Capítulo 23

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uma luz forte e agressiva, vindo da porta escancarada da frente. Ao acomodarem suas pupilas, observaram um grande farol em um dos dois carros da polícia estacionados na frente da casa.

- Oh, Deus! – gritou uma voz feminina, que Gil e Ju reconheceram imediatamente.

Tia Jacira correu em direção aos três jovens que desciam algumas escadas na frente da casa. Assim que se aproximou o bastante, envolveu-os em um abraço... Todos eles.

Enquanto Ju e Gil retribuíam, Sarah apenas sentiu-se alarmada por ser recebido por tamanha receptividade.

- Filho, Juliette. – tia Jacira falou, afastando-se um pouco dos três. A luz continuava a banhá-los, lançando grandes sombras escuras no interior da sala de madeira. – Deus. – repetiu. – Sarah. – a olhou, com os olhos cheios de gratidão e orgulho. – Obrigada por trazê-los de volta...

A fala da mulher ficou reticente. Logo ouviram um dos policiais perguntar, pelo megafone, se ainda existia alguém no local.

Sarah assentiu e dois tiras passaram armados por eles, entrando na casa.

Desvencilhou-se do braço de Gil, para que o mesmo pudesse abraçar sua mãe direito, e foi em direção a Carla e Kerline. As duaKarol apertou o pescoço de Sarah. Juliette teria ficado muito preocupada se não tivesse percebido o quão tonta a zagueira já parecia estar. Não foi difícil para Andrade acertá-la no nariz e ficar por cima da menina, socando-o, certificando-se de que não tivesse

mais consciência.

Sarah postou suas mãos no pescoço de Karol, não de forma firme, como se ela se perguntasse se deveria ou não dar um fim em sua vida.

Ju levantou devagar, seguindo até ela e observando que, enquanto Sarah ponderava entre sufocar ou não Karol, algumas lágrimas escorriam de seus olhos e gotejavam na ponta de seu nariz.

Tanto suas mãos, Juliette observou, quanto as de Sarah, estavam sujas de sangue. Sangue da garota de tranças inconsciente no meio da sala.

- Não a mate. – Ju disse caindo ao seu lado.

Sarah, com as mãos trêmulas envolvendo o pescoço de Karol, olhou para ela.

- Eu tenho que fazer isso, Ju. – ela respondeu com a voz fraca.

Juliette esticou uma de suas mãos até os cabelos de Sarah, que estavam caindo em seu rosto. Vagarosamente, passou a mão por seus cabelos e orelha, repetindo um carinho que já tinha lhe feito.

- Você não é uma assassina, Sarah.

- Eu não era. – ela concordou. – Mas você foi dopada, sequestrada e olhe suas pernas, Juliette! Quem eu seria se deixasse viva uma pessoa que fez e permitiu que fizessem isso com você? Eu vou matar os dois!

Ju desceu seus olhos até as pernas descobertas, onde estavam algumas marcas roxas. Surpreendeu-se por não ter reparado antes.

Ela voltou a olhar a menina, virando seu queixo pra ela.

- Você seria minha Sarah. Não se torne igual a ela. – apontou Karol com a cabeça. – Você é muito melhor que isso.

Juliette envolveu com sua mão livre um dos punhos de Sarah, puxando-a delicadamente para cima e a afastando do pescoço de Karol.

- Ju, eu fiquei com tanto medo de te perder. – ela disse, envolvendo-a em um abraço caloroso e permitindo que algumas lágrimas caíssem.

- Eu também tive medo de te perder, Sarah. – Juliette também se permitiu chorar. – Apesar de sempre saber que você viria, você é a minha inimiga do fim.

GHOST - SARIETTE | ADAPTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora