Capítulo 14

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Com Poncho...


Umas duas semanas se passaram e eu estava me preparando para voltar para os EUA.

Era uma sexta-feira, eu tinha uma pendência sobre meu apartamento e teria que infelizmente resolver antes de ir. Então fui a corretora de imóveis para tentar solucionar o problema.

Senhor Alfonso, mas nós encaminhamos o documento para o endereço que você colocou na época. – a atendente me informava sobre um documento que eu tinha que assinar, que segundo eles, já tinham me enviado – Sem esse documento não poderemos viabilizar os trâmites para passagem do imóvel para seu nome. – eu suspirei, porra essa burocracia me irritava.

Por quê? Por que não me dá outra via do documento e eu assino aqui mesmo? – perguntei tentando adiantar o processo. Eu nem sabia mais se esse papel existia, nunca tinha o visto.

Porque não podemos senhor, aquele documento é o original autenticado em cartório. – explicou, eu suspirei – O senhor não consegue ter acesso a ele? – ela perguntou, eu cocei a barba.

Não sei, deve estar em minha mãe, mas como faz tanto tempo eu não sei se ela guardou... Sei lá. – dei de ombros – Tenho que ver com ela. – digo em negação, seria impossível achar aquilo.

Avenida Vicente Villalba, número 192, condomínio Bellas Artes. – eu parei petrificado, era o endereço do apartamento dela. Não, não podia ser, por que eu botei a correspondência para o apartamento dela?! Claro, eu já morava lá praticamente... Droga, droga, mil vezes droga! Eu suspirei levantando a mão para moça.

Já sei, já sei onde está. – digo negando olhando para baixo.

Bom senhor, é como eu disse.... Só será possível se o senhor estiver com todos os documentos em mãos, o prazo é somente até segunda-feira. – eu assenti fechando os olhos – Me desculpe. – ela disse simpática – Mais alguma coisa? – falou solicita.

Não, não, obrigado. Vou tentar agilizar logo isso. – digo sorrindo simpático e me retiro...

Volto ao carro pensando, porra como iria conseguir voltar naquela droga de lugar? E não falo somente pelo lado psicológico, e sim porque não tenho mais as chaves, já que as descartei logo em seguida do acontecido. Fecho os olhos suspirando ao entrar no carro, tento pensar em alguma forma de entrar lá...

Não poderia, jamais poderia pedir a ela isso, não, isso não! E se ela tivesse vendido o apartamento? Sei lá, não duvido nada... Ela deixaria aquele imóvel parado pra quê se aparentemente ela nem usava mais? Estava crente que não pertencia mais a ela.

Depois de uns dez minutos pensando, me veio a ideia.

Tentaria falar com porteiro, e torcer primeiro para: que o apartamento ainda fosse dela, e segundo que ele tivesse uma chave reserva daquela droga. Era minha única alternativa...

Cheguei a porta do antigo prédio dela e fui a portaria. Juro, esse lugar me dava total desgosto.

Bom dia, é Alfonso Herrera... – falei no interfone da portaria.

Poncho? – a pessoa do outro lado falou.

Sim, sim, seu José? Ainda trabalha aqui? – perguntei não acreditando.

Claro, vou liberar sua entrada. – ele me liberou para que eu adentrasse e fui até ele, já dentro da portaria.

Como está, meu caro? – ele disse me cumprimentando.

Bem, e o senhor? – perguntei simpático.

Muito bem... Ao que devo a sua visita depois de tanto tempo rapaz? – perguntou curioso e eu suspirei.

Ainda pertenço a vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora