Capítulo 11

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Londres; Greenwich; Terça-feira; 7:04 da noite;

- Ker, eu não sei – Carla disse angustiada – A Iv não quis me contar.

- Mas você não se lembra de nada sobre o dia? Não tem nenhuma pista? – a garota insistiu.

- Eu lembro que... – a primeira ficou pensativa durante alguns segundos. – Eu a encontrei chorando muito no quarto...

- Você sabe quando?

- Eu cheguei tarde em casa. Estava escuro e você não estava lá. – apontou pro cômodo com as sobrancelhas. – Provavelmente devia estar com a Pocah, e eu estava com a Thais. – falou mais baixo. – Achei que a Ivane estaria com a Sarah também, mas não. Eu a encontrei aos prantos no quarto... Ela estava vestindo o uniforme número dois, da torcida. – voltava à lembrança aos poucos.

Os uniformes da torcida eram divididos em: Um, dois e três. Eram modelos diferentes. O número dois, o qual Ivane usava no dia, era azul e preto, tão curto quanto os outros. Carla se lembrava bem desse detalhe.

- Ela estava usando porque, se me lembro bem... – estreitou os olhos. – Mais cedo houve um jogo de futebol entre os Eagles e os Tigers...

- Da Drayton High School. – Kerline completou, voltando ao primeiro flashback. – Quando aconteceu o jogo? Em que dia da semana?

- Talvez terça ou quarta. – mordeu levemente o lábio inferior. – Os Eagles ganharam. Último gol da Sarah.

- Como você se lembra disso e não se lembra do dia? – estava impaciente.

- Porque os Eagles foram classificados para final, nesse jogo. – fez uma pausa. – Desculpa, Ker. Thais ficou animada com isso, por isso eu lembro. Eu não sabia que ia precisar lembrar disso algum dia.

- Tudo bem, Carla. A culpa não é sua... Você pelo menos se lembra de alguma coisa que ela tenha dito?

- Quando eu entrei no quarto ela estava ajoelhada, com a cabeça encostada na cama. Chorava alto e gritava algumas palavras sem sentido... Acho que ela gritou algo como... – Carla juntou as sobrancelhas, repensando no que estava prestes a dizer. – "Fulano me paga", não me lembro bem. Tentei perguntá-la se ela queria alguma coisa, mas a Ivane não

estava pra papo.

- Você foi dormir, depois?

- Acho que eu fui ao banheiro me trocar. Quando voltei, ela tinha saído.

- Pra onde?

- Não faço ideia. – a garota sentiu os olhos queimarem, culpava mentalmente sua falta de atenção, merda. – Eu tentei ligar no seu celular, ela tinha deixado em casa. Preferi aguardar.

- E como ela chegou no dia seguinte?

- Ela chegou... – colocou o indicador no queixo. – Parecia que estava de ressaca, com os olhos um pouco mais arregalados. Ainda estava com o uniforme da torcida.

- Vou procurar saber com o treinador Stevens o dia do jogo. – Kerline respirou fundo.

Londres; Terça-feira; 7:21 da noite;

- O que você quer? – Bill perguntou grosseiro ao homem escorado na parede de um viaduto. Ele era magro e vestia um terno preto.

O garoto saiu apressado do carro, dando passos pesados até a figura ali parada. Olhava-o com desprezo.

- Um carro novo. – ele sorriu. – Me cansei do meu.

- Olha aqui, seu idiota. – o garoto chegou bem perto segurando na gola do homem. – Eu já paguei o que você queria. Não abuse, senão...

GHOST - SARIETTE | ADAPTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora