ARCO 10: Todos nós somos maus na história de alguém | Capítulo 1

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POV BORUTO

... 11h ...

- Kaifū no Jutsu! - deslacro o primeiro pergaminho vermelho no centro legista, após fazer os selos de mão necessários e usar um pouco do sangue da amostra de Sarada, liberando mais corpos do que eu tinha dedos para contar, pude ver a cara espantada da legista que estava na sala comigo, olhei bem para a pilha de corpos e me surpreendi pelo estado quase impecável da maioria, os cortes eram mínimos, "por isso ela acabou daquele jeito...", penso, na hora eu não reparei, mas estava na cara que estava sem chakra.

- Vamos, Boruto-kun, ainda temos muito a fazer - Sai fala do outro lado da sala, antes de segui-lo eu reparo por um momento em dois corpos que diferente dos demais estavam com muito sangue, ela usou kunais, que mostravam um padrão totalmente diferente de ataque dos demais corpos, as kunais estavam enfiadas até o cabo no peito dos dois homens que eram do meu tamanho, o que só seria possível se ela tivesse enfiado bem a sua frente, "a Sarada realmente não é a mesma quando está daquele jeito... a Sarada que conhecia nunca mataria alguém a sangue frio desse jeito" - continua a mesma - Sai fala olhando para o amontoado de corpos, como se falasse para si mesmo, com seu sorriso pequeno de costume - Boruto-kun... - chama dando as costas e o sigo para fora do prédio, caminhamos até a o Esquadrão Anbu e ele me manda entrar em uma sala, deslacro um pergaminho e um homem enorme sai, parecendo totalmente atordoado, eu para o encarando - é normal o estado de confusão, por conta do jutsu, vamos alimentá-lo e esperar que volte ao seu estado normal para interrogá-lo - ele explica - vamos continuar - fala me esperando sair da sala com a porta aberta, o sigo e ele a fecha, o mesmo se repete com os outros três pergaminhos, sendo o último o do Anbu traidor, eu o encaro com ranço, "covarde", penso me controlando para não chutá-lo. Após entregar os documentos, vou até o hospital, fazer uma visita a Sarada.

...

- Boa tarde, senhor! Em que posso ajudá-lo? - pergunta a recepcionista com um sorriso simpático.

- Boa tarde, gostaria de visitar uma paciente que está na UTI - falo retribuindo o sorriso.

- Nome do paciente - solicita.

- Uchiha Sarada - falo.

- Desculpe, essa paciente não po... - ela se interrompe e eu ergo uma sobrancelha para ela - oh, me enganei... - fala com uma expressão confusa - pode seguir para a sala de espera no fim do corredor, pedirei que alguém o encontre lá, as visitas a essa paciente precisam ser acompanhadas por um responsável da equipe médica - eu concordo e sigo para onde ela me mandou.

...

- Boa tarde, Boruto-san - uma enfermeira que conheci quando estive internado aparece na sala com um sorriso simpático.

- Boa tarde, Yumi-san - falo com um sorriso mínimo.

- Me acompanhe, por favor - fala e eu a sigo pelo corredor, ela pede que eu lave as mãos antes de entrar e eu o faço, entrando em seguida. Vejo Sarada deitada, a pele pálida, os cabelos amarrados no topo da cabeça, parece ter passado por um asseio recentemente, seu rosto está limpo, as faixas parecem ter sido recém trocadas, só tem um acesso de soro e um contador de batimentos, o que me faz ficar aliviado, apesar de estar em coma, ela parece estável.

- Você tá horrível, devia ver - brinco para espantar o sentimentalismo, parando ao lado da cama - eu sou muito idiota, não é? Mesmo que eu chorasse você não iria ver... - nego com a cabeça - faz tempo que não temos um tempo pra conversar - falei tirando algumas mechas de cabelo que caiam sobre seus olhos - eu preciso que acorde, tenho algumas coisas pra falar com você... eu não consegui perdoá-lo como me pediu, mas você não morreu, então não pode me cobrar nada - solto um riso nasalado, "que piada péssima" - sabe... algumas coisas estão ficando mais claras pra mim - falo baixo - e eu acho que finalmente entendi o que você falou sobre si mesma no nosso primeiro encontro... e é assustador, não vou mentir - falo com um sorriso sem graça, paro por um momento olhando em volta, para o quarto branco, reparo que o lençol que ela usa não é o do hospital, o cheiro que emana dele me lembra a casa dos Uchiha, provavelmente Sakura havia mando - eu precisava que me ajudasse a entender o que fiz de errado com a Sumire, eu sei que tem algo errado... o que é engraçado, porque eu venho pensando em fazer algo... eu quero fazer isso, mas estou com medo que seja cedo demais e sei que você me diria que é cedo demais - olho para ela como se ela fosse me responder a qualquer momento, com seu jeito direto, mas não acontece.

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