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Capítulo Sete

— Dá pra parar com isso? — Seungcheol exclamou, se controlando para não voar em cima de Jeonghan e socar a cara dele — Já faz mais de uma semana e você ainda tá com essa paranoia de ficar achando que me dominou. Isso não rolou, tá legal?

— Mas eu dominei — Jeonghan deu um sorriso cheio de escárnio, enquanto continuava limpando a sujeira do muro do pátio. Novamente, havia sido colocado em dupla com Seungcheol para as atividades diárias, enquanto ele esfregava a parede, Seungcheol esfregava o chão — dominei você, e o pior de tudo: você gostou.

— Você não me dominou — Seungcheol grunhiu, jogando o esfregão em sua mão direto no chão com força —, eu dei pra você. Eu quis. É diferente! — sua voz saiu um pouco mais alta do que o planejado, e atraiu alguns olhares. Por sorte, os olhares foram de um esquizofrênico e uma garota psicopata que estava falando sozinha, mas riu para si mesma assim que ouviu Seungcheol.

Jeonghan sorriu e soltou uma risada curta, mas manteve o silêncio após as palavras de Seungcheol. Não valeria a pena discutir aquilo quando ele sabia exatamente o que tinha acontecido.

— Quer dizer que para ter controle sobre tudo aqui, é preciso ter controle sobre você? — Seungcheol perguntou sarcástico, sua voz transbordando em deboche. Jeonghan revirou os olhos para ele e voltou a esfregar a parede, sem respondê-lo — Porque muita gente já te fodeu aqui e isso não deu o poder a ninguém — cuspiu as palavras sem ao menos pensar nelas, e o esfregão caiu da mão de Jeonghan no mesmo segundo, seus olhos se dirigindo à Seungcheol com tanta velocidade que Seungcheol pensou que Jeonghan iria matá-lo. Esse era seu maior problema, ele não tinha filtro, não pensava no que iria dizer, apenas dizia. E na maioria das vezes, não se arrependia.

— Você consegue não agir como um idiota? — Jeonghan gritou, juntando tudo o que estava usando e saindo dali em passos largos e pesados, enquanto Seungcheol assistia o garoto indo embora.

Essa era uma das vezes em que ele não havia filtrado suas palavras, não havia pensado em nada, e não havia se arrependido. Jeonghan precisava de alguém que o colocasse em seu lugar, e precisava de alguém que o fizesse entender que estar aqui a mais tempo, ter uma vida mais sofrida que a dos outros, não lhe dava o poder sobre ninguém; não lhe dava o direito de cagar na vida alheia para poder ter uma sentença melhor aqui dentro. Seungcheol não tinha certeza se ele seria aquela pessoa, afinal, seus instintos violentos poderiam muito bem acordar quando passasse muito tempo com Jeonghan, mas ele queria. Ah, como queria ser a pessoa que iria derrotar Yoon Jeonghan.

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— Cara, eu nunca vou entender qual o problema daquele menino — Seungcheol murmurou enquanto enchia a boca da comida do refeitório. Já era a última refeição do dia, eles já haviam tomado banho, mas Seungcheol não via Jeonghan desde aquela troca de farpas durante a tarde.

— Ninguém entende o problema de ninguém aqui — Mingyu disse com humor — Você já notou onde está?

— Você parece normal para mim — Seungcheol comentou, olhando Mingyu de cima a baixo — Não entendo porque está aqui, e sinceramente nem ligo — disse. Mingyu o encarou parcialmente ofendido pela falta de sensibilidade do maior, mas preferiu ignorar.

— Todos parecem normais até você conhecê-los de verdade, Seungcheol — ele disse — Foi assim com Jeonghan. Ele não parece ser o psicopata que é, mas olha só o que você descobriu. Ele é completamente louco.

Seungcheol assentiu, bebendo sua coca cola direto do gargalo da garrafa de vidro.

— Você também é — Mingyu disse, com uma expressão séria e era a primeira vez que Seungcheol não via aquele sorriso idiota nos lábios do ruivo — Você é doente... pra caralho — e levantou-se, indo embora.

Madness •yjh + csc• ⚣︎ [jeongcheol]Onde histórias criam vida. Descubra agora