Ainda pertenço a você

Capítulo 3

Com Anahí....

Eu adorava ficar com meus filhos, era tão lindo vê-los crescer, como Manu cuidava do Emi, sendo todo rapazinho, me ajudando em várias coisas, o que tornava tudo menos trabalhoso para mim. Ele já assumia a posição de irmão mais velho e "maduro", então já queria fazer tudo só, e eu sempre de olho, é claro.

O que deixava meu dia mais leve era atividade física, comecei a implantá-la em minha rotina e não larguei mais, era gratificante ver meu corpo ficando ainda melhor depois de duas gestações, me sentia completíssima.

Às 07:19 PM deixei o Emi dormindo, o Manu com a babá, e desci para academia, ali eu me esquecia de tudo e me conectava com meu corpo, era muito prazeroso.

Comecei a gravar vídeos para postar em meu Instagram, isso é uma baita motivação para mim, expor aos meus fãs minha vida "fit". Além de deixar "explícito" que eu não estava 'enjaulada' nessa vida.

Estou postando um reels, sentada próxima ao espelho quando escuto passos na escada, olhei para o lado, eu estava com os cotovelos nos joelhos apoiando os braços, segurando o celular.

Olá querida – ele aparece trajando roupa de exercício.

Hm – voltei a olhar meu celular.

Não me cumprimenta mais? – se aproximou beijando minha cabeça, eu reviro os olhos.

Olá – digo seca, deixo meu celular sobre o banco e vou para máquina de peitoral.

Você é muito mal-educada, cariño – ele bota a toalha em cima do banco e começa a se alongar. Eu não respondo, era só o que me faltava, esse 'traste' começar a treinar junto comigo.

Ele se reaproxima quando eu termino a série.

Sabe querida, às vezes eu acho que você faz isso para me provocar... – eu rio abafada, incrédula, ele era um palhaço.

O que quer? – o observo, intrigada, séria.

Não posso treinar junto com a minha esposa? – ela pega o meu queixo, sua expressão muda, fica séria, eu temo, mas não deixo transparecer.

Sim, pode sim – falo sem paciência – Mas treina longe por gentileza, não te suporto – falo me preparando para começar outra série.

É melhor você ficar quietinha, não quero me estressar com você, vadia – ele fala com raiva e vai se alongar.

Toda vez que ele fala assim eu fico pasma, sendo que eu não posso fazer nada, é um misto de sentimentos, como eu pude me submeter a isso? Mas que culpa eu tenho, Deus? Eu simplesmente fui a escolhida. Dói, dói muito, mas eu não tenho como ficar lamentando, foco no exercício para tentar esquecer...

Ele volta a falar.

Minha assessoria esteve observando e tem muito tempo que você não posta nada sobre mim, então aproveita e me grava, posta alguma coisa aí sei lá.. – ele fala alto sem nem me olhar, ele continua fazendo o exercício. Era tão natural isso, eu ficava pasma.

Como eu vou te gravar? O que quer que eu poste? Por Deus! – falo abismada. Ele para de se exercitar, coloca os pesos no chão e me olha sério.

Você tá reclamando do quê? – diz em um tom mais alto, eu me assusto um pouco – Eu estou sendo muito bonzinho contigo, tô deixando você livre, não tô te cobrando nada e você ainda quer se bancar para cima de mim? – ele se aproxima, eu respiro fundo olhando para o lado – Posta logo essa porra aí, diz que eu sou tua inspiração para treinar, ou qualquer coisa, adianta meu lado, porra! – ele pega meu celular e me entrega – Você sabe que, muito por culpa sua, o partido não quis me colocar à disputa da presidência – o olho, incrédula – É, é sim, se você tivesse feito mais... Eu ainda tô muito relaxado com você, era para eu pegar seu celular e entregar para minha assessoria como fiz lá atrás, eles conseguiram um ótimo engajamento para mim. Se deixar na sua mão, você não faz porra de nada! – ela fala alterado, por dentro eu já estava destruída, só de lembrar o que é minha vida de verdade, me destrói – Se quiser se livrar de mim vai demorar, e muito – ele puxa meu queixo me forçando a olhá-lo – Então faz o que eu peço sem reclamar, se não quiser que eu empurre outro moleque no teu bucho! – ele fala com raiva.