❝ Capítulo Dezenove ❞
Aproximadamente às sete da manhã, o céu estava nublado e a brisa era gélida. Havia um vento um tanto forte que fazia um barulho macabro pela casa, como um fantasma que os assombrava. Uma pequena abertura na janela permitia que o vento entrasse, fazendo as cortinas voarem e a luz do dia iluminar o quarto.
O barulho do lado de fora já começava a se fazer presente, sendo uma casa localizada em um pequeno centro e de frente a uma escola, era irritantemente barulhenta cedo demais. Jeonghan se encolheu ao sentir a brisa acariciando sua pele, acordando imediatamente. Já Seungcheol, além do frio, despertou por conta do barulho dos carros, as buzinas e as vozes de crianças irritantes do lado de fora. Ele abriu os olhos já resmungando um ou dois xingamentos, e tateou a cama em busca de algum lençol, mas se lembrou que os que estavam ali na noite passada, já haviam sido usados e agora os dois se deitavam num colchão descoberto. Encontrou Jeonghan encolhido, os olhos apertados fortemente fechados, mas a respiração entregava que também já estava acordado.
Seungcheol sentou-se na beirada da cama, correu as mãos pelo cabelo e suspirou, se levantando nu e indo até o banheiro. A cena é um pouco chocante demais, lhe trazendo as imagens e uma onda de realidade o atinge bem no rosto. A banheira havia sido usada na noite passada, com Jeonghan. Mas dessa parte ele se lembrava – em parte. Na verdade, Seungcheol normalmente se lembrava de tudo, mas sua mente o deixava tão confuso que ele não sabia distinguir o que era realidade e o que havia sido um sonho.
Nesse caso, o que ele pensou ter sido um pesadelo causado por seus traumas psicológicos, foi a mais pura realidade. A banheira, ainda úmida com a água escorrida na noite passada, estava inteiramente manchada de vermelho. As paredes tinham marcas de mão também em vermelho, a pia do banheiro a mesma coisa. O chão tinha pegadas vermelhas, que na verdade se espalhavam por todo o quarto.
Seungcheol respirou fundo quando recebeu a imagem em sua mente do acontecido. Havia matado alguém. De novo. Havia matado Woozi, o rapaz que o ajudou a fugir, que ele – sim, poderia se dizer que ele até tinha uma pequena queda. E por que? Seungcheol não conseguia entender o porque; não se lembrava. Era tudo igual daquela primeira vez. Ele sabia que tinha acontecido, mas ele não sabia o porque.
De repente, Seungcheol foi obrigado a se sentar na beirada da banheira para não ser jogado ao chão devido a tontura que o consumiu. Ele fechou os olhos para tentar focar sua mente em algo que não fosse a noite passada, mas o que aconteceu foi exatamente o contrário. Seungcheol bateu em Woozi até que o garoto desmaiasse, e esperou que ele acordasse logo depois para esfaqueá-lo dezenas de vezes no corpo inteiro. Seungcheol respirava com dificuldade, resmungava e gemia tentando se desvencilhar das lembranças que não lhe eram bem vindas.
A pior parte foi quando sua mente lhe entregou o registro de que ele, na verdade, sorria enquanto tirava a vida do garoto. Sentado no quadril de Woozi, Seungcheol tinha um sorriso sombrio no rosto, um sorriso que ele não sabia que era possível exibir no rosto. Ele parecia obter prazer a cada contato da faca com o corpo já inerte de Woozi. O sangue jorrando em seu rosto, os olhos revirados e semi fechados de Woozi, as lamúrias e sons aleatórios que lentamente foram interrompidos enquanto a vida deixava o corpo do garoto; tudo aquilo trazia muito prazer para aquele Seungcheol. Mas o Choi não se lembrava de nada. Ele se lembrava de ter feito, mas para ele era como se estivesse assistindo tudo de fora; como se assistisse a um filme de terror na primeira fila do cinema, ou até mesmo ao lado do diretor por trás das câmeras. Ele sabia que tinha feito, mas por alguma razão não se lembrava de ter feito. Não se lembrava o que pensava naquele momento; não sabia o porque gostou tanto de ter feito aquilo.
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Madness •yjh + csc• ⚣︎ [jeongcheol]
Fanfic❝ ⚊ Você é um psicopata! ⚊ ele disse. ⚊ Prefiro criativo ⚊ sorri com escárnio antes de empurrá-lo de cara contra a parede, pressionando meu corpo em suas costas, apertando de leve seu pescoço quando sua cabeça caiu pra trás, repousando em meu ombro...