Capítulo 4

604 62 172
                                    

William Martinez

Desperto com o som do meu celular, indicando que já era 6h da manhã e estava na hora de colocar o pé na estrada, pois hoje eu iria atrás daquela garota e só irei sair daquele interior quando finalmente encontrá-la.

— Bom dia. — Cumprimento meus pais que já se encontram na mesa tomando o café da manhã.

— Filho, tem trabalho cedo? — Mamãe perguntou, servindo um pedaço do bolo para mim.

— Não, eu adiantei muitos ontem e decidi viajar um pouco, conhecer o interior. — Digo, tomando um gole do café.

— Porque isso agora? — Papai indagou, levantando e deixando as louças na pia.

— Queria sair um pouco de casa.

— Mas como é que você vai? — Mamãe pergunta, com as mãos na cintura.

— O Eric me emprestou o carro dele, não irei demorar, só quero passear. — Esclareço, terminando meu café.

E assim saio da mesa, deixo as louças na pia e vou até o quarto arrumar as minhas coisas, pois pretendo levar uma mochila comigo, para o caso de alguma eventualidade.

Não sei qual será a minha reação ao ver Carolina, pois se passaram muitos anos e nem sei mais se ela ainda lembra que eu existo ou se arrumou um namorado.

Espero que a segunda opção não seja verdade, pois não sei o que eu faria se visse ela acompanhada.

Com certeza eu ficaria sem chão e nem chegaria perto, pois tive minha chance e a desperdicei.

Estava distraído montando a mochila quando meu pai adentrou o quarto e alisou o meu ombro.

— Filho, eu lhe conheço, o que você está buscando? — Papai perguntou, sentando na beira da cama e me olhando nos olhos.

Ele sabia que tinha algo errado comigo, pois desde a partida de Marcela que eu não era mais o mesmo e ele de alguma forma sabia disso.

— Uma garota, que não quer ser encontrada.

— Não me diga que é a Marcela...

— Não, é a Carolina, uma amiga da esposa do Eric, que eu conheci há 5 anos atrás e nunca esqueci. — Contei, me sentindo aliviado por dividir aquilo com alguém.

— Ah, então uma garota mexeu com você outra vez.

— Acho que sim, mas cometi o erro de deixa-la ir.

Ele sorriu, levantou-se e antes de sair do quarto disse:

— Se estiver no seu destino, vocês se reencontraram, filho.

Assenti, terminei de arrumar as minhas coisas e desci as escadas até a porta de saída, mas antes que eu pudesse sair, mamãe se aproximou e me deu um abraço caloroso.

— Vai com Deus, filho e mande notícias. — Disse, alisando os meus cabelos e antes de sair, dei-lhe um beijo no rosto e sai de casa.

E assim que pisei na calçada, senti o vendo frio bater em meu rosto e assim que fechei os olhos, deixei que imagens daquele dia no motel me invadissem.

Permitindo que eu tivesse a visão perfeita daquela garota que mexeu com a minha cabeça e consequentemente o meu coração.

— Eu vou te encontrar, morena.

E foi com essas palavras que peguei o meu celular, chamei um Uber e assim que o carro chegou, partimos para o prédio onde Eric morava.

Minutos depois, já tínhamos chegado, paguei o motorista e fui até a portaria do prédio e assim que minha entrada foi liberada, peguei o elevador e subi até o andar onde a mãe dele morava atualmente.

A Consequência de Uma NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora