ARCO 07: A menina dos olhos | Capítulo 4

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HOHOHO FELIZ NATAL, PESSOAL!

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Atasada? Sim, mas nunca o suficiente para sentirem minha falta.

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Beijos da Say :*

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POV SARADA

- O que o Boruto estava fazendo aqui? - Shikadai pergunta entrando no quarto, logo depois de Boruto sair, com uma voz grave.

- Conversando - falo simplesmente, sem olhar para ele.

- Vai me dizer que ele apareceu aqui quando você estava sozinha só para conversar? - pergunta irônico.

- Foi exatamente o que eu disse - respondo sem emoção.

- Você acha que eu sou idiota? - pergunta entredentes, o encaro confusa - me diga o que ele veio fazer aqui - seu tom imperativo me faz tensionar, "isso não é bom", penso.

- Ele disse que precisava conversar porque estava se sentindo culpado por algo que aconteceu, ele sentiu que estava sozinha e veio até mim, eu o ajudei com o problema que ele achava que tinha, ele me agradeceu e foi embora - falo sincera, o encarando firmemente.

- Então ele precisou de você logo depois de brigarmos? Que coincidência! - solta irônico, sorrindo sem humor.

- Por favor, Shikadai... aquilo não foi uma briga - falo soltando o ar pesadamente - eu saí de lá justamente para evitar uma briga, não estava me sentindo bem para continuar ali sem fazer algo pelo que me culparia depois - ele olha em volta como se procurasse provas do que me acusa, o encaro franzindo o cenho - quando você ficou tão inseguro? - questiono realmente intrigada.

- Desde que você fugiu de mim, levando a minha filha, depois de dizer que preferia que eu não fosse o pai dela, para ficar sozinha no meu quarto com o único cara que amou na vida - ele fala exaltado, gesticulando de forma expansiva, eu encolho os ombros, um reflexo incomum para mim - como espera que eu me mantenha seguro assim? - eu o encaro por um segundo, "isso não é justo", penso, "mesmo que eu tenha errado ao sair de lá, ainda que tenha bons motivos, ele não pode supor que eu o estava traindo, ele me conhece", ergo minha postura, voltando ao normal, algo mais parecido com uma ameaça, ele não parece notar a diferença, pois não parece realmente me ver ali.

- Tem razão - ele pisca, surpreso, como se fosse desarmado - quem pode confiar em alguém como eu, não é? - falo olhando bem fundo nos seus olhos, ele abre a boca, eu passo por ele, saindo do quarto, não vou discutir na frente da criança, mesmo que esteja dormindo.

- O que quer dizer? - questiona grave, me seguindo.

- Eu só fui embora porque não me senti bem com o que sua mãe falou e não queria me indispor com seus pais, por respeito a eles como avós da minha filha e a você pelo que temos - falo baixo, mas firme - e eu pedi desculpas por ter dito aquilo, eu falei sem pensar, só precisava que você me entendesse, tinha que sair dali - me viro para ele, encarando-com os olhos firmes, sua boca trava entreaberta - e sobre o Boruto... - ele prende o ar - ele não foi o único cara que amei na vida e achei que você já tivesse percebido - ele faz cara de choque, vejo seu rosto perder a expressão e a cor - eu tenho sido totalmente sincera sobre tudo que posso, mas você não precisa confiar em mim, afinal, você me conhece, eu sou... como eles dizem? - ele engole em seco - fria, instável, egoísta e agora devo adicionar infiel? - ele arregala os olhos - você realmente acredita que não me sobrou mais nada de bom? Nem o caráter? - vejo uma gota de suor descer por sua testa e sei que é pelo demônio escondido em meus olhos que ele agora consegue ver, enquanto sinto novamente como se meus sentidos estivessem adormecendo, fecho os olhos e respiro fundo, ouço seu coração bater forte, sua respiração ofegante, tenho certeza que estou certa, me obrigo a sentir aquele aperto em meu coração, "não posso perder o controle, mesmo que doa ver que quem você ama não confia em você", viro as costas e vou em direção à porta.

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