Londres; Oxford Street; Sexta-feira; 7:30 da noite;
Mas foi naquela noite, sentada na cama digitando um e-mail para a mãe, que Ju se lembrou de outra coisa estranha pela qual estava passando. Frequentemente, quando estava em seu quarto, sentia como se estivesse sendo observada. Em algum lugar próximo a sua janela, sentia que alguém estava analisando seus passos.
Podia ser estúpido, mas era algo que a incomodava, e no dia seguinte mesmo seria encarregada de dizer isso a Sarah. Juliette escutou duas batidas na porta do quarto e ergueu os olhos do laptop, observando Gil escorado no batente, como ele tipicamente fazia.
- Eu... – começou a dizer embaraçado. – Ju, olha... Me desculpe pelo que aconteceu no refeitório. Você sabe que aquela não foi minha intenção. Eu estava nervoso e a Thais tinha conseguido piorar tudo, então... Mil desculpas.
Ela balançou levemente a cabeça de um lado para o outro e sorriu.
- Tudo bem, molengo. Eu sei que você não teve a intenção. Todos estavam muito estressados lá, e nem eu devia ter dito o que eu disse. Deus, imagina se alguém tivesse me escutado! – tampou a boca com as mãos, corada. – Com que cara eu ficaria? Eu só disse aquilo pra te irritar...
Ele adentrou o quarto e se sentou na cama, suspirando pesadamente.
- Mas sei que teve um pouco de verdade nisso, baixinha. – o semblante da garota ficou interrogativo. – Sei que nutre sentimentos por ela. Eu sei disso. Mas eu não me conformo. Não consigo estar bem com uma coisa dessas...
- Gil, eu sei que você quer cuidar de mim, mas quero que saiba que ela também. – ela segurou as mãos do primo, olhando-o e sendo cautelosa com as palavras. – Sarah não é uma assassina.
- Mulher, você não sabe como todas as evidências estão contra ela... – Gilberto retrucou.
- Acredite, eu sei. Sei que ela estava no local do crime, sei que suas digitais estavam na arma e ela estava coberta de sangue. Mas Gil, ela não teria assassinado a própria namorada se fosse pra sofrer por isso a vida toda.
- Ela pode ter se arrependido. O que não faz dela menos perigosa...
- Sarah investiga a morte dela! – Juliette gritou. – A Sarah não é idiota de gastar seu tempo e dinheiro para descobrir algo que ela mesmo causou.
- A Andrade pode estar fazendo isso pra te enganar.
- E a Thais pode ser um duende. – ela rebateu. – Tudo é possível Gil, mas sei que ela não é imbecil.
O menino se calou momentaneamente.
- Você confia realmente nela, não é?
- Sim. – ela respondeu decidida.
Gil olhou-a nos olhos durante vários segundos, depois levou sua mão para acariciar o rosto da garota.
- Se cuida, 'tá? – ele murmurou.
- Eu sempre me cuido.
E assim que ele saiu do quarto e fechou a porta, ela se deitou no travesseiro e observou o teto do quarto, apenas pensando nos acontecimentos dos últimos meses. Permaneceu assim minutos, até que ouviu o celular vibrando no criado-mudo de madeira. Estendeu o braço um tanto entediada, mas sua expressão de tédio foi logo substituída por uma de surpresa, ao ler o nome de quem a chamava na tela.
- Alô? – sua voz saiu falha.
- Ju? – Sarah perguntou do outro lado da linha. – Como você está?
- Eu estou bem, Andrade. – ela riu baixo, rolou até ficar de bruços no colchão e abraçar o travesseiro. – Não é como se eu estivesse com alguma enfermidade séria ou coisa assim.
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GHOST - SARIETTE | ADAPTAÇÃO
Mistério / SuspenseE se de uma hora pra outra você se visse envolvida em um mistério num lugar que mal conhece? Você correria? Se esconderia? E se todos os seus amigos estivessem envolvidos? Se em todos os lugares por onde você passasse, as pessoas te olhassem torto?