Madness •yjh + csc• ⚣︎ [jeongcheol]

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❝ Capítulo Onze ❞

Já faziam três meses desde que Seungcheol havia sido jogado naquela lugar esquecido por Deus e conhecido seu companheiro de cela, barra arqui-inimigo, barra parceiro de foda ou seja lá o que mais eles eram. A convivência dos dois não havia mudado muito, como o esperado, porém outras coisas mudaram.

— Não há muito o que fazer — o doutor dizia de forma monótona e sem nenhum sentimento em seu tom — Esse estabelecimento não fornece tantos meios de tratamento e, bem, o garoto não é dos mais dispostos.

— Não importa, você tem que tratá-lo! Não existe essa de mais disposto, não seja ridículo! — Soohae falou, seu tom de voz maternal passava longe dali, a mulher soava quase ameaçadora — Ele não pode voltar para casa — suspirou — não desse jeito.

— Ele jamais voltará para casa, Sra. Yoon — Soohae assentiu pesadamente — Eu sinto muito mas o caso dele não apresenta melhora alguma, muito pelo contrário. Temo que nunca poderei liberá-lo — o Dr. Lee soava amigável e até mesmo misericordioso, porém todos que trabalhavam com ele, conheciam o homem bem o suficiente para dizer que ele não era uma boa pessoa. Mas também não era uma pessoa ruim, é claro.

— Eu sei — ela respirou fundo — Eu sinto falta do meu filho.

— A senhora nem mesmo conhece seu filho — ele murmurou, e acabou soando um pouco mais rude do que desejava, atraindo um olhar duvidoso e triste de Soohae — Sinto muito, mas como um psiquiatra devo alertá-la que a senhora sente falta de uma pessoa que infelizmente não existe mais — ele explicou — Ele não é mais a mesma pessoa, Sra. Yoon. Jeonghan mudou, ele cresceu e seu estado mental apenas piorou.

Soohae não entendia como aquilo poderia acontecer. Jeonghan estava em boas mãos, não estava? Pelo menos foi o que os policiais indicaram quando seu filho foi detido naquela escola há anos atrás. Parecia um set de filmagem de um terrível filme de terror, mas Soohae apenas imaginou que todos os manicômios – e ainda era muito estranho dizer esse nome – eram assim.

Ela também não fazia idéia de como seu filho poderia apenas piorar se estava sendo tratado e bem cuidado. A mulher não fazia idéia do que havia sido feito para seu menino, pois, em sua mente fechada e ingênua, Jeonghan era apenas um louco psicopata que tinha algum problema mental desde que nascera. Ela deixou de acreditar na inocência do garoto há muito tempo atrás. Inclusive, esse deixou de ser sua maior preocupação.

Ninguém nem mesmo lembrava mais o porque Jeonghan estava ali. Nem mesmo mencionavam o fato de que ele era acusado de ter colocado fogo em uma sala de aula e matado aproximadamente sete crianças, deixado uma professora com um sistema imunológico totalmente afetado e doenças permanentes nos pulmões e cérebro.

Ninguém havia lutado pelo direito de defesa do garoto, nem mesmo tentado defendê-lo. Quando Jeonghan foi obrigado a depôr algumas semanas após o ocorrido, ele nem mesmo sabia o que dizer. Quando lhe era perguntado, o garoto mal conseguia falar, afinal suas memórias estavam danificadas pelo tempo que ficou desmaiado naquele lugar, porém ele tinha certeza absoluta que era inocente. Mas talvez o Yoon Jeonghan de hoje em dia não se lembre mais de sua inocência tivesse finalmente aceitado o fato de que ele era, sim, um psicopata assassino.

Tanto que na última avaliação do Dr. Lee sobre Jeonghan, apresentava alterações no quadro psicológico do garoto que preocupavam o doutor. A família do garoto havia sido notificada e sua mãe se prontificou a fazer uma visita tanto para conversar com o doutor, quanto para aproveitar e ver seu filho, que no momento se encaminhava para a sala de visitas com uma expressão não muito amigável. Jeonghan não sabia nada sobre a alteração em seus diagnósticos, e provavelmente nem seria informado da situação.