Capítulo 17

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Poncho....


Eu não podia acreditar que ela estava em uma relação forçada por todos esses anos e eu não fiz absolutamente nada.

A mulher da minha vida, minha pequena, minha Any!

Eu estava devastado, vê-la me confessar que estava com aquele babaca sem consentimento era demais para mim, eu a julguei por todo esse tempo... Me sentia muito pior por isso, nem podia imaginar o que ela passou.

Meu coração estava sangrando, ver Anahí tão frágil em minha frente me destruía...

Tudo começou uma semana depois de você viajar... - ela começa a falar e eu a olho atento - Lembra do lançamento da Aviesta? - ela pergunta me olhando, eu apenas assinto, não queria interrompê-la - Então, dias depois, creio que uns dois depois... Eu recebi um recado para comparecer à Televisa. - eu mordo os dentes fechando os olhos, ela suspira - A princípio eu pensei que seria alguma proposta para alguma novela ou algum projeto, sei lá, apenas afirmaram que eu não poderia faltar. Chegando lá... Eu fui encaminhada a subir para o andar da direção. - eu passo as mãos nos cabelos com angústia, então o caso de Anahí tinha sido muito pior que o de Ana... - Me disseram pra ir até a sala da vice-presidência. - ela suspira pesada, eu nego sem acreditar, eu não conseguia vê-la descrever isso, eu sentia muita dor e ressentimento - Entrei na sala e lá estavam: Bernardo Martínez... - ela abaixa a cabeça mordendo os lábios, fico possesso de raiva ao saber que o vice-presidente estava presente. Eu passo as mãos nos braços dela acariciando-a, tentando apoiá-la - Outro homem, que a princípio eu não sabia quem era e... - ela suspira olhando para os céus - Velasco. - eu mordi os dentes ao ouvi-la pronunciar o nome do desgraçado, eu a abracei beijando seu rosto, seus olhos estavam marejados, era perceptível o quanto ela se sentia mal em falar sobre aquilo, e eu só queria amenizar sua dor.

Desgraçado! - eu falei no impulso causado pela raiva, ela pôs as mãos no meu rosto me acalmando, eu beijei suas mãos em um ato de desespero, estava me sentindo muito mal por constatar que a deixei só por todo esse tempo.

Martínez me pediu que eu me aproximasse da mesa em que eles estavam, e daí ele me explicou que era para eu ouvir atenta o que o homem desconhecido tinha a falar... - ela pausa engolindo o seco - Ele se apresentou como Juan David. - eu cerro um pouco o olhar tentando conectar o nome a alguma pessoa - Não, você não conhece... Ele se apresentou como membro do 'CDS'. - eu abri a boca perplexo.

Quê??! - eu estava incrédulo, não podia acreditar no que Anahí estava dizendo.

Sim, Poncho. Eu também fiquei perplexa, ele disse que era membro do Cartel de Sinaloa. - eu abaixei a cabeça passando as mãos nos cabelos, não podia crer, isso era muito pesado! No que envolveram minha Any?! Fiquei desesperado só de imaginar o que estaria por vir. - Resumindo tudo... Ele me informou que eu tinha que me juntar ao Velasco para poder ajudá-lo em sua campanha para governador, e que a partir daquele momento eu tinha um "projeto" firmado com eles, com o objetivo de chegar em uma presidência. - cada palavra que Anahí falava era um corte no meu coração, imaginá-la envolvida com gente tão barra pesada era demais para mim, como eu não pude desconfiar de nada?! Era o meu papel ajudar! - Se eu não concordasse, eles iriam fazer maldade com as pessoas próximas a mim. - ela se emociona derramando algumas lágrimas, eu a aninho junto ao meu peito passando as mãos em seus cabelos, chorava junto com ela - Ele disse que faria parecer acidente... - ela chora ainda mais, eu nego a apertando forte, não podia acreditar que estava ouvindo Anahí me dizer aquilo, era um pesadelo. - Citou o nome dos meus familiares... - ela chora fortemente, eu beijo seus cabelos - E falou que tinha a lista de todas as pessoas próximas a mim. - ela me abraça pelo pescoço chorando em meu peito, eu nego com olhos fechados, não queria imaginar a cena que ela me descrevia, era muito cruel... Como ela conseguiu passar por isso tudo e está aqui hoje?! Sei que ainda iria ouvir muita coisa dela, e não sei se teria preparo para isso. Era muita dor. - E foi isso, Poncho... Eu não tive escolha... - ela volta a postura anterior, olhando para o horizonte ficando de perfil para mim, é como se ela não conseguisse se conectar com meu olhar, parecia difícil para ela.

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