Capítulo 15

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Com Anahí...


Aquele final de semana com a família do Velasco tinha sido simplesmente horrível, forçar aparências com a família azeda dele era pior coisa possível, o jeito foi me apegar nos meus filhos para tentar passar por aquilo com tranquilidade.

Voltamos na segunda-feira, ainda tivemos que dormir lá, infelizmente. Não evitei pensar em Poncho em todos os dias, além de todo impacto de ter o visto, não pude deixar de notar o quanto ele estava lindo, tão maduro, tão viril, a conexão que eu sentia por aquele homem era inexplicável.

Um tempo depois estou em casa, Velasco tinha saído para seus compromissos.

Qué pasa, Maite? – perguntei curiosa depois de ela me ligar naquela manhã, era sexta-feira.

Oi Anahí, bom dia primeiramente querida, cómo estás? – ela fala irônica.

Ai Maite, só não te mando para o inferno porque está muito cedo ainda. – ela ri e eu acabo gargalhando também.

Any, vem aqui hoje. Estou com saudades!!! – ela fala chorosa, eu reviro os olhos.

Ai Maite, que tanta "manha" é essa? – eu falo a perturbando.

Aprendi com você, querida. – é verdade, eu era a rainha da malícia.

Cala boca e não me chama de querida. – a repreendo – Não sei, amiga. Estando com os meninos a gente nem vai poder conversar direito, ele são muito arteiros... Por que não vem aqui? – a convidei, tentando achar uma solução.

Não, Any. Você nunca veio aqui. E também não conheceu o Andrés ainda, vacilou comigo naquele dia... Você tá me devendo uma, anda vai! – ela suplica, eu abro a boca, passada.

Olha, primeiramente quem vacilou foi você, querendo armar coisas para botar eu e ele no mesmo lugar e segundo, eu não tô te devendo nada – digo ultrajada.

Ah Any, quer dizer que você só viria se o Poncho não viesse? – ela fala em tom chateado, eu me calo – Bom, se era isso, poderia ter me falado de antes que eu já ficava sabendo... – ela se faz, eu suspiro.

Não Mai, desculpa amiga. – suspiro sentida – Perdão, mas é que sei lá, você sabe... Eu não queria fazer desfeita contigo quando me ligou, mas seria constrangedor tanto para mim, quanto para ele – digo sem jeito, não queria que ela ficasse chateada comigo.

Tudo bem Any, mas seja sincera comigo amiga... – eu deixo ela falar – Eu te peço desculpas realmente porque eu menti também, eu não queria que vocês deixassem de comparecer aqui porque estão "brigados", com muitas aspas aí... – eu mordo o lábio – Vinham por mim caramba, pelos outros! – ela disse contundente.

Tudo bem Mai, mas de verdade amiga, só eu e ele entendemos e por isso nos evitamos. – eu digo sentida, falando a última frase baixinho.

Eu fico indignada, como dois adultos, depois de toda a relação que tiveram, pai e mãe de duas crianças, não podem sentar em uma mesa e conversar maduramente. – eu suspiro pesada.

É complicado, Mai... – digo agoniada – Mas bem, eu vou ver se eu deixo os meninos com minha mãe e dou uma passadinha aí, ok? – falo tentando esquecer o assunto de segundos atrás – Você queria vê-los, não é? – ela suspira.

Sim, queria, mas eu vejo depois então. Em um dia mais tranquilo – ela diz calma.

Tudo bem, a gente vê depois... Que horas você quer que eu vá? – pergunto.

Quando você puder. – ela se apressa em dizer – Mas de preferência umas cinco, porque aí não terminamos tão tarde... – eu assinto concordando.

Ainda pertenço a vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora