|CAPÍTULO - 20|

2.4K 315 329
                                    

Sem Surpresas

Um coração que se enche como um aterro sanitário
Um emprego que te mata devagarinho
Feridas que não cicatrizam

Você parece tão cansado, infeliz
Derrube o governo
Eles não
Eles não nos representam

Eu vou levar uma vida tranquila
Aperto de mãos, negócio fechado com monóxido de carbono

Sem alardes e sem surpresas
Sem alardes e sem surpresas
Sem alardes e sem surpresas

Em silêncio
Em silêncio

Este é o último dos meus chiliques
Minha cólica derradeira

Sem alardes e sem surpresas
Sem alardes e sem surpresas
Sem alardes e sem surpresas
Por favor

Que casa encantadora
E que jardim encantador

Sem alardes e sem surpresas (me tira daqui)
Sem alardes e sem surpresas (me tira daqui)
Sem alardes e sem surpresas (me tira daqui)
Por favor

Sem alardes e sem surpresas (me tira daqui)Sem alardes e sem surpresas (me tira daqui)Sem alardes e sem surpresas (me tira daqui)Por favor

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

E em um piscar de olhos, o tempo voou...

A semana se passou e faltam algumas horas para eu sair dessa casa. Um filme de tudo que passei aqui ronda a minha cabeça enquanto organizo meus objetos na bolsa de viagem; guardo alguns itens de higiene e solto um suspiro, virando o rosto para o lado da porta.

Por ser cedo me permiti fechá-la, para não ter a surpresa de ter o meu pai entrando silencioso, vendo o que estou levando dentro dessa mala em especial. Guardo nela todos os meus cadernos, uns já estão úmidos e com algumas folhas coladas por ficarem muito tempo dentro do meu esconderijo que permaneceu secreto, só por um milagre. Milagre ou porque o Lorenzo nunca pensou que eu fosse fazer algo assim para guardar livros bobos que cresceram comigo contando e desenhando neles todos os meus sentimentos, divididos por dia, mês e ano.

Organizo tudo e fecho a bolsa, colocando-a junto as outras e sigo em seguida ao banheiro para tomar logo um banho e ficar pronta, esperando apenas a hora em que serei chamada para partir.

Me dispo com uma lentidão preguiçosa, com a mente rodando em um turbilhão de sentimentos; felicidade, tristeza, medo, ansiedade, e muita expectativa de fazer tudo dar certo caso a gente siga pelos lugares certos.

Olho meu corpo através do espelho e é impossível não deixar de perceber o quanto as manchas arroxeadas já desapareceram e agora estão levemente esverdeadas, e, em locais onde foram menos afetados já ficou amarelado; não sei se isso é bom ou não, mas meu organismo sempre teve uma resposta mais do que positiva para a regeneração da pele e de qualquer ferida que eu tinha. Uma vez cai e bati os joelhos no chão áspero, e no outro dia ao redor da ferida já estava criando em quase sua totalidade a casquinha protetiva. Agora não seria diferente e aproveitando-se disso, o meu pai fez o que fez porque sabia que com pouco tempo, e ainda sob os efeitos de pomadas e medicamentos, o meu metabolismo já acelerado, apenas ficaria ainda mais forte.

SUBJUGADA PELAS LEIS DA MÁFIA - SEQUÊNCIA I/FAMÍLIA COSTELLO IOnde histórias criam vida. Descubra agora