescesse com a imagem da Arabella como um monstro que mesmo, aparentemente, morta, ainda era o empecilho em nossas vidas.