— Tem certeza que quer ficar nessa casa, mesmo? — Louise me pergunta quando desce, se juntando a mim.
Chegamos depois de um longo tempo presas naquela ponte, e eu estou extremamente cansada mentalmente de tanto pensar depois de tudo que vi ali.
Olho para ela, e depois desvio novamente para a porta e respiro fundo, não querendo ficar, porém... tendo que segurar a mentira de que quero ficar sim.
— Quero, não se preocupa. Vai ser melhor assim...
— Serena você está tentando enganar a pessoa errada. — Olho para ela de uma vez, e ela me olha com um semblante triste. — Você sabe que eu não vou poder fazer nada agora, estamos passando por uma transição difícil, quando pensamos que está melhorando algo acontece internamente e aqueles homens malditos fazem de tudo para por a culpa na única figura feminina dentro. Então, eu não vou conseguir ser seu apoio na hora de fugir. — Arregalo os olhos e olho de um lado a outro. — Ninguém vai nos ouvir, e os meus soldados são leais a mim, não ao Lorenzo.
— Louise eu...
— Você sabe esconder muito bem, mas eu não sou tão fácil assim de ser convencida. — Ela fala com um sorriso triste e eu abaixo os ombros, deixando a minha bolsa tocar o chão. — Não sei como você pensa em fugir, mas você olhou tanto aquela ponte que eu senti um desespero só em imaginar se o seu pensamento é esse, pular e nadar até a terra firme. É suicida demais, na verdade, fugir é suicida demais. Se der errado, o que vai acontecer com você? O que o Vincenzo faria com você se te achasse? Lembre-se que ele é diferente dos homens que você estava acostumada. Se você foge, haverá uma confusão tão grande que até que a encontrem, serão dias do mais completo inferno.
— Ninguém vai me achar, eu vou morrer para todos. — Começo, olhando-a, sentindo meu queixo trêmulo. — Louise, ninguém vai lembrar de mim depois que o tempo passar. Sempre foi assim, eu sempre fui a esquecida, sempre escanteada, nunca tive alguém que se preocupasse e quisesse tanto minha companhia. Então, desaparecer não vai trazer problemas porque eu sou completamente insignificante, até para ele, o homem que me comprou. Se eu fosse qualquer coisa, ele estaria ali naquele jantar também. Ele agiu como se eu não fosse nada, como se eu fosse só um objeto de troca que outra pessoa poderia resolver para ele. Vincenzo não vai atrás de mim, ele não vai querer ir atrás de uma garota como eu, que não vale a pena.
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SUBJUGADA PELAS LEIS DA MÁFIA - SEQUÊNCIA I/FAMÍLIA COSTELLO I
RomanceSerena Pellegrini, uma garota criada dentro de uma redoma resistente, mas que está prestes a declinar depois que verdades foram descobertas e passados trazidos à tona, vai tentar de tudo para não cumprir com a obrigação de ter que seguir com os mand...