GHOST - SARIETTE | ADAPTAÇÃO

Capítulo 4

Londres; Highgate High School; Terça-feira; 9:43 da manhã;

- Bem, classe... – ela dizia andando de um lado pro outro na frente do quadro. – Como todos vocês sabem, hoje é o dia do sorteio das duplas pros trabalhos desse ano. Elas já foram sorteadas por mim, só falta mostrá-las a vocês.

- Trabalhos desse ano? – Juliette cochichou para Kerline – Todos? Pensei que fosse só de Literatura.

- São todos. Mas o principal é o de Literatura, da senhora Paskin mesmo. – balançou os ombros. – Todo ano fazemos o trabalho sobre um autor diferente.

- Vincent e William. – começou a pronunciar os nomes.

- Tomara que eu saia com você. – cruzou os dedos, fazendo a amiga sorrir.

- Também queria sair com você, mas isso é difícil, a sala tem quarenta alunos. – fez careta.

- Droga.

- Johnatan e Avril; Evelin e Kerline...

- Adeus, amiga. – Ker deu um suspiro derrotado. – Vou ter que fazer com a insossa da Evelin.

- Juliette e... – senhora Paskin olhou-a por cima dos óculos, dando um pigarro em seguida. Sabia como prová-los que Sarah não era a culpada, ou, pelo menos, dar uma chance a ela. Talvez uma pequena trapaça fosse inofensiva... – Sarah.

A menina sentiu o coração descompassar, olhando em direção à porta e observando a loira com os lábios semiabertos, que fitava a professora como se estivesse surpresa. Fingiu não perceber que todos os alunos da sala se entreolharam.

Sarah virou os olhos para Juliette repentinamente, fazendo-a engolir a seco e virar-se para mulher de roupas escuras, na frente da turma.

Londres; Civic prateado;Terça-feira; 3:25 da tarde;

- O QUÊ? – Gil gritou, deixando o espanto subir-lhe a cabeça. – Você? Dupla com aquela garota? NUNCA.

- Ela salvou a minha vida, Gil. Por que não pode acreditar que ela é uma boa pessoa? – cruzou os braços.

- Ela... Ela não é. Pode até ser que ela tenha salvado a sua vida, mas isso foi algo inédito. Ela não...

- Admita que você não tem argumentos.

- Ok, não tenho. Mas e daí? Eu não quero você junto dela.

- Por que não?

- Porque não. – focou na direção. Juliette respirou fundo, tentando se acalmar. Ela era tratada como uma criança que tinha que ficar alheia aos assuntos, afinal. – Desculpa. Eu sei que não é justo com você.

- Que bom que sabe.

- Mas tente entender, Ju. Eu só quero o seu bem. – franziu o queixo. A garota segurou seu ombro.

- Então me deixe ser independente, começando por eu fazer dupla com ela – o primo apertou mais sua mão no volante.

- Ok. Mas qualquer encontro de dupla será lá em casa, e sob minha supervisão. – decretou.

Londres; Highgate High School; Quarta-feira; 11:57 da manhã;

- Cara, eu amo melancia. – Pocah comentou enchendo a boca, na hora do intervalo.

- Onde você achou melancia no cardápio? – a namorada olhou-a interessada. As pessoas de sempre estavam à mesa: Gil, Thais, Ju, Pocah e Kerline.

- Eu trouxe de casa.

- Não sabia que podia trazer comida de casa. – Juliette disse, apoiando o cotovelo na mesa.

- Não é proibido.