Londres; Audi preto; segunda-feira; 5:40 da tarde;
Juliette teria ficado surpresa ao ver Sarah entrar na rua errada, a caminho de sua casa. Teria ficado surpresa ao saber que fora de propósito, mas não ficou. Não ficou porque no fundo sabia o que ela pretendia fazer. Ou não. Claro que não.
Porque ficou extremamente surpresa ao olhar pro lado, assim que ela estacionou, e ver uma mansão abandonada.
Uma pessoa normal a teria levado ao cinema. Uma pessoa normal a teria levado ao parque de diversões. Uma pessoa normal - um nerd talvez, mas não uma pessoa normal - a teria levado para uma feira de quadrinhos. Mas com certeza, uma pessoa normal nunca a teria levado a uma mansão abandonada. Sério?! Qual era a dela?
- Ahn... Eu perdi alguma coisa? – perguntou inocentemente.
Sarah apenas riu, o que a fez levantar uma das sobrancelhas.
- Sério, Andrade. Tudo bem você desviar do caminho da minha casa pra me levar... Sei lá, pra jantar, mas me trazer para frente do portão de uma mansão abandonada? É muito estranho... Até mesmo pra você.
- Desculpe. – ela disse, embora ainda sorrindo. – Eu queria te mostrar esse lugar. – o sorriso desapareceu subitamente e seu olhar ficou vago. – Não sei por quê. Só quis.
- E esse lugar é o que, exatamente? – Ju voltou seus olhos para a construção.
O portão de finas lanças negras guardava uma enorme casa de três andares, ao fundo. A mansão tinha as janelas escuras e as paredes num tom já gasto de salmão. Alguma gosma verde escorria do telhado, indicando a falta de limpeza do local.
Além do abandono, a residência tinha um vento mais fresco, mais sombrio. Algo naquela atmosfera era capaz de arrepiar Ju até o último cabelo. Aquela casa parecia não apenas solitária... Mas morta. O céu concentradamente mais cinzento por trás dos salgueiros do jardim apenas reforçava aquela sensação.
Por que Sarah a havia levado ali, afinal? Quero dizer, que tipo de pessoa tinha fantasias com aquele lugar?
- Eu morava aqui. – ela disse. - Até ano passado.
'Cruzes' Ju pensou, mas recompôs sua feição séria rapidamente.
- Hm. O que aconteceu aqui pra você se mudar? – a olhou curiosa.
Sarah fez alguns segundos de suspense, devorando-a com o olhar como se não quisesse perder nenhum detalhe de sua reação.
- Um assassinato. – ela deu de ombros. Depois abriu a porta do carro e o contornou com a mesma tranquilidade que teria se tivesse dito: "Você viu o jornal essa manhã?"
Mas isso não assustou Ju. Assustou, aliás. Mas não o fato dela ter dito as palavras daquele modo. A morena sabia muito bem que, quando as pessoas se importam demais com algo, gostam de demonstrar que não ligam, como uma defesa natural.
Assim como Sarah fez naquele momento. Isso não a assustou. O que realmente era apavorante era o fato dela tê-la levado pra lá.
Assim que a loira abriu a porta, Ju a olhou com uma cara que a mesma julgou estranha, a fazendo gargalhar.
- Sério, por que me trouxe aqui?
Sarah parou de rir se sentindo uma completa idiota. Os impulsos de suas vontades a haviam levado a dirigir até aquele lugar. Era seu desejo levá-la à mansão... Mas estava nervosa... E ria. Ria porque achava graça nas caretas da garota e ria porque estava inteiramente ansiosa.
- Por que me trouxe aqui, Sarah? – Juliette voltou a perguntar.
A loira ficou um tempo em silêncio, depois respondeu, com uma solenidade fria na voz:
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GHOST - SARIETTE | ADAPTAÇÃO
Mystery / ThrillerE se de uma hora pra outra você se visse envolvida em um mistério num lugar que mal conhece? Você correria? Se esconderia? E se todos os seus amigos estivessem envolvidos? Se em todos os lugares por onde você passasse, as pessoas te olhassem torto?