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Capítulo Oito

— Sonho? — a voz baixa do Dr. Lee soou no ambiente. Seungcheol não o encarava, seus olhos estavam direcionas para o chão, onde seus pés batiam impacientemente contra o carpete sujo. Já se passaram três noites desde que Choi tivera aquele sonho, e ele continuou tendo por todas as noites desde então. Parecia algo que um psiquiatra gostaria de ouvir, então por que não contar?

— Pesadelo, talvez — murmurou vagamente. Ouviu o barulho do correr da caneta pelo papel grosso do bloco de notas do Dr. Lee, e fechou os olhos, respirando fundo. Não havia nada que o irritasse mais do que aquilo.

— Três noites seguidas, hum? — o doutor perguntou, mas era uma pergunta retórica, e Seungcheol não iria responder de qualquer jeito. — Como você se sente ao acordar desses sonhos?

— Pesadelos — Seungcheol resmungou, revirando os olhos e finalmente encarando o doutor sentado a sua frente — Não sinto nada, não é algo novo para mim — mentiu.

— Seungcheol — o doutor suspirou, fechando o bloco de notas e o colocando de lado antes de se inclinar para frente e apoiar os cotovelos nos joelhos, as mãos correndo pelos cabelos e então pelo rosto antes de entrelaçar os dedos e encarar Seungcheol — eu preciso ter um diagnóstico correto, e para isso precisamos dialogar. Por favor, me diga como realmente se sentiu ao acordar desse pesadelo, sim?

Choi sorriu em deboche, um sorriso carregado de humor e insolência. Ele não sabia como tirar aquele homem do seu pé, na verdade, sabia que era impossível, ele fora internado ali por uma razão, e não só para ser jogado em algum lugar pior do que a cadeia para que pudesse pagar por seus pecados. O homem suspirou novamente, mostrando não estar nem um pouco ameaçado pela expressão de Seungcheol.

— Sr. Choi — o Dr. Lee pediu mais uma vez, e Seungcheol riu baixinho.

— Eu acordei um pouco desnorteado, mas foi só isso. Passou logo — comentou. Seu tom transbordava deboche, era como se estivesse rindo do doutor sem realmente rir. Ele não precisava contar que tivera um ataque de asma assim que acordou, ou algo que o doutor provavelmente tentaria lhe convencer de que era um ataque de pânico, são bem parecidas e quase a mesma coisa, na verdade.

— Quero que venha me contar todas as manhãs após esses pesadelos. Sei que só nos vemos uma vez por semana, mas gostaria que me informasse todas as vezes que voltar a sonhar com isso, tudo bem? — sugeriu. Seungcheol não disse nada, apenas resmungou qualquer bobagem e se levantou, indo até a porta. O Dr. Lee sabia que não deveria tentar impedi-lo de ir embora, então apenas assistiu enquanto o garoto fechava a porta atrás de si.

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Assim que entrou na cela, encostou-se na porta de ferro e suspirou, revirando os olhos. Ignorar o olhar obsceno e nojento de Sangwoo foi um pouco complicado, e Seungcheol teve que fingir não ter notado para conseguir ir para seu quarto em paz. Mesmo que soubesse que só precisaria fazer alguma coisa caso quisesse algo em troca, ainda sentia-se um pouco inseguro, afinal Sangwoo tinha certa autoridade sobre si, e ele carregava armas como o cassetete e uma arma de choque. Não era possível vencer uma luta com ele, o único jeito era ceder. E ele não queria ceder.

— Dia ruim? — ouviu uma voz rouca perguntar. Abriu os olhos e encarou Jeonghan, parado perto da pequena janela no alto da parede, soprando a fumaça por entre seus lábios. Seungcheol não respondeu, apenas andou até sua cama e sentou, apoiando o rosto nas palmas das mãos e suspirando novamente.

Sentiu uma cutucada em seu ombro e ergueu a cabeça, apenas para encontrar Jeonghan estendendo o maço de cigarro para ele, que negou com a cabeça. Havia, mais uma vez, acordado com um pequeno ataque de asma, ou de pânico, como os doutores chamariam. De qualquer maneira, não ousaria mexer com seus pulmões que ainda estavam um pouco fracos.

Madness •yjh + csc• ⚣︎ [jeongcheol]Onde histórias criam vida. Descubra agora