|CAPÍTULO - 39|

2K 336 283
                                    

Depois que entrei no quarto, a minha vontade foi descer novamente — para ir atrás da Rachel — e expressar o quanto a ameaça não me amedrontou, muito embora eu tenha ficado surpresa por não esperar que depois de toda as falas mansas, mesmo quando e...

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Depois que entrei no quarto, a minha vontade foi descer novamente — para ir atrás da Rachel — e expressar o quanto a ameaça não me amedrontou, muito embora eu tenha ficado surpresa por não esperar que depois de toda as falas mansas, mesmo quando eu estava atacando-a sem nenhuma razão específica, ela fosse me abraçar tão falsamente, dizendo aquelas palavras ameaçadoras e frias.

No entanto, por mais tentada que eu estivesse, por estar em um ambiente em que tenho mais pessoas que não gostam, do que gostam de mim, fiquei quieta e só adiantei meu banho para não fazer absolutamente nada; quando eu saí do banheiro e coloquei uma roupa leve e fresca por causa do calor que ainda estava fazendo, olhando de um lado a outro percebi que tinha esquecido a sacola com os remédios e os doces no carro. No entanto, agora que já se passou um tempo desde que cheguei, decido descer para buscar, mas, antes de me aproximar da maçaneta, a porta recebe batidas leves e quando autorizo a entrada, uma menina com sobrancelhas erguidas, dando a ela uma expressão de espanto no rosto muito jovem, com traços ainda infantis, entra parcialmente, estendendo o braço e em sua mão está pendurada o saco pequeno de plástico com a logo da farmácia em que foi comprado os medicamentos.

— Não precisa ter medo de mim... — Digo um tanto confusa por ela estar agindo como se eu fosse alguém a se temer.

— Não tenho medo da senhorita, eu só... — Ela olha para mim rapidamente quando eu me aproximo e abro a porta completamente, pegando a sacola da farmácia com gentileza, agradecendo-a por ter trazido. O meu agradecimento a faz arregalar os olhos e as suas sobrancelhas levantam-se ainda mais. — Eu não posso conversar com quem fica acima de mim e... não precisa me agradecer, é minha obrigação servir ao que me mandam fazer.

— Ah não, comigo não precisa dessa formalidade toda. Não ligo para qual função você exerce e sempre que você fizer algo para mim ou a mando de alguém para trazer algo, vou agradecer. — Digo tranquilamente, o que a faz me olhar estranhamente como se eu estivesse falando coisas absurdas. — Quem ditou essas regras para você?

— É uma regra antiga, senhorita. Minha mãe disse que eu preciso seguir sem maiores perguntas, ou poderíamos perder nossas funções e como ela disse, não existe um segundo plano para empregados de uma família como essa. Sabemos demais, logo nunca podemos fazer por onde sermos expulsas.

— Compreendo, mas comigo não há necessidade. Não vou ocupar o seu tempo, imagino que tenha muita coisa para fazer. Mais uma vez, obrigada por trazer. — Elevo a mão, sacodindo a sacola. — Eu já estava me ajeitando para ir buscar.

Ela balança a cabeça, ainda me olhando estranhamente e com um meio sorriso no rosto infantil ela se vira e antes que se afaste, a chamo e dou a ela os bastões de açúcar azedo.

Até ela aceitar, tenho que insistir. E vencida pela minha persistência, pega e sai sem deixar de demonstrar o quanto um doce a fez ficar bastante feliz.

Entro no quarto, olhando os horários dos remédios e organizo as caixas no criado mudo, esperando apenas o horário para tomar.

Olho para o quarto sem graça, caminhando de um lado a outro, sem ter nada para fazer e soltando um enorme suspiro entediada, me sento na cama e fico passando o pé no carpete vermelho que não combina em nada com o quarto, comigo e com a própria casa; vendo um fiapo levantado na linha da emenda, levanto da cama e me abaixo, ajoelhando-me, sentindo um pouco de desconforto pelos joelhos ainda estarem um pouco machucados, mas me concentrando no fiapo, começo a puxar, a desfazer o carpete e quando vejo o tom amadeirado natural do piso, meus olhos até brilham de entusiasmo e quando dou por mim, o quarto, a cama, e os moveis ficam uma bagunça de carpete rasgado e pedaços enormes apoiados em cima de tudo que dava para ir colocando.

SUBJUGADA PELAS LEIS DA MÁFIA - SEQUÊNCIA I/FAMÍLIA COSTELLO IOnde histórias criam vida. Descubra agora