Serena Pellegrini, uma garota criada dentro de uma redoma resistente, mas que está prestes a declinar depois que verdades foram descobertas e passados trazidos à tona, vai tentar de tudo para não cumprir com a obrigação de ter que seguir com os mand...
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A noite de ontem foi insensata, ilógica, absurda, insana... Mas, eu não posso me fazer de ingênua e dizer que não gostei; muito pelo contrário, foi uma das melhores coisas que eu já senti e vivi, tirando o que eu senti quando o vi olhando para outras, isso, decididamente, não foi agradável, mas o resto da noite, principalmente o tempo que passamos naquela varanda, vai ser impossível de ser esquecido por mim, só não sei como vai ser para ele que já deve ser acostumado a ficar com mulheres de qualquer jeito por aí, o que para mim foi totalmente novo com a soma de ser em um local aberto, onde qualquer um poderia ter entrado e nos pegado no flagra.
Contudo, por muita sorte, quem chegou a tempo de nos trazer a realidade de onde estávamos foi o Mateo e por mais vergonha que eu tenha ficado depois, o agradeci mentalmente, pois sabe Deus o que eu faria se ninguém houvesse aparecido para interromper aquele rompante de loucura e desejo desesperador e impulsivo entre o Vincenzo, responsável por me fazer ter pesadelos pelo medo que ainda tenho dele, muito embora nem isso sirva para me impedir de falar o meu ponto de vista sobre as coisas que não são do meu agrado, e eu.
Quando saí daquele carro, correndo antes mesmo que o Vincenzo falasse algo, foi por não aguentar mais a tensão abrasadora que nos envolvia, mesmo ele estando com aquela expressão colérica, como se estivesse pronto para matar qualquer um que falasse algo diferente do que ele gostaria de ouvir; não imagino como seria ainda pior e angustiante se a viagem de volta para casa fosse feita apenas por nós dois, devido a forma que nossos ânimos estavam.
Eu tenho certeza das minhas vontades, inclusive a de só deixá-lo me preencher, consumando o casamento, de fato, quando eu perceber que algumas mudanças entre nós dois aconteceram. Não espero uma mudança de personalidade, e jamais iria querer impor a ele que se tornasse alguma espécie suave e aprazível de homem, não é isso, até porque eu percebi depois daquela noite na varanda, que eu sinto o meu coração bater muito mais forte quando não há carinho, ou qualquer sentimento afetuoso.
Eu não quero isso, eu não quero amor, eu só quero respeito, intensidade, reciprocidade, e, acima de tudo, que ele me deixe ser eu mesma, onde eu possa falar, agir, sem pisar em cascas de ovos por medo de ser espancada pelo homem que deveria já ter se acostumado com a realidade de me ter como esposa.
Por mais que eu sinta a vontade excruciante de me entregar, de sentir como é tê-lo dentro de mim, sentir como seria o nosso sexo, bruto, carnal, doloroso como tudo que ele toca fica, eu não vou me rebaixar a ele pelo simples fato de sentir-me inflamar pelo desejo de consumi-lo, assim como senti, ouvi, e vi que ele também quer; geralmente, em seus olhos, eu só via raiva, ódio, vontade de me calar pelo simples fato de eu respirar. Contudo, ontem, enquanto ele tentava me reprimir e eu o rebatia sem dar brechas a que ele achasse que estava me intimidando, vi uma centelha de ânsia, vontade obscura, carregada, tão forte que foi impossível não me entregar de corpo e alma ao seu beijo, toque, língua... às suas mãos percorrendo-me bruscamente, delirantemente.
O que eu senti enquanto ele me sugava, lambia, me puxava contra aquela boca profana, foi fora do comum, da habitualidade, do que eu entendia como prazer supremo que eu poderia desejar por um homem; porém, Vincenzo, aquele velho maldito, me mostrou que posso sentir muito além do que parece óbvio e único, e sem sombras de dúvidas nossos corpos clamam um pelo o outro, mas isso não é suficiente para mim e por mais que eu caia e deslize nos seus braços fortes, em seu corpo troncudo, eu irei sempre recobrar o meu controle, até que ele mostre que me quer com mais veemência.