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Especial: Final Alternativo

» Se quiserem, deem play na música que está na mídia quando começar a letra no final do capítulo.

❝ Especial: Final Alternativo ❞

Jeonghan acordou de repente, assustado e ofegante. O cabelo que necessitava de um corte, grudava na testa devido ao suor. O mesmo pesadelo o assombrava, sempre da mesma forma, sem mudar nada, e todas as vezes ele acordava do mesmo jeito. Era estranho o quão familiar era aquilo tudo; quase como se fossem lembranças ao invés de sonhos. A teoria de seu irmão mais novo tornava-se cada vez mais viável; talvez fossem lembranças de uma vida passada, ou de um universo pararelo. Jeonghan não acreditava muito nessas coisas, mas... por que não?

Foram necessários fatídicos dez minutos para que Jeonghan se recompusesse e se arrastasse para fora da cama. O relógio na tela do celular mostrava que ele estava quinze minutos adiantado; como em todas as manhãs em que era visitado pelo pesadelo que não lhe permitia mais dormir. Um banho depois, Jeonghan deslizou no assento ao lado de seu irmão na mesa do café da manhã, de frente para a mãe e o padrasto Jongdae.

— Suco? — Soohae perguntou, hesitante, reconhecendo o olhar distante do filho. Jeonghan assentiu distraidamente, forçando um sorriso ao oferecer o copo. — De novo? — Perguntou ela, referindo-se ao sonho. Jeonghan apenas assentiu mais uma vez, deixando claro que não estava no clima para conversar sobre o assunto. — Talvez deva finalmente mencionar na sua terapia. — Jeonghan considerou em silêncio algo que ele já considerava há um tempo; ele mencionou para seu terapeuta sobre os pesadelos, e também disse que pareciam mais lembranças do que sonhos, mas ele sempre hesitava quando ela tentava trazer o assunto à tona novamente.

— Quer uma carona hoje? — Jongdae ofereceu. — Preciso deixar as meninas na aula de dança, de qualquer forma.

— Sim, obrigado. — Jeonghan sorriu agradecido.

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Jeonghan sentou na mesma cadeira de sempre, tentando ficar o mais invisível possível, mas sabendo que em um círculo de cadeiras isso não acontecia. Fora o primeiro a chegar, como sempre; a única pessoa que estava ali além dele era o Doutor Junhui, o terapeuta do grupo.

— Como passou a semana, Jeonghan? — Ele perguntou casualmente, aproveitando que o garoto sentia-se mais confortável falando à sós, já que ninguém do grupo havia chegado. — Os pesadelos continuaram?

— Três vezes essa semana. — Jeonghan murmurou baixinho, logo cortando o assunto quando algumas outras pessoas começaram a entrar e a ocupar os lugares de sempre. Jeonghan bisbilhotou a tela do celular por um instante, respondendo ao melhor amigo sobre sair naquela noite.

— Bom dia a todos. — O Dr. Junhui saudou assim que boa parte das cadeiras foram preenchidas. — Como passaram a semana? — A sala foi preenchida por murmúrios e respostas baixas positivas e algumas negativas. Jeonghan tinha o olhar fixado em uma cadeira vazia no lado oposto a ele, perto do Doutor. Ninguém mais parecia reparar que aquele lugar estava sempre vazio, mas ele percebia. Toda semana, toda sessão... Ninguém.

— Jeonghan? — O Dr. Junhui chamou a atenção de Yoon. — Gostaria de compartilhar sobre sua semana? — Jeonghan negou gentilmente com a cabeça, lançando-lhe um sorriso tímido que o moço rapidamente compreendeu, respeitando. Ele logo moveu a conversa para a garota que estava ao lado de Jeonghan, que aparentemente se prontificou a tagarelar sobre o pedido de casamento que recebeu e que causou uma imensa crise de ansiedade.

A porta pesada de madeira grossa pareceu ensurdecedora quando foi aberta, e Jeonghan pensou ter sido o único no qual os ouvidos doeram com o som tão óbvio, pois a garota nem sequer hesitou e prosseguiu com sua história. Jeonghan observou o rapaz andando até a tal cadeira vazia, e silenciosamente ele deslizou no assento, recebendo um olhar gentil do doutor. Jeonghan foi tomado por uma taquicardia que ele conhecia muito bem, os olhos arregalaram-se ligeiramente e sua respiração parecia ter começado a falhar. O menino era... Não poderia ser.
Podia?