Carolina sempre foi uma garota sonhadora, que desde seus 15 anos sonhava em estudar e ser bem sucedida no ramo de trabalho, apesar de ter feito um curso que não era bem visto pela sociedade, mas mesmo assim conseguiu um bom emprego e passou a viver...
Estava um dia bastante ensolarado e eu já me encontrava na cozinha preparando um delicioso café da manhã, pois hoje era o dia da colheita e eu estava bastante ansiosa para pisar naquela terra e colher as frutas e os legumes frescos para que Jonas encaixotasse tudo e levasse para os comércios da região.
— Bom dia, não sabia que já estava de pé tão cedo. — Tia Ana diz, sentando-se na mesa e se servindo um pouco de café.
— Sim, estou ansiosa para ir ao pomar. — Digo, me sentando na mesa e partindo um pedaço do bolo.
— Vejo que Pietro está se dando muito bem com o pai. — Comenta, alisando os cabelos.
— Sim, eu estou bastante impressionada com o William.
— Vai ver ele não é tão ruim como você pensou.
— Eu também acho, estou feliz do mesmo jeito.
— Eu sei, e quando iram se acertar?
Me engasgo com o suco de laranja não acreditando do que ela havia falado.
— Tia, não irei ficar com ele.
— Mas você havia dito ao Jonas que era apaixonada pelo pai do seu filho. — Diz, e rapidamente me lembro da conversa com o seu enteado.
— Sim, eu sou, mas ele não precisa saber.
— Vejo que ele também sente algo por você, tanto que veio até aqui para lhe encontrar.
— Eu ainda não confio nele, tia.
Dito isso, continuamos o nosso café e conversamos mais sobre os meus pais que ao decorrer da semana ligaram para cá e eu praticamente me obriguei a contar tudo o que havia acontecido durante esses cincos anos que não dei muitas notícias.
Eles ficaram muito bravos comigo, dizendo que viriam assim que pudesse para conhecer o neto e conversar pessoalmente sobre toda essa situação.
Sei que agi errado por esconder a situação deles, mas iram ter que entender que eu estava assustada e não sabia o que fazer.
— Bom dia, olha só quem acordou com muita fome. — William entra na sala de jantar com Pietro nos braços ainda sonolento.
— Mingau mamãe! — Exclama, levantando a cabeça e pedindo para descer do colo do pai.
— Eu vou fazer meu amor. — Digo, me levantando e indo até a cozinha.
Minutos depois, o mingau já está pronto e Pietro come animadamente com seu pai na sala assistindo a um programa de televisão onde só passa desenhos infantis.
Vejo que William não se importa de assistir e faz questão de perguntar sobre o desenho algumas vezes.
— Vocês formam uma linda família. — Diz titia, se aproximando de mim, que estava feito uma espectadora.
— Tia, não pense besteiras.
— Bom dia, estão prontos para o dia da colheita? — Jonas pergunta, entrando animadamente na cozinha.
— Eu estou ansiosa.
— Eu como sempre ficarei por aqui, não peguem muito sol. — Titia avisa, iniciando seus afazeres.
Permaneço parada na porta da cozinha, apenas assistindo à interação animada deles e sorrio, feliz por tê-lo aqui presente na vida do nosso pequeno.
E para que não ficassem longe um do outro, titia acabou convidando William para passar um tempo aqui na fazenda, pois assim ele teria mais tempo com o filho.
Coisa que achei maravilhoso.
Eu sabia que Jonas não apreciava a ideia, mas não fez nada que demonstrasse isso.
Por um lado, eu lhe entendendo, pois ele foi a pessoa que mais de apoiou e me ajudou durante a gravidez, tanto que todos chegaram a pensar que ele era realmente o pai do meu filho.
Mas eu fazia questão de desmentir e dizer que sabia quem era mais não diria, sempre tive medo que alguém saísse daqui para a cidade grande e contasse o meu segredo.
— Pietro não vai para a colheita? — Jonas perguntou, me tirando dos meus devaneios.
— Ela acordou agora e está se alimentando.
— Sabe, era disso que eu tinha medo. — Disse, apontando para a porta da cozinha. — Que ele nos deixasse e só focasse naquele babaca.
— Jonas, já falamos sobre isso, eles precisam conviver.
— Eu sei que você está adorando isso, mas vai chegar o momento que ele vai precisar voltar, pois ele tem uma vida na cidade grande aí é que eu quero ver se ele vai continuar sendo pai. — Dispara, me fazendo lembrar que isso é possível.
— Jonas, ele vai passar um tempo aqui e daqui para lá nós iremos resolver como irá ficar essa questão. — Digo, para acalma-lo.
— Se ele quiser leva-lo, eu serei o primeiro a impedir.
— Isso não vai acontecer, William não faria isso.
— Você não sabe.
Dito isso, ele sai pela porta dos fundos me deixando parada no meio da cozinha perdida em pensamentos.
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