"Não sou o único viajante
Que não pagou sua dívida
Estive buscando um caminho para seguir novamente
Me leve de volta para a noite em que nos conhecemosE então eu posso dizer a mim mesmo
Que diabos devo fazer
E então eu posso dizer a mim mesmo
Para não andar ao seu lado"Lord Huron - The Night We Met
Vou me acordando, sem abrir os olhos de imediato, mas me remexendo e respirando fundo a cada sensação do meu corpo se despertando. Escuto algumas vozes, o barulho de plástico, a lixeira sendo aberta, e, levantando as pálpebras devagar, pisco buscando me adaptar à claridade artificial do quarto; bocejo involuntariamente e virando a cabeça de lado, tenciono-me, mas abro os olhos de uma vez e me sento, soltando um resmungo ao sentir uma beliscada por acabar dobrando muito a mão do acesso venoso.
— Calma Serena... Não precisa se afobar assim. — A voz que eu tanto queria ouvir diz calma, se aproximando. Olho para ela, para a Louise, e abro um sorriso tão grande que sinto os meus lábios cheios, um tanto ressequidos, queimarem um pouco pelo esticar natural e involuntário.
— Ah, Louise... Você está bem! Eu queria tanto ver você, saber como você estava, como tudo está... — Louise abre um sorriso e se curvando, ela me abraça com cuidado, mas eu não me importo com o acesso e a puxo para um abraço realmente apertado, soltando um suspiro ao ter a prova viva de que ela está aqui e de que tudo acabou, aparentemente, bem.
— Serena... Eu fiquei tão preocupada, tão preocupada. — Ela sussurra, se afastando um pouco para olhar para mim. Ainda sorrindo, Louise se afasta o suficiente para pousar as mãos em meu rosto e passar os polegares em minhas bochechas em um carinho reconfortante. — Como está se sentindo hoje, minha irmãzinha? Eu vim ontem e hoje mais cedo, mas não te encontrava acordada. Odiava chegar e ver você também tão debilitada.
— Eu vou melhorar, Lo. Na verdade, só em ver você, já me sinto muito melhor! — Falo dizendo o que sinto de verdade, pois só em ver a minha irmã me sinto bastante eufórica. O barulho da porta se abrindo nos faz olhar para a direção do ruido, mas ao constatar que foi a enfermeira saindo, para dar espaço para mim e a Louise, volto a atenção para minha irmã e continuo a perguntar: — O que foi que aconteceu de verdade? Eu até agora não entendo a Lana... O que, o porquê de ela ter nos atacado, levado a Laura, os bebês... Onde está a Laura, os bebês, a Terrie? — Vou soltando tudo de forma afobada, e acabo tossindo um pouco no final devido a minha garganta ainda está incomodando como se houvesse vários grãos de areia.
Louise muda a sua expressão, mas em meio a tristeza no olhar ela me dá um sorriso.
Um sorriso que não acompanha seus olhos, o que me deixa em alerta, e sem que eu controle meu corpo balança em um estremecer.
— Antes de eu falar qualquer coisa, sim, todos estão bem na medida do possível. Meus filhos nem vão lembrar do ocorrido, eles são muitos bebês para conseguirem guardar na mente as horas de horror que foi ficar com a Lana.
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SUBJUGADA PELAS LEIS DA MÁFIA - SEQUÊNCIA I/FAMÍLIA COSTELLO I
RomanceSerena Pellegrini, uma garota criada dentro de uma redoma resistente, mas que está prestes a declinar depois que verdades foram descobertas e passados trazidos à tona, vai tentar de tudo para não cumprir com a obrigação de ter que seguir com os mand...