Capítulo 2

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Há algo de podre no reino da Dinamarca. – William Shakespeare.

Londres; Greewich; Domingo; 12:08;

Kerline estava sentada na sala, vendo "Como se fosse a primeira vez" com Pocah, quando Carla abriu a porta do apartamento, com os olhos arregalados e leves olheiras.

- Passou a noite com o Arthur? – perguntou sem desviar os olhos da tela, colocando uma mão cheia de pipoca na boca.

- Passei. – a amiga respondeu com a voz baixa.

Pocah desviou seu olhar do filme por um segundo, para olhar a menina.- Que cara é essa, Carla? – perguntou juntando as sobrancelhas.

Kerline olhou-a preocupada com o comentário da namorada. Estava pálida, e seus movimentos mais lentos. – Parece até que viu um fantasma.

- Talvez eu tenha visto. – se jogou sentada numa cadeira marrom, do lado do sofá.

- O que quer dizer?

- O que eu quero dizer, Ker, é que eu a vi. – disse pausadamente.

As outras duas perderam completamente a atenção na televisão com a frase.

- Você sabe que isso é impossível. – a voz de Kerline falhou.

- Desde ontem eu não sei de mais nada. – soltou um suspiro pesado.

- Onde você a viu? – Pocah se manifestou.

- Na porta do Villa's.

- Não devia ser ela, com certeza não era. – a garota sentiu um nó na garganta ao relembrar. A namorada a abraçou pelos ombros.

- Eu tenho certeza, Ker. – Carla balançou a cabeça pros lados. – Só podia ser...

Londres; Dockland; Domingo; 1:03 da tarde;

- Alô? – Sarah disse sentada na cama, com o celular na mão. Seus braços tremiam levemente, e não tinha conseguido pregar os olhos aquela noite.

O cachorro Spike estava em cima da cama, olhando curioso as reações da dona.

- Porra, Sarah. – Bill disse do outro lado da linha, como se estivesse sendo acordado pela loira. – Já é a terceira vez que você liga essa manhã, desse jeito vai queimar meu filme com as garotas.

- Eu não ligo pras garotas com quem você está ou não. – respondeu séria.

- Então o que infernos você quer a essa hora da madrugada? – resmungou.

- Tem o telefone do Nogueira?

- Nogueira? – pensou por alguns segundos. – Quê? Aquele perdedor da turma D?

- Você tem ou não? – matinha a voz dura.

- Lógico que não, Andrade. Pirou? – deu uma risada um tanto irônica do outro lado da linha. – Não acredito que você me ligou a essa hora pra pedir o telefone de um cara. Você está mal mesmo, hein? Mas eu sei como resolver o seu problema. Hoje mesmo a Vih aparece por aí.

- À merda com a Vitória. – irritou-se, passando a mão pelos cabelos. – Eu não estou com paciência pra ela. Quero o telefone do Nogueira, só.

- pior a cada dia que passa, loira. – Bill revirou os olhos.

- Que seja. Tchau, babaca.

- Fica com Deus, margarida. Olha lá o que vai fazer, hein? – Sarah desligou o celular, colocando-o no criado-mudo e caindo deitado de barriga pra cima, focando o teto.

GHOST - SARIETTE | ADAPTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora