Capítulo 10

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Londres; Segunda-feira; 5:11 da tarde;

Juliette observava as figuras embaçadas passarem rapidamente através do vidro do carro em movimento. Estava escorada na porta, e os únicos sons audíveis no ambiente eram o de sua respiração e o da respiração dela.

Sarah, como todo dia depois do treino, estava vestindo o uniforme do time. Seu rosto e pescoço estavam suados, o que a fazia ter uma leve sensação de calor. Uma sensação que se intensificava com aquela garota ao seu lado...

- Essa escola me intriga. – ela disse em meio a um suspiro, fazendo-a olhá-la.

Sarah sentia um agradável sentimento no peito quando mirava a figura doce de Ju. Talvez porque ela se parecesse com Ivane. Mas, não... Tinha algo a mais...

- Por quê? – voltou a prestar atenção na estrada.

- É apenas... Intrigante.

§

"- Você viu o assassino, Ker? – perguntou surpresa, e ao mesmo tempo, aterrorizada. – Quem é? Por que você não chamou a polícia?

- E do que ia adiantar? – a menina deu uma risada histérica. – Ju, eu o vi. E eu teria o entregado pra polícia, se não fosse...

- O quê? – a amiga perguntou preocupada, segurando o ombro da garota.

- Eu fui atropelada naquele dia... – fechou os olhos, sentindo as lágrimas se formarem – Bati a cabeça e perdi parte da memória. – duas lágrimas gordas rolaram por suas bochechas. Juliette sentiu as pernas tremerem, ficando estática. – Eu não sei quem era o motorista. Só sei que Pocah me encontrou na rua poucos minutos depois.

- Ker... – a menina disse, sentindo a dor da amiga e ajoelhando-se para abraçá-la. Kerline correspondeu o abraço fracamente. – O que eu posso fazer pra ajudar?

- Você parece muito a Iv. – soluçou, apertando suas mãos nas costas de Ju. – Você me estimula a captar as lembranças perdidas. Por favor. Por favor, fique perto para que eu possa relembrar aquela semana... A semana do assassinato. – sua voz estava alterada e seu rosto vermelho. Emocionou-se, fechando os olhos, que também começavam com uma leve ardência. O sentimento de Kerline deveria ser horrível. Na verdade, o de todos. A morte era uma coisa definitiva. Não dava pra voltar atrás. Era o conceito do "nunca mais ver" o qual as pessoas dificilmente se acostumam, ainda mais estando relacionado aos parentes, ou aos amigos... Ivane era nova demais pra morrer, saudável demais para morrer. Viva demais para morrer..."

§

- Chegamos. – ela disse, após a viagem silenciosa.

- Obrigada, Sarah. – ela respondeu, abrindo a porta e se impulsionando para fora do veículo.

- De nada, Ju. – encarou-a por alguns segundos.

Sarah ainda era apaixonada pela Ivane. Juliette sabia que sim, apesar dela não ter dito com palavras. Sentia o coração apertar toda vez que a olhava, e pensava em como ela deveria se sentir querendo vê-la e simplesmente... Não podendo. Nunca mais.

Ficaram um tempo olhando uma pra outra enquanto ela segurava a porta. A garota sentiu os joelhos renderem, caindo ajoelhada no banco novamente. Seus olhos estavam marejados, e os impulsos de sua mente misturados com os apelos de seu coração fizeram com que ela estendesse a mão esquerda na direção de Sarah e puxasse seu rosto, encostando rapidamente seus lábios macios em sua bochecha suada. Seu coração acelerou ao fazer isso, sentindo um leve formigamento na boca ao contato com a pele da loira. Sarah tampou a respiração durante o tempo em que ela estava próxima. Muito próxima. Sentiu o sangue passar quente por suas veias nessa hora. Sua vontade era de tomar a morena nos braços... Mas, espera! O que diabos ela estava pensando? Como podia sequer cogitar uma coisa dessas?

GHOST - SARIETTE | ADAPTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora